Análise IEDI
Aceleração das exportações
Os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, para fev/22, mostram exportações no valor de US$ 22,9 bilhões e importações de US$ 18,9 bilhões, de modo a gerar um superávit de US$ 4,0 bilhões. Foi o segundo melhor resultado nas últimas décadas para um mês de fevereiro, ficando por pouco atrás apenas de fev/17 (US$ 4,2 bilhões).
Com um desempenho exportador mais forte em fev/22 do que nos meses anteriores, o total de vendas externas do país no primeiro bimestre do ano aumentou +29% em relação ao mesmo período de 2021 pelas médias diárias.
Assim, ao que tudo indica a trajetória de desaceleração das exportações, que vinha se desenhando até então, devido à recomposição das bases de comparação, pode ter sido estancada no primeiro quarto de 2022, como indicam as variações interanuais a seguir. Isso, contudo, ainda vai depender dos efeitos dos conflitos armados na Europa sobre o comércio global.
• Exportação total: +50,3% no 2º trim/21; +40,2% no 3º trim/21; +25,8% no 4º trim/21 e +29,0% no 1º bim/22;
• Exportações da agropecuária: +30,2%; +13,7%; +27,7% e +106,4%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: +116,1%; +73,1%; +27,1% e -7,1%;
• Exportações da indústria de transformação: +37,4%; +34,9%; +25,7% e +32,4%, respectivamente.
Embora o maior avanço tenha fica a cargo das exportações da agropecuária, em muito devido à soja (+293% ante jan-fev/21), foi a ampliação das vendas externas da indústria de transformação que responderam pela maior parte do adicional exportado neste início de ano em relação a 2021. Tomadas as médias diárias, o que a indústria exportou a mais foi equivalente a 63% da expansão dos embarques totais no 1º bim/22.
Embora mais modesta do que a do setor agropecuário, o desempenho recente da indústria de transformação também indica uma aceleração de suas exportações na entrada de 2022. Entre as principais altas estão derivados de petróleo (+176,7% ante jan-fev/21), carne bovina (+62,1%), semiacabados de ferro e aço (+51,9%), farelo de soja (+39,2%) e celulose (+33,1%), entre outros.
Já os embarques da indústria extrativa, voltaram a ficar no vermelho, algo que não ocorria desde meados de 2020. Um dos principais fatores para isso foi o encolhimento de -40,5% das exportações de minérios de ferro frente ao mesmo período do ano anterior, segundo as médias por dias úteis.
Do lado das importações, o primeiro bimestre de 2022 deu continuidade à tendência de desaceleração, à qual a perda de dinamismo da economia brasileira tende a contribuir. A agropecuária viu suas importações caírem -9,4% ante o 1º bim/21. Na indústria de transformação, o resultado de jan-fev/22 (+17%) aponta para um ritmo de crescimento que é a metade daquele do final de 2021 (+36,1% no 4º trim/21).
O único setor onde as importações seguem firme foi a indústria extrativa (+204,5% no 4º trim/21 e +220% no 1º bim/22), sob influência do preço do petróleo e seus derivados. Em jan-fev/22, nossas importações de óleos brutos de petróleo aumentaram +205% e as de gás natural, +386% frente ao mesmo período do ano anterior, segundo as médias diárias.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, no mês de fevereiro de 2022 o saldo da balança comercial brasileira registrou superávit de US$4,049 bilhões, variação de 120,5% frente ao valor alcançado no mesmo período do ano anterior, US$1,836 bilhões.
As exportações registraram valor de US$22,913 bilhões, representando expansão de 25,9% em relação a fevereiro de 2021, pela média diária. As importações totalizaram US$18,864 bilhões, o que significou expansão de 16,8% na mesma base de comparação, considerando os 20 dias úteis do mês.
