Carta IEDI
Os efeitos da Covid-19 sobre a indústria, segundo a intensidade tecnológica
A pandemia de Covid-19 impactou fortemente a indústria, por dificultar o acesso a peças e componentes, sobretudo importados, por exigir alterações substanciais no funcionado das linhas de produção para atender a necessidade de distanciamento e isolamento social e por deprimir a demanda agregada, reduzindo muito o tamanho de seus mercados.
Embora no Brasil os problemas tenham se agravado muito já no mês de março, o efeito mais adverso foi sentido no 2º trim/20, quando a produção industrial acumulou retração de -19,4% frente ao mesmo período do ano anterior. O resultado na indústria de transformação foi ainda mais grave: -21,8% na mesma comparação. Nos meses de maio e junho, alguma reação já foi registrava, mas muito insuficiente para compensar as perdas anteriores.
Com isso, o encolhimento da indústria brasileira devido à Covid-19 na primeira metade de 2020 supera largamente os retrocessos da grave crise de 2015-2016. Em jan-jun/20, a indústria geral caiu -10,9% e a de transformação -11,9%. E vale lembrar que o desempenho já havia sido pífio em 2019: -1,1% e apenas +0,2%, respectivamente. Ou seja, as crises se acumulam e os anos de recuperação são poucos e fracos.
Nesta Carta IEDI, o desempenho industrial em 2020 é detalhado de acordo com quatro faixas de intensidade tecnológica, seguindo a versão mais atual da classificação publicada pela OCDE.
As faixas de alta, de média-alta e de média intensidade são formadas apenas por ramos da indústria de transformação, enquanto a de média-baixa tecnologia abarca toda a extração mineral e atividades da indústria de transformação. A indústria não apresenta ramos pertencentes à faixa de baixa intensidade tecnológica, que é constituída por atividades de serviços e agropecuárias.
A seguir, os principais destaques:
A indústria de alta tecnologia não foi a que mais perdeu produção na pandemia, registrando -9,6% no 1º sem/20, mas sobrepõe quedas, já que também ficou no vermelho na primeira metade do ano passado (-6,3%). Quase todos os seus ramos registraram recuos expressivos, notadamente, a fabricação de aeronaves, com -49,7% em jan-jun/20. A exceção foi o ramo farmacêutico (+2%), o que não é surpreendente dada a natureza sanitária da crise atual.
O grupo de média-alta tecnologia é quem tem liderado as perdas, com variação de -23,8% no 1ºsem/20 frente ao mesmo período do ano anterior. Seu retrocesso, que vem desde o 3º trim/19, foi muito agravado com a Covid-19 levando a uma perda de -42,8% no 2º trim/20. Muito disso deveu-se à indústria automobilística (-73,5% no 2º trim/20), mas também à produção de bens de capital e outros equipamentos de transporte.
Na indústria de média intensidade tecnológica, a produção declinou -14,6% no acumulado do primeiro semestre de 2020, puxada pelo resultado do 2º trimestre do ano (-25,7%). Ramos decisivos para este desempenho foram metalurgia, minerais não metálicos e borracha e plástico.
Já na média-baixa tecnologia, no que diz respeito à indústria de transformação, as perdas foram bastante inferiores àquelas das demais faixas: apenas -4,6% no acumulado da primeira metade de 2020. O 2º trimestre do ano também trouxe deterioração, mas ficou em um patamar menos grave que os demais: -9,7%. Esta evolução está associada à resiliências de alguns dos seus mais importantes ramos, dada a essencialidade de seus produtos, como o de alimentos, bebidas e fumo, que manteve expansão de +0,5% em jan-jun/20 e +1% apenas no 2º trim/20.
Panorama da indústria em 2020
Embora não haja sinais claros de redução do número de casos de covid-19, várias localidades do país avançaram no relaxamento das medidas de isolamento social a partir do mês de junho, o que ajudou a indústria geral (extrativa e de transformação) a apresentar seu segundo mês de incremento no contraste com o mês imediatamente anterior (série dessazonalizada), 8,9%. Na passagem de abril para maio, o aumento havia sido de 8,2%. Porém tais acréscimos não recuperaram as perdas de março e de abril pela mesma base comparativa, expondo as dificuldades da retomada.
Tais óbices podem ser visualizados pelas demais bases de comparação. A produção física da indústria geral em junho retrocedeu 9,0% frente ao mesmo mês de 2019. Considerando o contraponto entre o segundo trimestre e igual período do ano passado, a queda foi de 19,4%. Desse modo, o acumulado do ano e o em doze meses declinaram 10,9% e 5,6%, respectivamente.
Esses números foram puxados, sobretudo, pela indústria de transformação. No confronto entre mês e mês imediatamente anterior (dados livres de sazonalidade), em junho, a indústria de transformação cresceu 9,9%, tendo se expandido 12,6% na passagem de abril para maio. Todavia o setor recuou nos três meses anteriores e de modo mais agudo que a indústria geral.
