Análise IEDI
Crescimento da Produtividade e Digitalização
Embora ainda não apareça nos dados agregados de produtividade dos países, a transformação digital já está começando a ter impactos positivos em empresas e setores mais próximos da fronteira tecnológica. Esta é a constatação da OCDE apresentada na publicação “Productivity Growth in the Digital Age”, de fevereiro de 2019. Esta Análise IEDI abordará o tema a partir do trabalho da OCDE.
Atualmente, ainda há grande diferença em termos do avanço da transformação digital entre os países, empresas e setores. Tal assimetria na absorção e na difusão de tecnologias digitais nas economias constitui, segundo o referido estudo, uma fonte importante da desaceleração da produtividade que tem acometido as economias avançadas nos últimos anos.
Na avaliação da OCDE, porém, impactos adicionais e mais intensos da digitalização sobre a produtividade ainda estão por vir, à medida que as tecnologias digitais avançarem, que novos modelos de negócios e novas práticas se difundirem para um número maior de empresas e que os agentes mais intensivos digitalmente ganharem maior participação de mercado.
Deste modo, o trabalho argumenta que a desaceleração recente da produtividade agregada dos países encobre uma diferença crescente de desempenho entre empresas mais e menos produtivas, especialmente nos setores de serviços de TIC, mas não apenas.
Enquanto as empresas de fronteira empurram a produtividade para cima, aquelas retardatárias contribuem para que a produtividade permaneça estagnada. Empresas pequenas e médias e setores tradicionais, menos intensivos em tecnologia e conhecimento, podem estar ficando para trás em razão da limitação de capacidades, da falta de incentivos para adotar as melhores práticas, da ausência de financiamento adequado etc.
No caso da indústria de transformação, as empresas de fronteira registraram aumento da produtividade média do trabalho de 2,8% ao ano entre 2001 e 2013, enquanto as empresas retardatárias conseguiram aumentar sua produtividade em apenas 0,6% ao ano em média.
Para garantir o surgimento de impactos da transformação digital na produtividade, os formuladores de políticas podem e devem adotar ações de apoio. Nesse sentido, as principais recomendações da OCDE incluem:
• Fortalecer a difusão nacional e internacional de tecnologia e conhecimento. Isso exige a promoção de uso mais amplo dos serviços de tecnologia, o fortalecimento dos vínculos entre ciência e indústria, maior mobilidade de talentos, inclusive internacionalmente, abertura ao comércio exterior e ao investimento estrangeiro.
• Fomentar investimentos em capital tangível e intangível, notadamente habilidades, com maior ênfase no investimento em conhecimento e capacidades complementares (P&D, inovação de processos e outros intangíveis). Investimento nas habilidades dos trabalhadores é fundamental.
• Permitir que pequenas e médias empresas (PMEs) participem da transformação digital para elevar sua produtividade e garantir crescimento inclusivo. Isso inclui facilitar o acesso ao financiamento, a redes e a habilidades de conhecimento, promover o engajamento das PMEs com centros de competência e / ou serviços de extensão de tecnologia e orientação técnica para a adoção de boas práticas
• Facilitar a mudança estrutural necessária na economia, permitindo a experimentação de novas ideias, tecnologias e modelos de negócios. Políticas devem facilitar a entrada e o crescimento de novas empresas e evitar a retenção de recursos em empresas ineficientes.
Produtividade e tecnologias digitais. O rápido avanço das tecnologias digitais está transformando a forma como as empresas produzem, se desenvolvem e concorrem. As novas tecnologias digitais permitem às empresas: tirar partido de redes cada vez maiores de consumidores, acessar múltiplos mercados geográficos e de produtos quase instantaneamente e explorar retornos crescentes de ativos intangíveis.
A transformação digital representa uma oportunidade para melhorar o crescimento da produtividade, permitindo a inovação e reduzindo os custos de uma série de processos empresariais. Porém, apesar desses avanços tecnológicos, o crescimento da produtividade agregada vem se desacelerando nas economias desenvolvidas na última década.
