Carta IEDI
Melhora da balança da Indústria de Transformação concentrada na média-baixa tecnologia
No primeiro trimestre de 2024, a indústria de transformação reduziu seu déficit de balança comercial, dando sequência à trajetória iniciada no final de 2022, após a deterioração do saldo provocada pela pandemia e a desorganização de cadeias produtivas. Frente ao 1º trim/23, o déficit encolheu -3,5% atingindo o valor de US$ 12,5 bilhões.
Esta Carta IEDI analisa o comércio exterior de nossa indústria de transformação por grupos de intensidade tecnológica, tal como a metodologia difundida pela OCDE. Assim, as atividades industriais foram classificadas em quatro grupos: alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica. A faixa de baixa intensidade encampa bens da agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, mas não abarca nenhum ramo da indústria de transformação.
Diferentemente do padrão de 2023, a melhora do saldo da indústria neste começo de ano foi concentrada em apenas uma faixa, o da média-baixa intensidade tecnológica, cujo superávit avançou +26,8% em comparação com o 1º trim/23. O valor de US$ 13,5 bilhões foi o maior observado para um acumulado jan-mar em dólares correntes. Jogaram a favor tanto a alta de +10,7% de suas exportações como a queda de -4,6% de suas importações.
Dois de seus ramos foram decisivos para este desempenho: derivados de petróleo, cujas importações caíram -18% no 1º trim/24 ante o 1º trim/23, e alimentos, bebidas e fumo, cujas exportações aumentaram +16,8% no período. Ambos são os setores mais expressivos nas compras e nas vendas externas, respectivamente, para a indústria de média-baixa tecnologia.
Todas as demais faixas, por sua vez, demonstraram alguma piora. No caso dos ramos de maior intensidade tecnológica, tradicionalmente deficitários, o saldo negativo se ampliou em comparação com a entrada do ano passado. Já na indústria de média intensidade tecnológica houve declínio de seu superávit.
Na indústria de alta tecnologia, o déficit comercial aumentou +3% em jan-mar/24, para US$ 11,1 bilhões, um recorde em valor corrente para um primeiro trimestre. Exerceu grande influência neste resultado a ampliação de +2,7% das importações, em função de aeronaves e dos produtos do complexo eletrônico. Já as exportações da alta tecnologia ficaram virtualmente estagnadas (-0,2%).
No caso da média-alta, que responde pela maior parte do saldo negativo da indústria de transformação, o déficit progrediu +4,4%, para US$ 16 bilhões no 1º trim/24. O destaque cabe a três de seus ramos, todos com aumento de importações e queda de exportações: veículos e autopeças; máquinas e equipamentos mecânicos e máquinas e aparelhos elétricos. A piora mais expressiva foi na indústria automobilística, cujo déficit saltou de US$ 976 milhões em jan-mar/23 para US$ 2,1 bilhões em jan-mar/24.
Por fim, quanto aos produtos típicos da indústria de média intensidade tecnológica, o saldo positivo de balança (US$ 1,2 bilhão) ficou 53,9% menor do que no 1º trim/23, principalmente em função da queda do superávit da metalurgia (-31,1%) derivada da contração de seus embarques (-18,8%). Houve aumento de importações (+1,4%) deste grupo devido aos deficitários ramos de produtos de borracha e de plásticos e de bens diversos.
Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial
O primeiro trimestre de 2024 registrou superávit comercial de US$ 19,1 bilhões, o maior saldo em dólares correntes para janeiro-março já registrado. Esse aumento do resultado decorreu do incremento de 2,3% nas exportações totais, atingindo US$ 78,3 bilhões, recorde em dólares correntes para primeiro trimestre. Em paralelo, as importações retrocederam 1,8%, ficando em US$ 59,2 bilhões, o terceiro maior da série para janeiro-março.
O saldo do quarto inicial de 2024 foi obtido principalmente pelo resultado positivo de US$ 28,6 bilhões nos demais produtos, mormente agropecuários, da pesca e minerais, superávit recorde na série histórica em dólares correntes. Suas exportações avançaram 7,2% frente a igual período do ano anterior, que era o recorde até então, somando US$ 37,1 bilhões. Suas importações recuaram 8,7%.
