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                          Análise IEDI

                          Credito
                          Publicado em: 23/12/2020

                          A Covid-19 e o crédito em 2020

                          No mês de novembro, o total das concessões reais de crédito aumentou +8% frente ao mesmo período do ano anterior, levando o estoque das operações ativas a um valor correspondente a 53,1% do PIB, isto é, semelhante aos níveis vigentes no final de 2015. Isso se deve, porém, tanto à evolução positiva do crédito, como também à expressiva contração do PIB em 2020 devido à Covid-19. 

                          Com praticamente todo o ano coberto pelas estatísticas do Banco Central, já podemos fazer um balanço do crédito em 2020. Em resumo, a alta de +5,9% para o acumulado jan-nov/20 ante jan-nov/19, já descontada a inflação, foi condicionada pelos novos empréstimos do crédito direcionado, com destaque para as modalidades de financiamento das empresas, sobretudo pequenas e médias e do setor de serviços. Além disso, os prazos encolheram e os juros médios assim como a inadimplência tiveram variação negativa.

                          Este perfil deve-se basicamente aos programas emergenciais adotados pelo governo para combater os efeitos econômicos da pandemia, compensando em larga medida o comportamento restritivo dos credores, que, em períodos de crise, tendem a selecionar mais rigorosamente os pedidos de financiamento de seus clientes, levando ao encarecimento das operações e à redução dos recursos contratados.

                          Embora as operações livremente pactuadas entre as partes tenham se expandido +2% em jan-nov/20, sobretudo nos seus primeiros meses do ano (+13,7% em jan-abr/20), o maior impulso veio do crédito oficial, direcionado a modalidades específicas dos programas emergenciais: +47,9% em jan-nov/20, revertendo a tendência de declínio derivada da redução da carteira do BNDES.

                          A maior parte destes novos empréstimos foi concedida às empresas, como mostram as variações a seguir. O crédito às famílias, que já crescia menos que o corporativo no início do ano, perdeu dinamismo com a crise e no acumulado até novembro apresenta mera estabilidade.

                               •  Concessões reais totais: +13,8% em jan-abr/20 e +5,9% em jan-nov/20;

                               •  Concessões reais às empresas: +25,1% em jan-abr/20 e +12,6% em jan-nov/20;

                               •  Concessões reais às famílias: +4,4% em jan-abr/20 e +0,3% em jan-nov/20.

                          As necessidades de financiamento corporativo na primeira metade do ano foram atendidas principalmente pelo crédito livre, concedido sobretudo às grandes empresas. Na segunda metade, depois de resolvidos problemas de desenho e implementação dos programas oficiais, o crédito direcionado saiu na frente. Só assim as empresas de menor porte conseguiram amenizar sua restrição creditícia.

                          A evolução dos estoques por porte da empresa tomadora divulgada pelo BC mostra este ponto. Até jun/20, o saldo de crédito a micro, pequenas e médias empresas havia crescido apenas +4%, já descontada a inflação, enquanto para as grandes empresas a alta era de +13%. No acumulado de 2020 até o mês de novembro, entretanto, o quadro se inverte: +33% no primeiro grupo e +12% no segundo.

                          Setorialmente, foram as empresas de serviços, mais afetadas pela pandemia, que contrataram um volume maior de operações. Seu estoque de crédito avançou 22% em 2020 até o mês de novembro, com destaque para transportes (+22,4%), comércio (+25,2%) e demais serviços prestados às famílias (+34,0%) e às empresas (+46,6%). Para a indústria, o desempenho de +17,9% ficou em linha com o da agropecuária (+17,6%), que pouco sofreu com a crise da Covid-19.

                          A redução dos prazo médios verificada em 2020 foi influenciada pelo forte aumento de operações de curto prazo, frente à abrupta perda de receita por muitas empresas nos piores momentos da pandemia. As concessões do crédito para capital de giro, por exemplo aumentaram +78% em jan-nov/20. Adicionalmente, diretrizes mais conservadoras dos credores também podem ter coibido a contratação de operação de prazo mais longo devido à forte incerteza vigente. 

                          Com a taxa de juros básica (Selic) em patamares historicamente baixos e intensa injeção de liquidez nos mercados pelo BC, contribuindo para a redução dos custos dos credores, os juros médios dos empréstimos recuaram em 2020. Passaram de 23,1% ao ano em jan/20 para 18,7% a.a. em nov/20. As modalidades de empréstimos emergenciais, mais baratos e com garantias públicas, também contribuíram muito para isso.

                          As linhas emergenciais do governo e operações mais baratas, ao lado de uma recuperação do nível de atividade econômica mais rápida e vigorosa do que se esperava no início da pandemia, permitiram que a inadimplência não aumentasse. Na verdade, em termos médios retrocedeu de 3% para 2,2% da carteira total entre jan/20 e nov/20. Este quadro pode vir a mudar se os programas oficiais de crédito criados na pandemia forem abruptamente extintos e se o crescimento econômico vier a perder fôlego na entrada de 2021.

                          Segundo os dados de crédito apresentados pelo Banco Central hoje, o saldo das operações alcançou R$3,9 trilhões em novembro de 2020, apresentando variação positiva de 2,0% em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (novembro de 2019), registrou incremento de 15,6%.

                          A carteira de crédito com recursos livres atingiu R$2,3 trilhões, com acréscimo de 2,5% em relação ao mês anterior e expansão de 16,9% quando comparado com novembro de 2019. A parcela destas operações realizadas junto a pessoas físicas ficou em R$1,2 trilhão, aferindo expansão de 2,7% em relação ao mês imediatamente anterior e, crescimento de 10,7% quando comparado com o mês de novembro de 2019. Para as operações junto a pessoas jurídicas aferiu-se um montante da ordem de R$1,0 trilhão, crescimento de 2,2% em relação ao mês anterior e variação positiva de 24,7% na comparação com o mesmo período de 2019. 

                          O estoque de crédito com recursos direcionados, por sua vez, registrou valor de R$1,7 trilhão em novembro de 2020, indicando expansão de 13,8% frente ao mesmo mês do ano anterior e de 1,3% em relação ao mês imediatamente anterior. O saldo referente as pessoas físicas ficou em R$994,8 bilhões, apresentando um incremento de 11,0% quando comparado ao mês de novembro de 2019. O saldo relativo a pessoas jurídicas foi de R$678,1 bilhões, havendo um acréscimo de 18,1% quando comparado com o mesmo mês do ano anterior.  

                          Para o mês de novembro de 2020, foram concedidos R$376,0 bilhões em novas operações de crédito, apresentando variação positiva de 8,5% frente ao montante de R$346,7 bilhões observado em novembro de 2019. Deste volume apresentado em novembro de 2020, R$328,2 bilhões foram originados de recursos livres e, R$47,9 bilhões de recursos direcionados, o que representou, quando comparados aos mesmos meses do ano anterior, uma variação positiva de 3,9% para recursos livres e de 55,5% para recursos direcionados, respectivamente.

                          Para as concessões de crédito às pessoas físicas a partir de recursos livres, destacaram-se as operações de cartão de crédito (R$122,3 bilhões), crédito pessoal (R$33,4 bilhões) e cheque especial (R$25,9 bilhões). Quanto às pessoas jurídicas, as principais modalidades ficaram para desconto de duplicatas (R$37,0 bilhões), capital de giro (R$36,4 bilhões), cheque especial (R$12,6 bilhões), conta garantida (R$9,9 bilhões) e cartão de crédito (R$6,5 bilhões). 

                          Nas novas concessões de crédito realizadas com recursos direcionados destacaram-se, para pessoas físicas, as modalidades de financiamento imobiliário (R$13,1 bilhões), crédito rural (R$9,7 bilhões), BNDES (R$2,0 bilhões) e microcrédito (R$1,5 bilhão). Para as empresas, as principais modalidades ficaram com o crédito rural (R$3,9 bilhões), BNDES (R$2,9 bilhões) e financiamento imobiliário (R$877 milhões).   

                          Setores. Considerando o saldo total de crédito do sistema financeiro nacional, por atividade econômica, a carteira de operações para o setor de serviços registrou R$988,7 bilhões, o que significa um acréscimo nominal de 26,1% frente a novembro de 2019, e as maiores expansões ficaram por conta de: demais serviços prestados às empresas (50,2%), comércio atacado - bens duráveis e não duráveis (42,5%), comércio varejo – bens não-duráveis (39,6%), demais serviços prestados às famílias (39,1%), outros serviços (38,0%), comércio geral – bens intermediários (33,0%) e transporte via terrestre (27,1%). 

                          Para o setor da indústria aferiu-se o valor de R$720,7 bilhões, variação positiva de 18,3% frente ao mesmo mês do ano anterior e, por fim, o setor agropecuário registrou crédito de R$31,6 bilhões, variação positiva de 17,8% em termos nominais, quando comparado ao registrado no mês de novembro de 2019. 

                          Analisando a distribuição de crédito do sistema financeiro nacional, por controle de capital, temos que as instituições financeiras públicas emprestaram R$1,789 trilhão, representando 45,2% do volume de crédito, as instituições financeiras privadas nacionais concederam R$1,444 trilhão, representando 36,5% e, as instituições financeiras estrangeiras contribuíram com R$721,2 bilhões, representando por sua vez 18,2% do volume total de crédito no sistema financeiro.

                          Juros e Inadimplência: A taxa média de juros das operações contratadas em novembro de 2020 alcançou 18,7% a.a., variação de 0,1 p.p. no mês e declínio de 4,9 p.p. em doze meses. O spread geral das taxas das concessões situou-se em 14,4 p.p., o que representou variações de -0,1 p.p. e de -4,5 p.p., nas mesmas bases de comparação.

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