Esse aparente paradoxo é tratado pela Organização de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) no texto intitulado “Productivity Growth in the Digital Age” OECD Going Digital Policy Note _, publicado em fevereiro de 2019, que discute como a difusão das tecnologias digitais pode impulsionar a produtividade. Esta Análise IEDI aborda o tema por meio deste trabalho da OCDE.
Assimetrias na difusão das tecnologias digitais. Segundo a OCDE, estudos recentes mostram que há grandes diferenças entre países, setores e empresas quanto ao estado e ritmo da transformação digital e, portanto, em como essa transformação afeta a produtividade.
Alguns setores são menos avançados do que outros em termos do ritmo da transformação digital. Por exemplo, áreas como agricultura, mineração e imobiliário ainda registram uma classificação inferior a outros setores quando se trata de indicadores de investimento em software ou uso de serviços de tecnologia da informação e comunicação (TIC).
Além disso, internamente à maioria dos setores, há também grandes diferenças entre as empresas quanto à adoção de diferentes tecnologias digitais, levantando questões importantes sobre por que e como as empresas adotam novas tecnologias.
Assim, a absorção e a difusão desiguais de tecnologias digitais constituem uma importante fonte de desaceleração da produtividade. De acordo com a OCDE, como as empresas mais avançadas do mundo não reduziram sua taxa de crescimento de produtividade, a desaceleração da produtividade agregada mascara uma diferença crescente de desempenho entre empresas mais e menos produtivas, especialmente nos setores de serviços de TIC.
A divergência resultante no desempenho da produtividade é impulsionada tanto por empresas mais intensivas em tecnologia e inovação que empurram a fronteira de produtividade, quanto pela estagnação da produtividade de empresas retardatárias relacionadas às capacidades limitadas ou à falta de incentivos para que adotem as melhores práticas.
No caso da indústria de transformação, as empresas de fronteira registraram aumento da produtividade média do trabalho de 2,8% ao ano entre 2001 e 2013, enquanto as empresas retardatárias conseguiram aumentar sua produtividade em apenas 0,6% ao ano em média. No setor de serviços, puxado pelo segmento de TIC, a diferença é ainda mais importante: 3,6% para o primeiro grupo de empresas e de 0,4% para o segundo grupo. Os dados são do estudo “The best versus the rest: the global productivity slowdown, divergence across firms and the role of public policy”, de autoria de Dan Andrews, Chiara Criscuolo e Peter Gal, citado pelo relatório da OCDE.
A digitalização pode ter contribuído para essa divergência, uma vez que as empresas menos produtivas podem ter dificuldade em atrair trabalhadores com habilidades certas para ajudá-los a adotar tecnologias digitais de forma eficiente.
De acordo com a OCDE, a difusão de tecnologias digitais nos países desenvolvidos está longe de ser completa, mesmo entre as economias mais avançadas. Embora a maioria das empresas já tenha acesso a redes de banda larga de alta velocidade, as ferramentas e aplicativos digitais mais avançados e que aumentam a produtividade, como sistemas de planejamento de recursos empresariais ou análise de big data, se difundiram, por enquanto, apenas a um número muito menor de empresas nos países da OCDE.
A transformação digital, assim como outras mudanças tecnológicas, não se refere apenas à difusão da tecnologia, mas também aos investimentos complementares que as empresas precisam fazer em habilidades, mudanças organizacionais, inovação de processos, novos sistemas e novos modelos de negócios. Esses investimentos envolvem muita tentativa e erro e levam tempo.
O estudo da OCDE observa ainda que o crescimento da produtividade pode ser baixo ou até mesmo se tornar negativo durante esse processo de ajuste e experimentação. Além disso, a escala desses investimentos pode tornar a transformação digital particularmente difícil para empresas não estão na fronteira, como no caso de pequenas e médias empresas (PMEs). Isso implica que as empresas mais produtivas se beneficiam mais da digitalização do que das menos produtivas.
Não obstante a lenta difusão de tecnologias digitais e processos relacionados entre empresas e indústrias nos países desenvolvidos, há razões para otimismo quanto aos desenvolvimentos futuros.