No caso dos produtos tipicamente oriundos da indústria de transformação, o déficit diminuiu frente a janeiro-março de 2023, saindo de US$ 12,9 bilhões para US$ 12,5 bilhões, mesmo com suas exportações apresentando variação de -0,2%, ficando em US$ 41,1 bilhões, portanto, abaixo do recorde para primeiro trimestre em dólares correntes registrado em 2023. As importações declinaram 1,0%, parando em US$ 53,6 bilhões, também abaixo do maior da série para primeiro trimestre, que foi observado justamente no ano anterior.
Resumindo, o déficit dos bens típicos da indústria de transformação continua observando gradativa redução nos últimos quatro anos, porém, diferentemente dos três anos anteriores, a diminuição em 2024 ocorreu com recuo das exportações. Afora o cenário externo adverso por conta dos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e da questão inflacionária estadunidense, retardando o recuo na taxa de juros, o desenrolar da regulamentação da reforma tributária e como irá caminhar a nova política industrial são pontos cruciais no âmbito interno para que haja avanço da inserção brasileira na produção mundial, com participação maior em setores com maior agregação de valor por unidade produzida e retornos crescentes de escala.
A balança por intensidade tecnológica
Como exposto em cartas anteriores, a nova classificação por intensidade de P&D ou tecnológica constante de publicação da OCDE passou a abranger todas as atividades econômicas, não apenas as da indústria de transformação do esforço anterior. Ademais, se antes foram definidas quatro faixas de intensidade (alta, média-alta, média-baixa e baixa), passaram a ser cinco segmentos: de alta intensidade, de média-alta, média, média-baixa e de baixa intensidade de P&D ou tecnológica. No caso dos produtos da indústria de transformação, estes se fazem presentes nas quatro primeiras faixas, não havendo bens dessa atividade na de baixa intensidade.
Na faixa de alta intensidade, as atividades da indústria de transformação são as mesmas da classificação anterior. Acompanhando-as estão duas de serviços, P&D científico e publicação de software. A partir da divulgação na plataforma Comexstats dos dados de exportação e importação segundo a Classificação Industrial Internacional Uniforme, pode-se averiguar que não tem havido transações de produtos oriundos de tais serviços na balança comercial.
No segmento de média-alta, dois agrupamentos de bens foram acrescidos àqueles tipicamente fabricados por atividades dessa faixa: equipamento bélico pesado, armas e munições; e instrumentos e materiais de uso médico e odontológico e artigos óticos. Ademais os serviços de tecnologia de informação (TI) e prestação de serviços de informação passaram a compor o segmento de média-alta, embora não tenham itens transacionados na balança comercial.
Quanto ao segmento de média intensidade, guarda semelhança com a versão anterior da faixa de média-baixa intensidade, sendo que, o grupo dos produtos metálicos e da metalurgia foi dividido, ficando na faixa de média, apenas os da metalurgia. Também abarca os produtos diversos e a atividade de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Esta é a única faixa na qual todas as atividades são da indústria de transformação.
Já a faixa de média-baixa intensidade conta com boa parte dos ramos da indústria de transformação que, antes, eram considerados de baixa intensidade (a exceção ficou por conta dos bens diversos, que foi para a de média intensidade), com a adição dos produtos de metal e da fabricação de coque, derivados de petróleo refinado e demais combustíveis. O segmento de média-baixa conta ainda com os serviços profissionais, científicos e técnicos; telecomunicações; e edição (com ou sem impressão), e com a indústria extrativa (extração mineral).
A faixa de baixa intensidade tecnológica não abarca nenhuma atividade da indústria de transformação, embora encampe duas atividades industriais: construção; e a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos. A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também compõe essa faixa, afora os serviços que não foram mencionados acima.
Considerando tanto, a balança comercial do Brasil pode ser esmiuçada partir da versão atualizada da classificação por intensidade tecnológica, tendo por base os esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
No primeiro trimestre, a balança comercial de bens produzidos pelas indústrias de alta intensidade tecnológica apresentou saldo negativo de US$ 11,1 bilhões, déficit recorde para janeiro-março de toda a série em dólares correntes. As exportações desses produtos experimentaram variação de -0,2% no contraponto entre primeiros trimestres de 2024 e de 2023, ficando em US$ 1,4 bilhão. Apenas as vendas externas de aeronaves e equipamentos da indústria aeronáutica cresceram.
As importações dos bens de alta intensidade tecnológica, a seu turno, cresceram 2,7%, com as importações de produtos aeronáuticos crescendo a dois dígitos e as de farmacêuticos recuando. Os três ramos registraram saldo negativo em janeiro-março, sendo que apenas o comércio de produtos farmacêuticos registrou redução no déficit, enquanto os produtos do complexo eletrônico persistem como ramo com maior déficit dessa faixa.