Contrapondo os meses de junho e os segundos trimestres de 2020 e de 2019, a produção física da indústria de transformação sofreu declínio de 10,1% e de 21,8%, respectivamente. Essas retrações concorreram para o retrocesso de 11,9% no primeiro semestre vis-à-vis igual acumulado de 2019, bem como para a queda de 5,7% em doze meses.
Já a extração mineral produziu 5,6% a mais em junho frente a maio pela série livre de efeitos sazonais. Embora não tenha sofrido declínios tão expressivos quanto os da indústria de transformação em março e abril, experimentou queda contínua de setembro de 2019 até maio último. Contrapondo meses de junho, a queda foi de 1,0%. Apesar de tanto, logrou aumento de 0,6% no segundo trimestre. Porém o desempenho adverso no primeiro trimestre do ano concorreu para as taxas negativas na comparação entre primeiros semestres, -2,8%, e em doze meses, -5,1%.
A indústria geral por intensidade tecnológica
A OCDE tem empregado há algum tempo uma taxonomia para a indústria de transformação, classificando seus distintos ramos por intensidade tecnológica, baseada em gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse esforço foi aprimorado por Hatzichronoglou, em estudo publicado pela própria OCDE.
Este material serviu de base para que o IEDI estruturasse os dados da indústria de transformação constantes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), obtendo a produção por faixas de intensidade tecnológica, a saber, alta, média-alta, média-baixa e baixa.
Em 2016, Galindo-Rueda e Verger, ampliaram o alcance dessa classificação, ao abarcar todas as atividades econômicas sistematizadas na revisão 4 da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU). A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada no Brasil e, por conseguinte, na PIM-PF, segue a CIIU. Nesse esforço e com a atualização de indicadores de P&D realizada pelos autores, foram definidas cinco faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa.
A PIM-PF encampa duas das quatro seções que constituem o setor industrial: a indústria extrativa e a indústria de transformação. Ambas compõem a chamada indústria geral. Pelo estudo de 2016, nenhum dos ramos cobertos pela PIM-PF faz parte da faixa de baixa intensidade tecnológica. Esta é composta pela agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; pelas duas outras atividades industriais (produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção); e amplo conjunto de serviços (alguns serviços compõem as faixas de alta, de média-alta e de média-baixa intensidade tecnológica).
Assim todos os ramos da indústria de transformação se encontram classificados nas faixas de alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica, enquanto toda a extração mineral está dentro do segmento de média-baixa intensidade.
A tabulação a seguir traz uma síntese dos dados por intensidade tecnológica para o mês de junho, considerando tanto a indústria geral quanto a de transformação por intensidade tecnológica, focando nas comparações entre mês, segundo trimestre e primeiro semestre contra seus equivalentes de 2019, bem como no contraponto em doze meses.
Três dos quatro segmentos da indústria geral por intensidade tecnológica experimentaram declínio em junho frente ao sexto mês de 2019. Apenas a faixa de alta intensidade logrou incremento, 1,0%. As faixas de média-alta e de média intensidade sofreram queda de dois dígitos, enquanto a de média-baixa, recuo de 1,6%. Nas demais bases de comparação todas as faixas se retraíram, novamente com os segmentos de média-alta e média intensidade tendo os maiores retrocessos.
A faixa de alta intensidade registrou acréscimo de 1,0% na comparação entre meses de junho, puxada pela indústria farmacêutica. Apesar de positivo, o resultado de junho não fez frente para evitar os expressivos declínios da produção dessa faixa nas demais bases de comparação. Na comparação entre segundos trimestres e primeiros semestres, as quedas foram de 15,3% e de 9,6%, respectivamente. Em doze meses, recuo de 4,8%. Em todas essas bases comparativas, o complexo eletrônico concorreu para a retração.
O segmento de média-alta intensidade produziu 25,0% menos no confronto entre meses de junho, com retração, de 42,8% no segundo trimestre. Essas quedas concorreram para que o primeiro semestre experimentasse recuo de 23,8% e que, em doze meses, caísse 11,9%.
Em todas as comparações, a indústria automotiva puxou tais performances, com taxas negativas de dois dígitos ainda mais pronunciadas. Os ramos de máquinas e equipamentos, de material elétrico e a indústria química (exceto farmacêuticos) também sofreram declínios nas quatro bases de comparação.
A indústria de média intensidade retrocedeu 15,9% no sexto mês e 25,7% em abril-junho, comparando com iguais períodos de 2019. Tais retrações culminaram nos declínios de 14,6% no primeiro semestre e de 9,1% em doze meses. Com peso relevante nessa faixa, a metalurgia puxou todos esses resultados. Nessas bases de comparação, as quedas foram generalizadas.