Na avaliação da OCDE, os impactos da transformação digital na produtividade provavelmente ainda estão por vir, à medida que aumentar a intensidade digital nas empresas e setores. O ciclo de negócios atual também contribui nesse sentido. Como as empresas em vários países da OCDE estão começando a incorrer em escassez de mão-de-obra e de habilidades, elas procurarão cada vez mais ferramentas digitais para ajudar a melhorar seu desempenho de produtividade.
Potencial da digitalização para as pequenas e médias empresas. Na avaliação da OCDE, as PMEs enfrentam uma série de oportunidades e desafios na adoção de novas tecnologias digitais para melhorar sua produtividade. A transformação digital promove o surgimento de pequenas empresas “nascidas globalmente”, que atendem clientes local e internacionalmente. Os negócios dessas empresas são muitas vezes sustentados por plataformas de Internet que viabilizam transações que, de outra maneira, não aconteceriam e, portanto, aumentam o fornecimento de produtos e serviços para os consumidores.
As PMEs também podem usar tecnologias digitais, como big data e análise de dados, para entender melhor os processos dentro da empresa, as necessidades de seus clientes e parceiros e o ambiente geral de negócios. Podem igualmente tirar proveito das tecnologias digitais para melhorar seu acesso a habilidades e talentos, como por meio de melhores sites de recrutamento de trabalho e na terceirização de funções-chave de negócios, que podem ajudar a melhorar o desempenho.
Ademais, novas tecnologias podem lhe facilitar o acesso a uma série de instrumentos de financiamento. Finalmente, as plataformas online podem apoiar a produtividade das empresas de serviços de baixa tecnologia, por exemplo, proporcionando-lhes sistemas de reserva e algoritmos eficientes baseados em sistemas de avaliação e classificação do consumidor.
Assim, como a difusão varia entre países e setores, também há grandes diferenças na aceitação de ferramentas digitais entre empresas de tamanhos diferentes, com as grandes empresas usando ferramentas digitais muito mais do que as pequenas e médias empresas. Por exemplo, 28% das grandes empresas realizam análises de big data, mas apenas 16% das médias e 9% das pequenas empresas o fazem.
Existem grandes barreiras para que as PMEs adotem essas novas tecnologias, refletindo desafios como a relativa dificuldade de acesso ao financiamento para realizar os investimentos necessários ou a falta de recursos essenciais, como os recursos humanos e o conhecimento de gestão necessários.
Além disso, as PMEs enfrentam desafios específicos na gestão de riscos de segurança e privacidade digital, principalmente devido à falta de conhecimento, recursos e experiência para avaliar e gerenciar os riscos de forma eficaz. Finalmente, a adoção lenta da tecnologia digital também pode ser um reflexo dos incentivos mais baixos para algumas PMEs que podem não conseguir obter o mesmo resultado da digitalização de seus processos de produção que as grandes empresas.
Fatores estruturais para incentivar a adoção digital. A transformação digital das empresas envolve um processo de busca e experimentação de novas tecnologias e modelos de negócios, no qual algumas empresas têm sucesso e crescem, enquanto outras falham e saem do mercado. Os países com um ambiente de negócios que permite esse processo podem aproveitar melhor os benefícios da transformação digital do que os países em que essas mudanças são mais difíceis e lentas.
De acordo com a OCDE, estudos recentes mostram que a difusão de tecnologias digitais é tipicamente mais avançada em setores onde a entrada e saída de empresas é maior. Isso é consistente com a ideia de que novos entrantes: 1) possuem uma vantagem comparativa na comercialização de novas tecnologias; 2) colocam pressão indireta sobre empresas estabelecidas para adotar novas tecnologias; e 3) podem alcançar mais plenamente seu potencial quando têm espaço suficiente para crescer, o que é acomodado pela saída de empresas ineficientes.
Além disso, segundo a OCDE, a adoção digital será facilitada pela alocação eficiente de recursos, uma vez que os incentivos de uma empresa para experimentar tecnologias digitais incertas / arriscadas serão moldados pela capacidade percebida de aumentar rapidamente as operações em caso de sucesso ou, então, de reduzir rapidamente as operações e potencialmente sair do mercado a baixo custo em caso de falha. Porém, nos anos recentes, muitos países da OCDE registram declínio no dinamismo empresarial, refletido na redução das taxas de entrada e saída das empresas, e, consequente, aumento da má alocação de recursos.