O segmento de média-alta intensidade encerrou janeiro-março com saldo deficitário de US$ 16,0 bilhões, o maior dentre as cinco faixas em 2024 e acima do déficit registrado no mesmo período do ano passado. A ampliação do déficit decorreu da queda de 10,7% nas exportações, para US$ 9,1 bilhões. Pesou para tal performance exportadora, os recuos de dois dígitos nas vendas de automóveis e afins e de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutras atividades (M&E), afora a retração de produtos químicos. As aquisições externas das mercadorias em questão retrocederam 1,6%, em ritmo menor que as exportações, ficando em US$ 25,2 bilhões.
Importante notar que tal declínio nas importações decorreu apenas da retração de dois dígitos de produtos químicos, com os demais ramos experimentando ampliação. Ainda assim o intercâmbio dos produtos químicos manteve-se na condição de ramo mais deficitário, respondendo por mais de quarenta por cento do déficit dessa faixa. Na sequência, os maiores déficits em 2024 foram observados em M&E e em automóveis, reboques e carrocerias.
Quanto aos produtos típicos de atividades de média intensidade tecnológica, todas da indústria de transformação, apresentaram saldo positivo de US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2024, menos da metade do superávit de igual período do ano anterior. As exportações retrocederam 16,5%, caindo para US$ 6,6 bilhões.
As importações, a seu turno, aumentaram 1,4%. A diminuição nas exportações decorreu ironicamente pelo recuo nas vendas externas de produtos metalúrgicos, justamente o ramo que mais responde pelo superávit dessa faixa. O aumento nas importações, por sua vez, se deveu aos deficitários ramos de produtos de borracha e de plásticos e de bens diversos.
Já o saldo dos bens típicos das atividades de média-baixa intensidade tecnológica atingiu superávit de US$ 30,2 bilhões no primeiro trimestre 2024, o maior observado para janeiro-março na série iniciada em 1997. Essa magnitude foi obtida com as exportações crescendo 14,2%, alcançando US$ 44,6 bilhões, também recorde para primeiro trimestre. Os produtos da indústria extrativa registraram superávit de US$ 16,7 bilhões, o maior de toda a série. Esse desempenho foi devido à redução de 13,4% nas importações e principalmente o avanço nas exportações de 18,7%.
As exportações de bens da indústria de transformação dessa faixa cresceram 10,7%, alcançando novo recorde, de US$ 24,0 bilhões, enquanto suas importações caíram 4,6%. Essa combinação propiciou o superávit de US$ 13,5 bilhões, também o maior patamar para janeiro-março em dólares correntes. A expansão nas exportações em dólares correntes decorreu dos ramos intensivos em recursos naturais: produtos alimentícios industriais, bebidas e fumo, com avanço de 16,8% e sendo o mais expressivo ramo da pauta de exportação do país; de coque, produtos derivados de petróleo refinado e biocombustíveis; e dos produtos industriais madeireiros, móveis, papel, celulose e impressos. As importações declinaram exclusivamente devido à retração em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com os demais ramos registrando ampliação nas aquisições externas.
Passando para o segmento de baixa intensidade, no qual se destacam os produtos agropecuários e pescados, logrou saldo positivo de US$ 14,7 bilhões, ficando aquém dos superávits registrados nos primeiros trimestres de 2022 e de 2023. Suas exportações caíram 4,2%, em linha com a retração nas vendas externas de gêneros agropecuários e da pesca e aquicultura (-4,0%). Esses produtos tiveram superávit de US$ 14,8 bilhões. Os produtos oriundos da produção e distribuição de eletricidade, gás e água e aqueles originados por serviços têm pouca participação nos fluxos comerciais dessa faixa. Reforçando, a presente faixa não inclui bens da indústria de transformação.
Bens da indústria de transformação de alta intensidade tecnológica
Em janeiro-março último, como mencionado, os bens da indústria de transformação de alta intensidade experimentaram déficit de US$ 11,1 bilhões, o de maior magnitude de toda a série para primeiro trimestre em dólares correntes. Ainda no contraponto com o mesmo trimestre do ano anterior, suas exportações em dólares correntes ficaram praticamente estáveis (-0,2%), ficando em US$ 1,4 bilhão, enquanto as importações cresceram e,7%, chegando a US$ 12,4 bilhões.
