Carta IEDI
Segredos do Sucesso – As Exportações em 2003
Em 2003, as exportações ainda “carregaram” o estímulo do câmbio real muito favorável que prevaleceu desde meados do ano passado até março do corrente ano. Como as decisões de produzir e cultivar para exportar, assim como as decisões de celebração de contratos de exportação são tomadas com antecedência (variando de seis a nove meses ou até mais) aos embarques para o exterior, podemos considerar que em todo o ano de 2003 prevaleceu o estímulo da taxa de câmbio. Esta foi favorável até fevereiro/março de 2003, quando a cotação do dólar alcançou, respectivamente, R$ 3,50 e R$ 3,35.
Qualquer análise do desempenho exportador brasileiro não pode deixar de levar em conta este fator – o estímulo cambial – como pano de fundo do boom das exportações brasileiras em 2003.
Outros fatores tiveram relevância, como a majoração de preços internacionais de produtos de exportação, a recuperação de mercados tradicionais de exportação e a conquista de novos mercados.
Uma maior “maturidade” exportadora da empresa brasileira obtida nos anos posteriores à mudança do regime cambial em 1999 e um dado relacionado à conjuntura de 2003, qual seja, a retração industrial motivada pelo encolhimento da demanda interna, foram fatores que também contribuíram para ampliar as exportações neste ano.
Um estudo que o IEDI estará divulgando esta semana (As Exportações Brasileiras em 2003) tem por objetivo identificar setores e grupos de produtos que mais contribuíram para o aumento das exportações brasileiras em 2003 e identificar fatores que levaram ao excepcional desempenho exportador.
As principais conclusões do estudo podem ser assim resumidas:
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Do total do aumento das exportações brasileiras de US$ 9.272 milhões entre 2002 e 2003 (períodos de janeiro/setembro), um valor estimado de US$ 5.900 milhões (63,6% do aumento das exportações totais brasileiras), ou não foram influenciadas por câmbio (US$ 1.770 milhões referentes ao “efeito preço” de produtos de exportação, equivalente a 19,1% do aumento das exportações totais), ou foram influenciadas por políticas ou ocorrências que se somaram ao estímulo cambial.
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Neste último caso, destacamos: as políticas setoriais identificadas para petróleo e indústria automobilística (US$ 364 milhões ou 3,9% do aumento das exportações totais), a recuperação de mercados tradicionais (Argentina, com US$ 1.285 milhões de aumento de exportações ou 13,9% do aumento das exportações totais) e a expansão de novos mercados (China e outros mercados, com US$ 2.482 milhões de aumento de exportações ou 26,86% do aumento das exportações totais).
Significa isto dizer que não um fator isolado, mas sim um conjunto de fatores favoráveis, tendo por base o estímulo cambial, explica o excelente desempenho exportador brasileiro em 2003.
Leia mais sobre o tema no texto a seguir.
A evolução das exportações em 2003. Até outubro do corrente ano, as exportações brasileiras somaram US$ 60.356 milhões, um valor que superou em US$ 10.364 milhões (ou 20,7%) as exportações no mesmo período de 2003, de US$ 49.992 milhões.
Foi um grande salto, responsável, diga-se de passagem, pela totalidade do aumento do saldo comercial do país no corrente ano. O superávit de US$ 20.340 milhões acumulado até outubro foi superior em US$ 10.294 milhões (102%) ao seu correspondente no mesmo período de 2002 (US$ 10.046 milhões). As importações somaram US$ 40.016 milhões, praticamente o mesmo valor apurado em 2002 no mesmo período (US$ 39.946 milhões).

Esta breve descrição do comércio exterior em 2003 é suficiente para ressaltar uma importante mudança ocorrida nesse ano com relação ao anterior. Em 2002, a maior parcela do resultado comercial (que somou US$ 13.097 milhões contra US$ 2.643 milhões em 2001, uma variação de US$ 10.454 milhões), derivou de queda de importações (- US$ 8.536 milhões, ou -15,4%) com relativamente pequeno progresso das exportações que aumentaram US$ 1.918 milhões ou 3,3% com relação a 2001. A redução de importações foi responsável por 82% do aumento do saldo comercial (os restantes 18% correspondendo ao aumento de exportações).