O segmento de média-baixa intensidade também sofreu declínio nas três bases de comparação, com a retração de 1,6% em junho e de 7,7% no segundo trimestre, concorrendo para as quedas de 4,2% no acumulado dos seis primeiros meses e de 2,1% em doze meses.
O conjunto dos ramos da indústria de transformação da faixa média-baixa se retraíram 1,8% em junho e de 9,7% no segundo trimestre. Daí as retrações de 4,6% no primeiro semestre e de 1,3% em doze meses.
Tais variações ocorreram com retrações bastante agudas do ramo têxtil, de vestuário, calçados e artigos de couro. O ramo madeireiro, de papel, celulose e impressos, bem como o de produtos metálicos (exceto armas, munições etc.) também registraram quedas nessas quatro bases comparativas.
Mesmo a portentosa indústria de alimentos, bebidas e fumo tendo logrado taxas positivas nessas bases de comparação, não foi suficiente para taxas positivas. Cumpre frisar que a indústria geral de média-baixa intensidade também encampa a extração mineral, que só logrou ligeira expansão na comparação entre primeiros semestres.
Indústria de transformação de alta intensidade tecnológica
Em junho último, a faixa de alta intensidade tecnológica logrou variação de 1,0%, incremento importante considerando o contexto de pandemia e que a produção de aviões retrocedeu segundo o IBGE. Ainda assim, a retração no segundo trimestre foi de 15,3%, culminando quedas de 9,6% no primeiro semestre e de 4,8%. A fabricação de aviões também diminuiu nesse contraponto entre acumulado do ano de 2020 e igual semestre de 2019, como apontou o IBGE. Em doze meses, a produção física do segmento de alta intensidade tecnológica caiu 4,8%.
A indústria farmacêutica, como seria de esperar, logrou os melhores resultados dessa faixa, expandindo-se 13,1% em junho em relação a igual mês de 2019, contribuindo para os aumentos de 3,7% no comparativo entre segundos trimestres e de 2,0% no primeiro semestre. Entretanto, ainda não foi o suficiente para taxa positiva em doze meses, variação de -1,0%.
Quanto ao complexo eletrônico, sua produção caiu 4,9% em junho, com retração de 28,8% no segundo trimestre. Esse desempenho em abril-junho concorreu para os declínios de 15,5% na metade inicial do ano e de 5,0% em doze meses.
Dentro do complexo eletrônico, a produção de equipamentos de áudio, vídeo e comunicação, que inclui a fabricação de componentes eletrônicos, muitos dos quais usados noutros segmentos, logrou recuperação em junho frente ao mesmo mês de 2019, expansão de 10,1%. Apesar desse aumento de dois dígitos, o segundo trimestre retrocedeu 24,5%, o que puxou as quedas de 14,2% no acumulado do ano e de 4,9% em doze meses.
O comportamento específico desse ramo se deveu basicamente ao Polo Industrial de Manaus, dado que a pandemia na capital amazonense, vis-à-vis o Brasil, teve impacto mais agudo em abril e maio, mas com arrefecimento contundente já em junho, com as autoridades estaduais e municipais flexibilizando medidas de distanciamento social antes de outros lugares do País.
Os dois outros ramos do complexo eletrônico se retraíram nas quatro bases de comparação em evidência. A fabricação de material de escritório e informática recuou 31,5% no confronto entre meses de junho, com o segundo trimestre declinando 38,6%. Isso puxou as quedas de 18,7% no primeiro semestre e de 4,9% em doze meses.
Quanto à fabricação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico, sua produção retrocedeu 28,3% em junho e 35,6% no segundo trimestre. Essas retrações concorreram para as quedas de 17,0% no acumulado do ano e de 6,1% em doze meses.
Indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica
A faixa de média-alta intensidade tecnológica foi a que mais sentiu os efeitos da pandemia: retração de 25,0% em junho, com queda ainda mais contundente no segundo trimestre, de 42,8%. Logo o primeiro semestre sofreu declínio de 23,8%, enquanto, em doze meses, a queda foi de 11,9%.
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias puxou o retrocesso da indústria de transformação de média-alta intensidade, com significativas quedas em junho e no segundo trimestre, recuos de 51,6% e de 73,5%, respectivamente. Daí as quedas de 43,6% no acumulado até o sexto mês do ano e de 21,3% em doze meses, expressando as paralisações das montadoras em meio às medidas de isolamento no período.
Os ramos mais associados à indústria de bens de capital, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e fabricação de máquinas e equipamentos (M&E), sofreram queda em junho: de 2,2% e de 19,7%, respectivamente.