No mês de fevereiro de 2022 as médias diárias das exportações alcançaram US$1.146 milhões e das importações registradas ficaram em US$943 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (22,5%) - China (+12,7% com aumento de US$ 35,2 milhões na média diária); Singapura (+546,7% com aumento de US$ 31,4 milhões na média diária); Coreia do Sul (+67,1% com aumento de US$ 10,4 milhões na média diária); Tailândia (+243,2% com aumento de US$ 9,8 milhões na média diária); Vietnã (+66,7% com aumento de US$ 5,1 milhões na média diária); Europa (44,33%) - Espanha (+131,1% com aumento de US$ 18,4 milhões na média diária); Portugal (+247,1% com aumento de US$ 14,1 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+49,9% com aumento de US$ 11,7 milhões na média diária); Rússia (+218,7% com aumento de US$ 9,8 milhões na média diária); Bélgica (+63,3% com aumento de US$ 8,7 milhões na média diária) América do Sul (44,76%) - Argentina (+30,4% com aumento de US$ 12,8 milhões na média diária); Chile (+58,0% com aumento de US$ 12,2 milhões na média diária); Colômbia (+66,4% com aumento de US$ 6,8 milhões na média diária); Uruguai (+58,3% com aumento de US$ 4,6 milhões na média diária); Peru (+42,0% com aumento de US$ 3,8 milhões na média diária); América do Norte (34,27%) - Estados Unidos (+34,4% com aumento de US$ 33,5 milhões na média diária); México (+64,8% com aumento de US$ 9,7 milhões na média diária); Canadá (+9,1% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); América Central e Caribe (58,51%) - Bonaire, Saint Eustatius e Saba (+94.573,1% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); República Dominicana (+258,6% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Cuba (+535,0% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); Panamá (+81,3% com aumento de US$ 1,3 milhões na média diária); Guatemala (+68,8% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Oriente Médio (11,93%) - Israel (+348,3% com aumento de US$ 9,1 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+65,6% com aumento de US$ 4,4 milhões na média diária); Líbano (+250,2% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Jordânia (+50,2% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Irã (+3,7% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Oceania (26,79%) - Austrália (+31,3% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Nova Zelândia (+93,1% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Polinésia Francesa (+744,2% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (65,5%) - Egito (+134,1% com aumento de US$ 5,9 milhões na média diária); África do Sul (+102,1% com aumento de US$ 4,5 milhões na média diária); Nigéria (+178,6% com aumento de US$ 2,7 milhões na média diária); Libéria (+170,0% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); República Centro-Africana (+10.914,5% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (23,68%) - China (+27,3% com aumento de US$ 51,3 milhões na média diária); Índia (+41,4% com aumento de US$ 9,1 milhões na média diária); Coreia do Sul (+13,3% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); Japão (+16,4% com aumento de US$ 3,1 milhões na média diária); Tailândia (+22,2% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); Europa (15,91%) - Bélgica (+181,6% com aumento de US$ 14,2 milhões na média diária); Finlândia (+299,8% com aumento de US$ 7,3 milhões na média diária); Rússia (+32,7% com aumento de US$ 6,3 milhões na média diária); Espanha (+35,7% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); Itália (+17,1% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); América do Norte (40,24%) - Estados Unidos (+44,4% com aumento de US$ 57,2 milhões na média diária); Canadá (+94,5% com aumento de US$ 8,5 milhões na média diária); América Central e Caribe (18,05%) - Trinidad e Tobago (+65,1% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Costa Rica (+210,4% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Porto Rico (+38,8% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária) • Oriente Médio (41,86%) - Omã (+223,3% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Catar (+67,6% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Coveite (Kuweit) (+1.021,7% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária); Barein (+67,8% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); Irã (+475,2% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); Oceania (324,32%) - Austrália (+353,5% com aumento de US$ 8,9 milhões na média diária); África (33,34%) - Congo (+- com aumento de US$ 4,4 milhões na média diária); Nigéria (+215,8% com aumento de US$ 2,8 milhões na média diária); Argélia (+193,1% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Egito (+67,3% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Togo (+- com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária).
Houve queda das importações, principalmente, dos seguintes países: América do Sul (-3,85%) - Argentina (-16,7% com queda de US$ -8,4 milhões na média diária); Paraguai (-21,8% com queda de US$ -3,7 milhões na média diária); Colômbia (-4,0% com queda de US$ -0,3 milhões na média diária); Guiana (-100,0% com queda de US$ -0,2 milhões na média diária).