Tem um impacto maior na economia e amplia o comércio do país o ajuste feito por aumento de exportações, razão pela qual podemos considerar superior a melhoria do saldo comercial em curso em 2003 relativamente ao ajuste em 2002.
Câmbio real efetivo. O pano de fundo de toda a análise é a evolução da taxa real efetiva de câmbio, que favoreceu as exportações em 2003 devido ao seu alto nível (indicando desvalorização da moeda) prevalecente até fevereiro/março de 2003, quando a cotação do dólar alcançou, respectivamente, R$ 3,50 e R$ 3,35. A valorização da moeda nacional frente ao dólar nos meses seguintes (nos últimos meses o dólar tem sido cotado em torno a R$ 2,85, esta a mesma cotação suposta até o fim do ano) provocou uma forte valorização real da moeda nacional com relação a outras moedas, mesmo com relação àquelas que nos últimos meses também se valorizaram relativamente ao dólar (caso do Euro).
Considerando os “parceiros comerciais” do Brasil (um grupo de 16 países que representam 75% do comércio exterior brasileiro), a valorização recente do Real (20% até outubro de 2003, tomando como base a cotação média de dezembro de 2002) juntamente com a inflação maior no período, já neutralizou integralmente os efeitos sobre o câmbio real da grande desvalorização da moeda ocorrida entre abril de 2002 e dezembro desse ano (52% em termos nominais).
Como se pode constatar no gráfico abaixo, o nível atual do câmbio real efetivo - 99,5 em outubro, tomando por base janeiro de 1999 - é praticamente igual ao nível imediatamente posterior à desvalorização de janeiro de 1999 (=100), quando o regime cambial brasileiro mudou e o “câmbio flutuante” foi introduzido.
É como se as variações posteriores do câmbio real não tivessem ocorrido, de forma que o ganho de competitividade das exportações obtido com as desvalorizações cambiais após a mudança do regime cambial limitou-se ao ganho inicial (janeiro de 1999) da mudança. No entanto, foram significativas as variações ocorridas no câmbio nominal e no câmbio real entre este momento inicial e o presente, o que causou instabilidade na economia, inflação e insegurança ao exportador.

Esses resultados mostram a enorme resistência existente no Brasil para que a economia de fato seja mais orientada para as exportações a despeito de toda uma retórica pró-exportação. Essa resistência se revela em outros campos, como na tributação das exportações (a “exportação de impostos”, que somente agora com a reforma tributária poderá ser integralmente removida), na burocracia de exportação (também somente agora apresentando mudanças) e na ausência (prevalecente, igualmente, até pouco tempo) de uma política comercial mais agressiva para ampliação de mercados tradicionais e aproximação de “mercados novos” de exportação.
De qualquer forma, cabe observar que a cada desvalorização cambial acentuada como as que ocorreram em 1999, 2001 e 2002, as exportações reagiram positivamente, eventualmente estagnando ou regredindo em seguida, em função de revalorizações posteriores.
Em 2003, as exportações ainda “carregaram” o estímulo do câmbio real muito favorável que prevaleceu desde meados do ano passado até março do corrente ano. Como as decisões de produzir e cultivar para exportar, assim como as decisões de celebração de contratos de exportação são tomadas com antecedência (variando de seis a nove meses ou até mais) aos embarques para o exterior, podemos considerar que em todo o ano de 2003 prevaleceu o estímulo da taxa de câmbio favorável. Qualquer análise do desempenho exportador brasileiro não pode deixar de levar em conta este fator – o estímulo cambial – como pano de fundo do boom das exportações brasileiras em 2003.
Outros fatores tiveram relevância, como os relativos à majoração de preços internacionais de produtos de exportação, recuperação de mercados tradicionais de exportação e conquista de novos mercados, como veremos em seguida. Uma certa “maturidade” exportadora da empresa brasileira obtida nos anos posteriores à mudança do regime cambial em 1999 e um fator relacionado à conjuntura de 2003, qual seja, a forte retração industrial motivada pelo encolhimento da demanda interna, também contribuíram para ampliar as exportações neste ano.