No caso da produção de máquinas e aparelhos elétricos, a queda no segundo trimestre foi de 27,7%, puxando os retrocessos de 13,6% no primeiro semestre e de 6,1% em doze meses. Quanto à fabricação de M&E apresentou recuo de 32,3% em abril-junho, o que concorreu para as retrações de 16,7% no acumulado até o sexto mês e de 8,3% em doze meses.
A indústria química (exclusive produtos farmacêuticos) retrocedeu 2,2% no contraponto entre meses de junho e 8,9% na comparação entre segundo trimestre de 2020 e seu equivalente de 2019. Desse modo, sua produção caiu 4,2% no primeiro semestre e 3,8% em doze meses.
A fabricação de instrumentos e materiais (I&M) de uso médico e odontológico e artigos óticos registrou um dos piores desempenhos dessa faixa. Em junho, sua produção diminuiu 38,8%, com queda de 47,5% no segundo trimestre. Dessa forma, desses instrumentos e artigos foram fabricados 27,1% a menos no primeiro semestre e 11,9% a menos em doze meses.
Pode causar estranheza tais declínios em ramo ligado ao setor de saúde em meio à pandemia, porém seu comportamento se deveu à menor produção de itens ligados à oftalmologia e à ortopedia, dissociados da covid-19.
Indústria de transformação de média intensidade tecnológica
A produção física da faixa de média intensidade retrocedeu 15,9% na comparação entre meses de junho e 25,7% no segundo trimestre. Consequentemente, sofreu queda de 14,6% no acumulado até o sexto mês e de 9,1% em doze meses.
A maior retração na contraposição entre meses de junho ocorreu na metalurgia, redução de 25,3%. No segundo trimestre, a produção diminuiu 29,1%. Não por menos o ramo retrocedeu 15,8% na primeira metade do ano e 10,8% em doze meses.
Outro ramo intensivo em recursos naturais, a fabricação de produtos minerais não-metálicos, recuou 6,3% no sexto mês e 22,4% no segundo trimestre, puxando para baixo a produção no primeiro semestre, queda de 13,7%, e em doze meses, retrocesso de 7,0%.
O ramo de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos declinou 17,7% em junho e 19,4% no segundo trimestre. Tais retrações concorreram para a retração de 15,3% no primeiro semestre e 11,8% em doze meses.
Quanto à fabricação de borracha e produtos plásticos, em junho, sua produção caiu 9,7%, enquanto no segundo trimestre o declínio foi de 24,5%. Essas quedas culminaram nas retrações de 12,7% no primeiro semestre e de 7,0% em doze meses.
A fabricação de bens diversos (exclusive I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos) apresentou queda de 20,0% no sexto mês e 36,9% em abril-junho. Desse modo, sua produção retrocedeu 19,5% no primeiro semestre e 7,4% em doze meses.
Indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica
O conjunto de ramos da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica teve queda de 1,8% no contraponto entre meses de junho e de 9,7% no segundo trimestre. Dessa forma, sua produção caiu 4,6% no primeiro semestre e 1,3% em doze meses.
O agrupamento mais expressivo dentre os ramos dessa faixa, o das indústrias de alimentos, bebidas e de fumo foi o único dos ramos a se expandir nas três bases comparativas evidenciadas. Cresceu 8,0% na comparação entre meses de junho, puxando o resultado do segundo trimestre, 1,0%. No acumulado do ano até o sexto mês, logrou incremento de 0,5%, enquanto, em doze meses, o aumento foi de 1,6%.
A fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis observou retração de 1,0% em junho e de 2,7% no segundo quarto do ano frente a seus equivalentes de 2019. Ainda assim, esse ramo registrou taxas positivas no primeiro semestre e em doze meses, ambas de 3,7%.
Todavia o outro ramo dessa faixa relativamente intensivo em recursos naturais, a produção do conjunto dos ramos madeireiro, de papel e celulose, gráficas e afins, experimentou variações negativas nas quatro bases comparativas em questão. Em junho e no segundo trimestre de 2020, os declínios foram de 3,1% e de 13,7%, respectivamente. Essas reduções concorreram para as quedas de 8,1% no primeiro semestre e de 5,8% em doze meses.
A fabricação de produtos de metal (exceto M&E e equipamentos bélicos, armas e munições), a seu turno, passou por retração maior no contraponto entre meses de junho, de 8,3%, significativa, mas inferior à observada pelo próprio ramo no segundo trimestre, queda de 22,5%. Desse modo, o primeiro semestre foi de declínio de 12,4% no acumulado do ano, enquanto, o acumulado de doze meses até junho também teve recuo, de 4,7%.
As maiores retrações foram as registradas pelo conjunto de atividades da indústria de transformação dessa faixa que usa mais intensivamente recursos humanos, as indústrias de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados: queda de 39,6% no sexto mês e de 53,2% em abril-junho. Tais retrações concorreram para os recuos de dois dígitos no primeiro semestre, de 31,4%, em doze meses, de 14,7%.