Desde a crise financeira, a participação de empresas antigas “não viáveis” tem aumentado, enquanto a produtividade desse grupo vem caindo rapidamente em comparação com às empresas antigas “viáveis”, assim como em relação às empresas mais jovens em geral. De acordo com a OCDE, a quantidade crescente de recursos confinados em empresas “zumbis” improdutivas e a desaceleração nos esforços de reforma das regulamentações que impedem a concorrência no mercado de produtos também contribuíram para a desaceleração da necessária mudança estrutural.
Segundo pesquisa recente da OCDE, que examinou a associação entre o dinamismo empresarial (medido pela taxa de rotatividade) e as medidas selecionadas de intensidade digital, encontrou evidências da existência de um papel positivo para a transformação digital no incentivo ao dinamismo das empresas. Isso está de acordo com a ideia de que a transformação digital reduz as barreiras à entrada e facilita a realocação de recursos. Os resultados também sugerem que os setores mais digitais são os mais dinâmicos, ou seja, com taxas de entrada mais altas, maior rotatividade e maior crescimento pós-entrada.
O dinamismo empresarial não é, todavia, consistentemente alto em todos os setores digitais. É menor em setores onde a automação de tarefas e a participação do comércio eletrônico são maiores. Essas evidências, segundo a OCDE, provavelmente refletem o papel dos elevados custos fixos, dos dados e redes de clientes e fornecedores como uma barreira para novas empresas. Também podem refletir o fato de que o crescimento de empresas em setores altamente automatizados nem sempre envolve a criação direta de novos empregos.
A desaceleração do dinamismo empresarial pode estar refletindo tanto as mudanças na produção como consequência da transformação digital, por exemplo, maior confiança nos intangíveis e custos fixos mais elevados. Também pode ser indicativo de uma mudança na estrutura do mercado, refletindo menores custos de produção, maior penetração de múltiplos mercados e maior intensidade em ativos de conhecimento, que permitem que as empresas digitais aumentem mais rapidamente e gerem retornos crescentes de escala tornando assim potencialmente mais difícil a entrada de novos competidores no mercado.
Políticas de apoio à digitalização para aumento da produtividade. Na avaliação da OCDE, as políticas governamentais deveriam promover uma difusão bem-sucedida para liberar o potencial das TICs e das ferramentas digitais para as empresas aumentarem a produtividade.
Nesse sentido, abordagens para impulsionar a difusão deveriam levar em conta não apenas a empresa individual, mas também as redes de fornecedores, usuários e clientes. Os principais atores e instituições para a difusão de tecnologia incluem também escritórios públicos de transferência de tecnologia, universidades, outras partes interessadas não-governamentais e bancos de testes que podem ajudar a reduzir o risco de investimentos futuros.
Os mecanismos de difusão usados em diferentes países incluem, por exemplo, programas de disseminação industrial, transferência de tecnologia, serviços empresariais baseados em tecnologia, centros de tecnologia aplicada, centros de P&D, troca de conhecimento e instrumentos baseados em demanda. Além disso, redes, parcerias e colaborações de código aberto são cada vez mais importantes na orquestração da difusão.
O apoio ao investimento em TIC também pode fortalecer a difusão tecnológica. Nos países da OCDE as abordagens adotadas para promover o investimento em TIC incluem uma variedade de medidas de políticas:
• Os esquemas comuns de financiamento tendem a fornecer apoio financeiro ou incentivos para a compra de equipamentos de TIC ou para o desenvolvimento de TIC. Por exemplo, os incentivos para investir em P&D parecem estar associados a uma maior adoção de gerenciamento de relacionamento com clientes e computação em nuvem.
• O apoio não financeiro é geralmente fornecido por meio de treinamento direcionado, focado principalmente na digitalização de serviços empresariais, comércio eletrônico ou no uso efetivo da mídia digital.
• Outras abordagens incluem medidas para facilitar a (re)utilização de dados entre organizações e setores (incluindo a adoção de governo digital), promoção de aplicativos de cibermedicina e comércio eletrônico, criação e difusão de conteúdo digital e medidas para promover a atualização da IoT, comunicação máquina-a-máquina.
No que se refere às empresas de menor porte, os governos podem ajudá-las a superar as barreiras ao uso de ferramentas digitais avançadas. Na avaliação da OCDE, além de políticas que estimulem o investimento em TIC, os governos podem atuar na criação de condições favoráveis à adoção de TICs, tais como o desenvolvimento de habilidades e dinamismo empresarial, e abordar desafios específicos enfrentados pelas PMEs mediante políticas mais direcionadas. Exemplos incluem:
• Apoiar esquemas para facilitar a adoção de novas ferramentas particularmente benéficas para as PMEs. Um exemplo é a computação em nuvem, que requer investimento inicial limitado ao ser pago como serviço e oferece atividades flexíveis para aumentar ou diminuir as atividades.
• Medidas que ajudam as PMEs a superar obstáculos para melhor explorar e proteger a propriedade intelectual e alavancar outros intangíveis. Isso pode incluir, por exemplo, o desenvolvimento de habilidades ou medidas para superar obstáculos ao acesso à propriedade intelectual, tais como encargos administrativos e mecanismos complexos e caros de litígio e execução.
• Isenções de certas regras para as PMEs, quando estas facilitam o cumprimento normativo. Por exemplo, o Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE inclui uma exceção para organizações com menos de 250 funcionários com relação à manutenção de registros de dados.
• Políticas focalizadas em empresas de menor porte devem, contudo, evitar desincentivos ao crescimento de tamanho para as PMEs. Por exemplo, no caso da simplificação regulatória para as PMEs, as empresas eficientes podem escolher permanecer pequenas para evitar a carga regulatória adicional que pode vir com um certo limite de tamanho.
• Programas que sensibilizem e criem oportunidades para ligações e parcerias entre PME e empresas maiores, a nível nacional e internacional, que ajudem as PMEs a explorar o seu potencial na produção de bens intermédios e serviços digitais.
Estas e outras medidas políticas destinadas a apoiar as PMEs precisam ser consideradas no contexto de uma estratégia digital nacional, a fim de garantir a coerência e a coordenação entre as diferentes medidas relacionadas com as PMEs implementadas em diferentes domínios de intervenção.
Na avaliação da OCDE, o aproveitamento da transformação digital para as empresas confere importância adicional às políticas que estimulam o dinamismo empresarial e a realocação eficiente de recursos. Uma série de políticas pode incentivar uma maior adoção digital por meio da experimentação, seja aumentando as pressões competitivas, seja diminuindo os custos de realocação. Isso inclui:
• Regimes de insolvência que não inibem a reestruturação corporativa e não punem excessivamente o insucesso empresarial, bem como políticas do mercado de trabalho que facilitam as transições de emprego e as políticas do mercado de produtos que não sobrecarregam administrativamente as startups.
• O acesso de empresários a formas apropriadas de financiamento, como o financiamento de capital de risco, juntamente com regimes fiscais corporativos que não favoreçam excessivamente a dívida sobre o financiamento de capital, também estão associados a taxas de adoção digital mais altas.
As empresas também precisam ter acesso ao conjunto certo de recursos. Por exemplo, o gerenciamento de uma empresa qualificada, que toma as decisões de investir e orienta o processo de adoção, foi identificado como um recurso-chave. Práticas de nível empresarial relacionadas a trabalhadores, incluindo sua participação em treinamento ou sua flexibilidade em horas de trabalho, também são importantes nesse contexto.
De acordo com a OCDE, os trabalhadores necessitam ter as habilidades certas, e por isso devem ter a chance de desenvolver continuamente suas habilidades para se manterem atualizados. Os trabalhadores também devem assumir funções nas quais suas habilidades estejam alocadas para seus usos mais produtivos. Além disso, os salários dos trabalhadores, que podem ser usados como proxy para sua produtividade, devem estar positivamente correlacionados não apenas com as suas habilidades numéricas avançadas, mas também com suas capacidades de gerenciamento e comunicação.