A estimativa para 2003 é que as exportações somem US$ 70.700 milhões (acréscimo de 21% com relação a 2002) e o saldo comercial alcance ou supere US$ 24.000 milhões. Os efeitos da revalorização da moeda nacional nos últimos meses ocorrerão em 2004, na hipótese de que a cotação atual não sofra alteração significativa. Do nosso ponto de vista, esses efeitos não se traduzirão em queda de exportações (o que representaria um retrocesso na evolução obtida em 2003), mas, sim, em um freio do crescimento das exportações em 2004. O crescimento poderá, no entanto, ser ainda expressivo se fatores como os que se apresentaram no corrente ano voltarem a se apresentar no ano que vem.
A revalorização da moeda na magnitude em que se deu em 2003 pode inibir também a realização de investimentos em atividades exportadoras por parte de empresas que já exportam, assim com o surgimento de novas empresas exportadoras.
O trabalho identificou fatores que influíram no desempenho exportador e que não estão associados exclusivamente aos efeitos da forte desvalorização cambial ocorrida em 2002. Os dados cobrem o período janeiro-setembro de 2003, no qual as exportações somaram US$ 52.790 milhões, um valor US$ 9.272 milhões superior às exportações em 2002 (US$ 43.518 milhões). Queremos identificar os fatores que contribuíram para esse aumento de US$ 9.272 milhões nas exportações.
A análise setorial e as exportações de petróleo e automóveis. A análise dos setores que mais contribuíram para o aumento das exportações em 2003 (período janeiro-setembro) tem com destaques:
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Soja. A liderança do setor classificado como “cereais etc” (que inclui o complexo soja), e que foi responsável isoladamente por 22,4% do aumento das exportações.
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Indústria intensiva em capital. Em seguida a este, os setores “intensivo em capital” (despontando ferro e aço), com 16,2%, e “maquinaria” com 15,3%, foram os que mais contribuíram para o aumento das exportações brasileiras.
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Veículos rodoviário e bens de capital. Muito importantes foram os desempenhos de veículos rodoviários (11,5%) e maquinaria-demais (bens de capital, 9,7%) para o desempenho das exportações do setor de “maquinaria”.
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Demais setores. Os segmentos de “petróleo” (petróleo e derivados), “matérias-primas” (minério de ferro e alumínio são os principais produtos deste segmento), “produtos florestais” (destacando-se celulose e papel, madeira), “agricultura tropical” (vegetais e frutas, café), “produtos animais” (carne bovina, suína e de frango) apresentaram contribuições ao aumento das exportações totais brasileiras entre 6% e 8%.
Gostaríamos de destacar em especial as exportações dos setores de petróleo e derivados e automóveis.
Nos últimos anos, as exportações de petróleo e derivados vêm tendo destaque na evolução das exportações brasileiras, resultado de uma política dedicada e de longo prazo por parte da Petrobrás. Se tomarmos os anos posteriores à mudança da política cambial de 1998, o setor foi responsável por 18,6% do total do aumento das exportações brasileiras, sendo o setor líder dentre todos os demais. Em 2003, o aumento das exportações do setor (US$ 662 milhões), foi responsável por 7,1% do aumento total das exportações brasileiras. A característica frisante em 2003 foi que em grande parte (90,7%) o aumento das exportações decorreu de aumento dos preços de exportação.
Como já se observou, foi importante o desempenho de veículos rodoviários, pois o aumento das exportações deste setor contribuiu com 11,5% para o aumento das exportações brasileiras entre 2002 e 2003. Neste grupo, o grupo de veículos de passageiros se destaca, com crescimento das exportações de US$ 511 milhões (5,5% de contribuição). Ocorre que somente as exportações para o México aumentaram US$ 303 milhões (o equivalente a 3,3% do aumento das exportações totais brasileiras), fruto de um acordo comercial celebrado entre o Brasil e este país. Nesse caso em particular, qual seja, o do aumento das exportações de automóveis para o México, uma política comercial/setorial de exportação entrou em cena e ajudou as exportações, sendo também um fator “extra-câmbio” que auxiliou as exportações.

