Análise IEDI
Exportações industriais em alta
Os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia apontam desaceleração das exportações brasileiras no segundo trimestre de 2022, mas não devido às vendas externas da indústria de transformação, que mantiveram seu ritmo de expansão.
Ao todo, o país exportou US$ 91,3 bilhões no 2º trim/22 e importou US$ 69,3 bilhões, preservando o desempenho positivo da balança comercial, de US$ 22 bilhões. No acumulado da primeira metade do presente ano, os fluxos de comércio exterior somaram: US$ 164,0 bilhões em exportações e US$ 129,8 bilhões de importações, com com saldo positivo de US$ 34,2 bilhões.
Na evolução recente, contudo, as exportações que cresciam, segundo as médias por dias úteis, +26,4% no 4º trim/21 e +28,6% no 1º trim/22, frente ao mesmo período do ano anterior, perderam velocidade e registraram +13,4% no 2º trim/22.
Como mostram as variações a seguir, também na comparação internanual e por dias úteis, este desempenho deveu-se a uma piora dos resultados das vendas externas da agropecuária e, sobretudo, da extrativa mineral.
• Exportações totais: +26,4% no 4º trim/21; +28,6% no 1º trim/22 e +13,4% no 2º trim/22
• Exportações da agropecuária: +27,7%; +60,2% e +12,8%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: +27,1%; +1,5% e -13,7%;
• Exportações da indústria de transformação: +25,7%; +33,3% e +30,4%, respectivamente.
A indústria de transformação, por sua vez, aumentou suas exportações em linha com o que vinha ocorrendo, acumulando na primeira metade do ano uma alta de +31,6%, muito à frente, portanto, do total das exportações do país, que registrou +19,5%, segundo as médias diárias.
Deste modo, do adicional das exportações do país entre jan-jun/22 em relação a jan-jun/21, que foi de US$ 27,9 bilhões, a ampliação das vendas externas da indústria respondeu por uma parcela preponderante de 77%. Em outros termos, se há aumento de exportações no período, muito se deve à indústria.
Do lado das importações, embora a indústria de transformação também tenha mantido ritmo robusto de crescimento, quem, mais uma vez, apresentou a maior taxa de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado foi a indústria extrativa, de +92,5%, muito influenciada, como se sabe, pelo aumento dos preços das commodities.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, o saldo da balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,8 bilhões no mês de junho de 2022, variação de -15,4% frente ao resultado alcançado no mesmo período do ano anterior, de US$ 10,4 bilhões.
As exportações registraram valor de US$ 32,7 bilhões, representando expansão de 15,6% em relação a junho de 2021, pela média diária. As importações totalizaram US$ 23,8 bilhões, o que significou expansão de 33,7% na mesma base de comparação, considerando os 22 dias úteis do mês.
Para o mês de junho de 2022, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 1.555,9 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 1.136,3 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (0,27%) - Singapura (+122,1% com aumento de US$ 24,6 milhões na média diária); Bangladesh (+181,3% com aumento de US$ 14,6 milhões na média diária); Índia (+69,1% com aumento de US$ 12,0 milhões na média diária); Tailândia (+47,7% com aumento de US$ 7,7 milhões na média diária); Indonésia (+27,9% com aumento de US$ 1,9 milhões na média diária); Europa (19,98%) - Espanha (+80,4% com aumento de US$ 25,3 milhões na média diária); Portugal (+110,1% com aumento de US$ 10,8 milhões na média diária); Alemanha (+39,4% com aumento de US$ 8,1 milhões na média diária); Bélgica (+50,6% com aumento de US$ 7,7 milhões na média diária); Reino Unido (+31,1% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); América do Sul (41,11%) - Argentina (+55,0% com aumento de US$ 26,9 milhões na média diária); Chile (+64,7% com aumento de US$ 15,8 milhões na média diária); Colômbia (+55,4% com aumento de US$ 6,9 milhões na média diária); Uruguai (+35,4% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Bolívia (+29,3% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); América do Norte (41,67%) - Estados Unidos (+47,4% com aumento de US$ 61,8 milhões na média diária); México (+35,1% com aumento de US$ 9,5 milhões na média diária); Canadá (+11,4% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); América Central e Caribe (44,34%) - Virgens, Ilhas (Americanas) (+161.569,5% com aumento de US$ 4,1 milhões na média diária); República Dominicana (+232,4% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); Costa Rica (+259,1% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Panamá (+37,5% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Cuba (+48,8% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Oriente Médio (34,01%) - Irã (+128,3% com aumento de US$ 11,3 milhões na média diária); Israel (+310,4% com aumento de US$ 5,2 milhões na média diária); Arábia Saudita (+47,1% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Iraque (+99,2% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Barein (+15,3% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Oceania (15,78%) - Nova Zelândia (+265,6% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+33,4% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); África (11,07%) - Egito (+71,5% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); Senegal (+632,7% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); Libéria (+100,4% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); África do Sul (+18,4% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Marrocos (+45,2% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (21,26%) - China (+25,1% com aumento de US$ 44,8 milhões na média diária); Índia (+14,4% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Indonésia (+62,3% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Japão (+18,6% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); Coreia do Sul (+13,6% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Europa (12,01%) - Rússia (+54,7% com aumento de US$ 14,3 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+63,4% com aumento de US$ 3,7 milhões na média diária); Bélgica (+23,3% com aumento de US$ 2,0 milhões na média diária); Suíça (+20,2% com aumento de US$ 2,0 milhões na média diária); Noruega (+81,5% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); América do Sul (31,15%) - Argentina (+38,2% com aumento de US$ 17,7 milhões na média diária); Guiana (+67.515,2% com aumento de US$ 4,4 milhões na média diária); Colômbia (+60,8% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Chile (+17,0% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Uruguai (+31,4% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); América do Norte (59,03%) - Estados Unidos (+47,9% com aumento de US$ 67,3 milhões na média diária); Canadá (+402,5% com aumento de US$ 29,2 milhões na média diária); México (+8,6% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); Oriente Médio (83,24%) - Emirados Árabes Unidos (+153,2% com aumento de US$ 11,6 milhões na média diária); Israel (+155,1% com aumento de US$ 7,5 milhões na média diária); Arábia Saudita (+47,2% com aumento de US$ 5,8 milhões na média diária); Omã (+119,6% com aumento de US$ 5,1 milhões na média diária); Catar (+16,2% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Oceania (845,99%) - Austrália (+950,3% com aumento de US$ 20,4 milhões na média diária); África (62,42%) - Marrocos (+282,9% com aumento de US$ 14,7 milhões na média diária); Nigéria (+109,3% com aumento de US$ 6,6 milhões na média diária); Egito (+64,6% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Angola (+74,7% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Congo (+875.273,4% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária). Houve queda nas exportações, principalmente, dos seguintes países: América Central e Caribe (-1,47%) - Panamá (-84,4% com queda de US$ -0,5 milhões na média diária); Trinidad e Tobago (-11,8% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária).