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                          Carta IEDI

                          Edição 1146
                          Publicado em: 06/06/2022

                          O papel da indústria na retomada do emprego formal

                          Sumário

                          O início de 2022 tem apresentado resultados positivos para o mercado de trabalho, com crescimento do número de ocupados. O contingente de pessoas trabalhando no setor privado, no 1º trim/22 avançou +11,0% em relação ao mesmo período de 2021 e chegou a um patamar 2,8% superior ao observado no 1º trim/20, quando os primeiros efeitos da pandemia começaram a ser sentidos na economia brasileira. 

                          Todos os principais setores econômicos apresentaram altas substantivas em relação a um ano atrás, mas os serviços, cuja ocupação se contraiu a taxas de dois dígitos por quatro trimestres seguidos até o início de 2021, é quem liderou este movimento no 1º trim/22, com +13,1%. Em seguida, veio o comércio, que também teve recuos intensos na pandemia, com +12,2%. 

                          Estes dois setores, comércio e serviços, se beneficiaram muito da ampliação da cobertura vacinal contra a Covid-19 e o controle da variante ômicron no início de 2022, permitindo a continuidade da sua reabertura.

                          Na indústria de transformação, cuja ocupação encolheu menos na pandemia, registrou crescimento de +8,3% no 1º trim/22 ou 852 mil ocupados a mais do que no mesmo trimestre de 2021, o equivalente a 10% do aumento da ocupação total no setor privado neste mesmo período. Dos 23 ramos industriais da Pnad, 17 registraram aumento do emprego, uma parcela de 74% do total.

                          Vale destacar que o emprego com carteira assinada foi o principal responsável pelo aumento da ocupação na indústria de transformação. O emprego formal no setor cresceu +8,8% frente ao 1º trim/21 ou 583 mil postos a mais. Isso significa que 68,5% da ocupação criada pela indústria entre o início de 2021 e o início de 2022 consistiram em postos com carteira assinada, em concordância com a maior formalização do emprego industrial (65,2%). 

                          Esta fração foi muito superior à do comércio e serviços, cuja participação do emprego formal nos novos postos de trabalho criados foi de 47,9% e 31,3%, respectivamente. Estes setores tem níveis de formalidade inferiores ao da indústria (47,2% e 39,9%), embora não sejam os piores neste critério, posição ocupada por construção, com 22,6%, e agropecuária, com somente 18% de seus ocupados com carteira assinada. 

                          No total do setor privado, a parcela do emprego com carteira no total criado foi de 40,3% e o nível de formalidade chegou a 41,5% no 1º trim/22, o que cai para 37,9% se excluirmos do total a ocupação da indústria de transformação. Ou seja, o setor industrial tem contribuído não apenas para a ampliação do emprego, mas também para a sua formalização, já que emprega majoritariamente com carteira assinada.

                          O IEDI também analisou o comportamento do emprego privado com carteira assinada na indústria de transformação por faixas de intensidade tecnológica. Como temos mostrado, a exemplo da Carta n. 1145, de 27/05/2022, a produção da indústria de alta tecnologia vem acumulando uma sequência de resultados negativos que já somam três trimestres seguidos. Isso vem tendo impacto no seu emprego, com recuo de dois dígitos há quatro trimestres, sendo -14,9% no 1º trim/22 ante o 1º trim/21.

                          Em oposição, a indústria de média-baixa tecnologia viu o desempenho da sua produção melhorar recentemente, ajudada pela fase positiva dos preços de commodities. Com isso, sua ocupação com carteira aumentou +12,3% no 1º trim/22, puxada pelos ramos de alimentos (+12%), vestuário (+25,7%) e produtos de metal (+22%), entre outros. Nas faixas intermediárias de intensidade tecnológica o resultado deste começo de ano foi +8,1% na média e +6,6% na média-alta tecnologia.  

                          Quanto ao rendimento médio real habitual dos ocupados no setor privado, houve queda de -6,0% entre o 1º trim/21 e o 1º trim/22, devido à aceleração da inflação e à dinâmica do rendimento nominal habitualmente recebido. Neste caso, a indústria de transformação teve uma performance inferior ao restante do setor privado, registrando declínio de -6,8%. Comércio (-2,8%), agropecuária (+1,8%) e construção (+5,8%), entre outros, amorteceram este movimento.

                          Ainda assim, o rendimento médio real pago na indústria de transformação permaneceu superior à média do total geral do setor privado. No 1º trim/22, foi 4,6% superior e no agregado dos últimos doze meses, 6,0% acima do total. Em comparação com os setores de melhor evolução citados anteriormente, o rendimento médio industrial é ainda mais elevado: 13,4% acima do rendimento do comércio, 16% acima daquele da construção e 44,8% maior do que o rendimento da agropecuária.

                           

                          Desempenho da ocupação na indústria de transformação

                          Esta Carta IEDI atualiza o acompanhamento do emprego e da renda na indústria de transformação e no setor privado em geral, realizado pelo IEDI com base nos microdados da PNAD Contínua. Na presente edição analisamos o desempenho no primeiro trimestre de 2022.

                          No primeiro trimestre de 2022, a atividade econômica ganhou velocidade, como mostraram recentemente os dados do PIB (+1% ante o 4º trim/21, com ajuste sazonal), embora bastante concentrado na retomada do setor de serviços. 

                           

                          Além do auxílio Brasil no valor de R$ 400 reais, medidas adicionais de estímulos ao consumo, como a permissão para saques de até R$ 1.000 no FGTS, a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas e a alta no aumento do limite de renda para crédito consignado para aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais, vêm ajudando a reforçar o nível de atividade da economia, especialmente de serviços e do comércio. A indústria ainda não acompanha o mesmo ritmo de alta destes setores. 

                          Segundo as pesquisas do IBGE, os resultados do acumulado do 1º trim/22 revelaram as diferentes trajetórias. No setor de serviços a expansão atingiu 9,5% e no comércio varejista ampliado a alta foi, menor, de 1,1%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Já, a produção industrial, caiu 4,5%. No mês a mês, excluída a sazonalidade, todos os três setores registraram crescimento entre fevereiro e março, porém novamente a indústria apresentou o menor resultado, de 0,3%, enquanto os serviços e o varejo cresceram, respectivamente, 1,7% e 0,7%. 

                          A evolução da ocupação no setor privado refletiu, em parte, este quadro econômico. No 1º trim/22, em relação ao mesmo período de 2021, o emprego no setor privado cresceu 11,0% com acréscimo de 8,3 milhões de pessoas, em termos absolutos. A ocupação do setor de serviços foi aquela que apresentou a maior alta (13,1%), seguido pela construção civil (12,6%) e o comércio (12,2%). O emprego industrial, na mesma base de comparação, também registrou alta, porém com menor intensidade, de 8,3%, com incremento de 852 mil trabalhadores. A agropecuária registrou a menor elevação, de 2,5%.

                           

                          Comparando-se com o primeiro trimestre de 2019, quando não haviam os efeitos da pandemia na economia, a ocupação da indústria e da construção civil se situaram no 1º trim/22,  respectivamente, 4,2% e 4,4%, acima deste patamar. No caso dos setores de serviços e do comércio, a recuperação do emprego, em relação ao período anterior a pandemia, foi um pouco menor de 2,3%, nestes dois segmentos.

                          Evolução do emprego com carteira assinada

                          O emprego com carteira assinada, no setor privado, cresceu 10,7% na comparação interanual, com aumentos maiores na construção civil (+13,1%) e no comércio (+12,4%). Os setores de serviços e da indústria transformação registraram aumentos inferiores à média do setor privado de, respectivamente, 10,0% e 8,8%, o que equivaleu a 583 mil pessoas a mais na indústria de transformação e de 1 milhão e 368 mil trabalhadores no setor de serviços.

                           

                          A participação do emprego com carteira assinada no total da ocupação da indústria de transformação atingiu o percentual de 65,2% no 1º trim/22, acima do nível observado (64,8%) no mesmo período de 2020. Os dois outros principais setores econômicos, serviços e comércio, apresentaram percentuais inferiores de, respectivamente, 39,9% e 47,2% com redução na faixa de 0,7 ponto percentual em relação ao 1º trim/20, em ambos os casos. 

                           

                          Nos três primeiros meses de 2022, apesar da variação do emprego com carteira assinada da indústria de transformação (+8,8%) ter sido inferior à média do emprego total com carteira assinada (+10,7%), essa variação se situou acima da expansão do emprego total do setor (+8,3%). No setor de serviço, ao contrário, como vimos acima, essa evolução não se manifestou, sendo que a ocupação total desse segmento cresceu acima do emprego com carteira assinada.

                           

                          Por dentro do emprego industrial

                          Dos vinte e três setores da indústria de transformação cobertos pela pesquisa da PNADc (microdados), em dezessete deles nota-se aumento da ocupação no 1º trim/2022, na comparação interanual. Nos outros seis segmentos, o emprego, ocorreu recuou no emprego. 

                          Neste período, as principais elevações do emprego industrial se localizaram na Fabricação de produtos de madeira (30,6%); de produtos diversos (26,3%) de coque; produtos derivados de petróleo e de biocombustíveis (19,9%); de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (16,1%); de produtos de minerais não-metálicos (12,4%) e de produtos químicos (10,8%).

                          Já, no campo negativo, as maiores quedas foram da fabricação de Impressão e reprodução de gravações (-12,4%); Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,2%) e Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-6,8%).