Os produtos típicos da indústria aeronáutica registraram déficit de US$ 1,8 bilhão, o maior da série iniciada em 1997 para primeiro trimestre. Esse déficit maior ocorreu mesmo com suas exportações tendo avançado 6,6%, subindo para US$ 740 milhões. Suas importações cresceram 19,5%, conduzindo ao aumento da grandeza do saldo negativo.
Passando para os bens do complexo eletrônico, como tem sido a tônica, registrou o maior déficit desse segmento, de US$ 6,2 bilhões. Suas vendas externas diminuíram 1,8% no confronto entre primeiros trimestres, para US$ 338 milhões, um montante de parca expressão. As importações de eletrônicos, por sua vez, cresceram 1,2%, para US$ 6,5 bilhões.
No caso dos produtos farmacêuticos, suas vendas externas retrocederam 12,8% no primeiro trimestre, ficando em US$ 286 milhões. Suas importações também declinaram, mas em menor medida, queda de 4,4%, resultando no montante importado de US$ 3,4 bilhões. Dessa forma, esse ramo experimentou déficit de US$ 3,1 bilhões, sendo o único dos três ramos a observar redução no déficit.
Bens da indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica
A faixa de média-alta intensidade iniciou 2024 com saldo negativo de US$ 16,0 bilhões, o maior déficit dentre todas as faixas de intensidade. Em que pese tanto, esse déficit ficou abaixo do recorde registrado no mesmo período de 2022. Suas exportações retrocederam 10,7% frente ao mesmo acumulado de 2023, ficando em US$ 9,1 bilhões. As importações recuaram 1,6%, diminuíram, portanto, menos que as exportações, o que concorreu para o aumento no déficit frente a janeiro-março do ano passado.
Os produtos da indústria automobilística experimentaram saldo deficitário de US$ 2,2 bilhões, configurando o segundo maior déficit da série para primeiro trimestre da série em dólares correntes, ficando aquém apenas do resultado de 2014. Suas exportações caíram 18,3%, para US$ 2,8 bilhões. Suas importações cresceram 12,6%, chegando a US$ 5,0 bilhões.
Os equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas etc.) observaram déficit de US$ 295 milhões, maior do que no mesmo acumulado de 2023, mesmo com suas exportações aumentando 10,2%, para US$ 65 milhões, enquanto suas importações avançaram em ritmo equivalente, 10,3%.
Os dois grupamentos conhecidos por encamparem bens de capital experimentaram déficits maiores com aumento nas importações. O ramo de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades (M&E) teve saldo negativo de US$ 4,0 bilhões, contando não só com a ampliação de 8,9% nas importações, para US$ 6,4 bilhões, como também com a retração de 11,4% nas exportações, ficando em US$ 2,4 bilhões.
Já os materiais e equipamentos elétricos, experimentaram intercâmbio deficitário de US$ 2,0 bilhões, o maior déficit para janeiro-março da série em dólares correntes, mesmo com as exportações crescendo 5,8%, chegando a US$ 825 milhões. Suas importações avançaram ainda mais, 10,2%, para US$ 2,8 bilhões.
Quanto aos produtos químicos, experimentaram déficit de US$ 7,1 bilhões, respondendo por mais de quarenta por cento do déficit de toda a faixa de média-alta intensidade. Apesar de tanto, o déficit foi menor do que seus equivalentes de 2023 e de 2022. O país exportou US$ 2,8 bilhões desses bens, redução de 7,4%. As importações também diminuíram, queda de 15,7%, parando em US$ 9,9 bilhões, sendo o único ramo dessa faixa cujas aquisições externas diminuíram, levando à retração nas importações do segmento de média-alta intensidade.
Os instrumentos e materiais médico-hospitalares e artigos óticos registraram déficit de US$ 493 milhões, com aumento de 21,6% nas exportações, chegando a US$ 121 milhões. Já suas importações cresceram 4,6%, ritmo menor que o das exportações, mas sobre uma base comparativa bem maior, o que explica o incremento do déficit na comparação entre primeiros trimestres.
Por fim, os equipamentos bélicos, armas e munições registraram superávit de US$ 32 milhões, o único ramo com saldo positivo nesse segmento. As exportações desses produtos caíram 5,9%, ficando em US$ 103 milhões, com as aquisições externas avançando 35,7% no primeiro quarto de 2024.