“Novos mercados”. Se tomarmos a contribuição ao aumento das exportações totais do Brasil de grupos de países classificados segundo o crescimento das exportações brasileiras entre 2002 e 2003 (períodos de janeiro a setembro), alguns países se destacam claramente, como Argentina, China e um conjunto de “novos” países de exportação. No caso da Argentina, tratou-se de uma parcial recuperação deste mercado de exportação após uma severa crise nos anos anteriores. Quanto à China e outros países, tratou-se mais propriamente de um “novo mercado”.

É claro que o estímulo cambial contribuiu para que as exportações brasileiras tivessem aumentado tanto em um caso quanto no outro, mas é patente também que a excepcional evolução das exportações em ambos os casos, derivou de fatores outros, como o início da reativação da economia argentina e a aproximação comercial com outros parceiros comerciais não tradicionais. As contribuições para o aumento das exportações brasileiras podem ser assim resumidas:
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Argentina. A recuperação parcial do mercado de exportação para Argentina, fruto de uma reativação da economia deste país, deu ensejo a um aumento de US$ 1.468 milhões das exportações para esse país, com contribuição de 15,8% para o aumento das exportações totais brasileiras.
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China. Para a China e Taiwan, que podem ser considerados destaques dos “novos mercados”, as exportações aumentaram US$ 1.797 milhões (US$ 1.611 milhões somente no caso da China), contribuindo com 19,4% para o aumento das exportações totais do Brasil (17,4% somente a China).
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“Novos mercados”. Consideramos também como “novos mercados” os países para os quais as exportações brasileiras cresceram 50% ou mais no período. São vários países (ver a tabela a seguir), responsáveis em seu conjunto por um aumento de exportações brasileiras no valor de US$ 1.103 milhões, correspondendo a 11,9% do aumento total das exportações brasileiras.
Considerando China e Taiwan dentro de “novos mercados”, o aumento das exportações do grupo alcança US$ 2.900 milhões, responsável por 31,3% do aumento total das exportações brasileiras. Incluindo a Argentina, o total de aumento de exportações sobe para US$ 4.368 milhões ou 47,1% do aumento total das exportações do Brasil.
Novamente a observação de que o estímulo do câmbio não pode ser deixado de lado na explicação desta evolução, mas o desempenho exportador nesse caso tem relação também com fatores como política comercial e busca de diversificação de mercados por parte das empresas exportadoras brasileiras.

O efeito do aumento de preços internacionais. Foi muito relevante para a evolução das exportações brasileiras em 2003 a melhora de preços internacionais dos produtos de exportação, um fator que não deriva do estímulo cambial. Segundo a Funcex, em 2003 (período de janeiro a setembro), os preços médios de exportação do Brasil superaram em 4,1% os preços médios do mesmo período de 2002. Para produtos básicos, a evolução foi de 7%, e, para produtos semi-manufaturados e produtos manufaturados, respectivamente, de 12,4% e -0,5%.
Note-se que o “carro-chefe” das exportações em 2003 não foi o aumento de preços de exportação, mas, sim, o crescimento do quantum exportado que varia e é influenciado por variáveis como câmbio, execução de políticas como a política comercial ou políticas setoriais, nível de atividade interno e externo. Para as exportações totais, o quantum cresceu 16,5% no mesmo período, para produtos básicos, também de 16,5%, para produtos semimanufaturados, 13,7% e para produtos manufaturados, 20%.
A melhora de preços incluiu destacados itens da pauta brasileira, como semimanufaturados de ferro e aço, café em grão, óleo de soja, laminados planos, celulose, madeira, soja em grão, café solúvel, carne suína, minério de ferro. Na maioria dos produtos, no entanto, os maiores preços em 2003 não compensaram a queda ocorrida ao longo dos últimos anos.