                           

                          Em relação aos segmentos industriais agregados por intensidade tecnológica, o grupo de alta tecnologia apresentou nova redução do emprego com carteira assinada (-14,9%), na variação interanual, com redução de 60 mil postos de trabalho. É o quarto resultado consecutivo no campo negativo, nessa base de comparação. Esta queda foi puxada pela indústria de aeronaves (-30 mil empregos), seguida dos setores de farmacêutica e farmoquímicos e produtos de informática e eletroeletrônicos com reduções de, respectivamente, 18 mil e 12 mil trabalhadores.

                          Os demais grupos apresentaram resultados positivos, também pelo quarto trimestre consecutivo. No 1º trim/22 destaca-se o aumento de 12,3% do emprego com carteira assinada nos segmentos de média-baixa tecnologia, especialmente pela evolução dos seguintes setores:  alimentos (+143 mil); produtos de metal (+118 mil) e vestuário e acessórios (+115 mil).

                           

                          Nas categorias de média e média-alta intensidade tecnológica, as variações interanuais do emprego com carteira assinada foram de 8,1% e de 6,6%, respectivamente. Os setores que mais se destacaram com alta no emprego foram os seguintes: no caso da média intensidade tecnológica, as maiores variações se localizaram na produção de borracha e material plásticos (+28,8 mil); manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (+23 mil) e produtos diversos (+22 mil). Em relação aos setores de média-alta intensidade, o destaque foram os empregos na indústria de veículos automotores, reboques e carrocerias (+42,5 mil) e na indústria química (+25,6 mil).

                           

                          Desempenho do rendimento médio habitual e da massa de rendimento

                          O rendimento médio real habitual do setor privado tem apresentado, na comparação interanual, variação negativa desde o início de 2021. O pior momento foi no 3º terceiro trimestre quando se verificou queda real de 10,4%. Nos primeiros três meses de 2022, o rendimento real habitual do setor privado como um todo caiu 6,0%, nesta base de comparação. 

                          Estes resultados refletem o fato de que o aumento da ocupação tem ocorrido com médias salariais menores, bem como o impacto da aceleração inflacionária e as dificuldades de as categorias profissionais conseguirem reposição da inflação nos acordos coletivos.

                          A indústria de transformação registrou, em 2021, um desempenho para o rendimento real habitual abaixo da média do setor privado. O trimestre com a maior diferença entre as taxas de variação destes agregados foi o 4º trim/21: -15,8% na indústria de transformação e -9,6% no conjunto do setor privado, uma diferença de 6,1 pontos percentuais. Já, no 1º trim./22, esta diferença se reduziu, com o rendimento real habitual da indústria de transformação caindo 6,8%, e o agregado do setor privado, 6,0%, ou seja, apenas 0,8 ponto percentual. 

                           

                          Na indústria de transformação, sete ramos chegaram a ter aumento do rendimento médio real habitual na comparação interanual, equivalente a 30% do total. Entre os destaques estiveram: coque, derivados de petróleo e biocombustíveis e máquinas e aparelhos elétricos, ambos com +13,3%, seguidos por metalurgia (+12,7%) e celulose, papel e papelão (+8,3%). 

                          Em sentido oposto, entre os segmentos que apresentaram as maiores retrações no rendimento real habitual neste início de ano encontram-se: outros equipamentos de transporte (-36,1%); produtos diversos (-25,9%) e produtos de borracha e plásticos (-17,6%).

                           

                          Nota: os valores são deflacionados para o mês do meio do último trimestre de coleta divulgado, conforme metodologia do IBGE. Obs. Não foi possível a desagregação para a Fabricação de produtos do fumo

                          Com relação à massa de rendimento real habitual, na comparação interanual, nota-se que para o conjunto do setor privado este indicador tem se mantido no campo positivo desde o 2º tri/21, elevando-se em 4,5% no 4º trim/21. A indústria de transformação, contudo, manteve em 2021 sua massa de rendimento real habitual em contração, exceto no 3º trimestre, sendo que no último trimestre do ano passado a queda foi de 6,5%.

                          O resultado do 1º trim./22 mostrou recuperação da massa de rendimento real habitual da indústria de transformação. Neste período, o setor privado como um todo registrou, em relação ao mesmo período do ano passado, um incremento real na massa de rendimento da ordem de 8,2% e a indústria de transformação voltou a faixa positiva com alta de 2,5%. Este aumento fez com que a diferença entre estes dois agregados caísse para 5,7 pontos percentuais, o menor patamar desde o 1º trimestre de 2021.

                           
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                          No último trimestre de 2024, embora a inadimplência tenha continuado a cair, as taxas médias de juros já apontam elevação, na esteira da alta da Selic. O dinamismo creditício ainda se mostrou resiliente.

                           

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