Bens da indústria de transformação de média intensidade tecnológica
As exportações em dólares correntes de bens de indústrias de média intensidade tecnológica caíram 16,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação a igual período de 2023, ficando em US$ 6,6 bilhões. Suas importações diminuíram 1,9%. Em que pese a retração nas vendas externas, o segmento de média intensidade se manteve superavitário, US$ 1,2 bilhão, menor do que o logrado em janeiro-marços de 2023 e de 2022.
As transações internacionais de itens da construção de embarcações (indústria naval e náutica) resultaram em déficit de US$ 49 milhões no primeiro trimestre. Suas exportações declinaram 76,3%, parando em US$ 13 milhões. As importações retrocederam 65,8%, ficando em US$ 61 milhões.
Quanto aos produtos da metalurgia, obtiveram superávit de US$ 2,6 bilhões, expressivo e responsável principal pelo saldo positivo da faixa como um todo, mas o menor desde 2016 para primeiro trimestre. Suas exportações caíram 18,8%, para US$ 5,3 bilhões. Quanto a suas importações, declinaram 1,9%, ficando em US$ 2,7 bilhões.
O ramo de produtos minerais não-metálicos registrou no período em pauta déficit de US$ 15 milhões, segundo ano seguido no qual o primeiro trimestre registra saldo negativo, embora menor do que o déficit de janeiro-março de 2023. Suas exportações até cresceram, 4,6%, chegando a US$ 477 milhões, enquanto as importações tiveram incremento de 0,4%.
Os dois grupos de bens restantes também registraram déficit no trimestre em questão. Os produtos de borracha e material plástico observaram saldo negativo de US$ 1,1 bilhão, o maior déficit dentro dessa faixa e recorde para primeiro trimestre da série em dólares correntes. Tal resultado decorreu da redução de 6,6% nas exportações, parando em US$ 664 milhões, enquanto as importações cresceram a dois dígitos, 10,2%.
Já os bens diversos (exclusive I&M médicos e odontológicos e artigos óticos) tiveram resultado negativo de US$ 236 milhões, quarta alta seguida do déficit em primeiro trimestre. Suas exportações caíram 9,1%, ficando em US$ 132 milhões, enquanto as importações desses itens aumentaram 26,2%.
Bens da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica
As exportações de bens produzidos pela indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica cresceram 10,7% em janeiro-março de 2024 frente ao mesmo período de 2023, atingindo US$ 24,0 bilhões, montante exportado recorde para primeiro trimestre. Já as importações diminuíram 4,6%, para US$ 10,6 bilhões. Assim, a balança desses bens apresentou saldo positivo de US$ 13,6 bilhões, recorde para primeiro trimestre em dólares correntes.
Seu ramo mais pujante, o de produtos industriais alimentícios, bebidas e tabaco, logrou ampliar em 16,8% suas exportações no primeiro trimestre, alcançando US$ 16,1 bilhões, patamar sem equivalente para janeiro-março. Suas importações cresceram 3,3%, chegando a US$ 2,5 bilhões. O superávit de US$ 13,6 bilhões assim obtido também configurou novo recorde.
Passando para balança de bens industriais madeireiros e seus derivados, incluindo produtos de papel, celulose e impressos, apresentou superávit de US$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre de 2024, exportando US$ 3,9 bilhões, 0,6% a mais do que em igual período de 2023, enquanto suas importações cresceram 7,1%.
O intercâmbio de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, a seu turno, experimentou saldo negativo de US$ 1,6 bilhão, déficit menor do que o registrado no mesmo trimestre do ano anterior. As vendas externas desses bens aumentaram 2,8%, chegando a US$ 2,9 bilhões. Já suas importações recuaram 18,0%, contribuindo para a diminuição do déficit.
O conjunto dos artigos têxteis, de vestuário, de couro e calçados experimentou déficit de US$ 944 milhões no primeiro trimestre 2024, acima do déficit observado no mesmo período de 2023. Suas exportações retrocederam 8,1%, ficando em US$ 771 milhões, enquanto as importações aumentaram 11,6%.
A balança dos produtos metálicos registrou déficit de US$ 967 milhões, o maior déficit já registrado para janeiro-março de 2022. Suas vendas externas foram de US$ 405 milhões, recuo de 4,6% frente a igual acumulado do ano passado, enquanto as importações avançaram 17,9%.