A propósito, reduções significativas de preços na maioria das commodities de exportação brasileiras foram causa de elevadas perdas para o comércio exterior do país entre 1998 e 2002. Em parte, essas perdas se explicam pelo protecionismo e subsídios dos países desenvolvidos em setores da agropecuária e da agroindústria.
O total se eleva a US$ 14.598 milhões entre 1998 e 2002, sendo que somente na exportação de produtos básicos e produtos semimanufaturados que são as áreas mais sensíveis ao protecionismo e aos efeitos dos subsídios dos países ricos, soma US$ 9.522 milhões.
Portanto, o ganho de exportação derivado do aumento de preços em 2003, estimado em US$ 1.770 milhões (US$ 1.921 milhões, considerando produtos básicos e produtos semimanufaturados), ainda está longe de compensar a perda acumulada nos anos anteriores, mas, neste ano, contribuiu de forma importante para elevar as exportações.
O “efeito preço” (efeito do aumento dos preços de produtos de exportação sobre o aumento das exportações brasileiras), representa quase 20% (19,1%) do aumento das exportações totais entre 2002 e 2003. Como convém sublinhar, este é um fator “extra-câmbio” que concorreu para o crescimento das exportações.
Cabe observar que o setor de petróleo e derivados responde por parcela significativa deste “efeito preço” em 2003. Segundo nossas estimativas com base em dados da Secex/MDIC, devido ao aumento de preços internacionais o aumento das exportações brasileiras de petróleo e derivados somou US$ 600 milhões, ou 90,7% do aumento das exportações desses produtos. Para os demais produtos, o aumento de preços internacionais determinou um acréscimo de US$ 1.170 milhões das exportações, o equivalente a 13,6% do aumento das exportações não petróleo e derivados do Brasil.
Note-se que os maiores preços de combustíveis afetaram o comércio exterior brasileiro no período também pelo lado das importações. Nossa estimativa é que o aumento das importações em 2003, resultante do aumento dos preços de combustíveis somou US$ 1.008 milhões. Outros bens intermediários e bens de capital tiveram preços majorados, de forma que, no total, o “efeito preço” sobre as importações somou US$ 2.239 milhões, um valor superior aos US$ 1.770 milhões que o aumento dos preços internacionais acrescentaram às exportações.
Portanto, no balanço final, a evolução dos preços internacionais, embora favorecedora de um substancial aumento de exportações, foi ainda assim negativa para o comércio exterior brasileiro, o que, a propósito, vem se repetindo nos últimos seis anos. Desde 1998 até setembro de 2003, os termos de troca determinaram perdas líquidas ao resultado comercial do país de US$ 8.223 milhões ou o equivalente a quase US$ 1.400 milhões/ano.
Observações finais. Se retirarmos o “efeito preço” do aumento das exportações de petróleo e derivados, excluirmos as exportações de petróleo e derivados para Argentina e “novos mercados” e deduzirmos destas o “efeito preço” das exportações que não petróleo e derivados, teremos o seguinte quadro:
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Do total do aumento das exportações brasileiras de US$ 9.272 milhões entre 2002 e 2003 (períodos de janeiro/setembro), um valor estimado de US$ 5.900 milhões (63,6% do aumento das exportações totais brasileiras), ou não foi influenciado por câmbio (US$ 1.770 milhões referentes ao “efeito preço” de produtos de exportação, equivalente a 19,1% do aumento das exportações totais), ou foi influenciado por políticas ou ocorrências que se somaram ao estímulo cambial.
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Neste último caso, destacam-se as políticas setoriais identificadas para petróleo e indústria automobilística (US$ 364 milhões ou 3,9% do aumento das exportações totais), a recuperação de mercados tradicionais (Argentina, com US$ 1.285 milhões de aumento de exportações ou 13,9% do aumento das exportações totais) e a expansão de novos mercados (China e outros mercados, com US$ 2.482 milhões de aumento de exportações ou 26,86% do aumento das exportações totais).
Significa isto dizer que não um fator isolado, mas sim um conjunto de fatores favoráveis, tendo por base o estímulo cambial, explica o excelente desempenho exportador brasileiro em 2003.