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                          Análise IEDI

                          Balança Comercial
                          Publicado em: 02/12/2019

                          Um ano no vermelho

                          Com onze dos doze meses do ano cobertos pelas estatísticas do Ministério da Economia, já é possível identificar o que 2019 representou para o comércio exterior do Brasil. Seu significado até o mês de novembro não foi nada positivo: todos os fluxos comerciais ficaram no vermelho, fazendo de 2019 um ano de retrocesso.

                          O acumulado de janeiro a novembro mostra que o Brasil participou menos do comércio internacional, indo na direção oposta do desejável, e, embora tenha preservado um saldo superavitário (US$ 3,4 bilhões), não foi capaz de evitar sua deterioração. Menos comércio exterior e menos superávit têm feito com que o setor externo não contribua com a recuperação do nosso PIB.

                          Como muitos organismos multilaterais já pontuaram, o comércio internacional vem passando por um processo de desaceleração em 2019, condicionado sobretudo pelas tensões entre EUA e China. Mas ainda assim há um dinamismo positivo no total mundial. Já no Brasil, a contar pela corrente de comércio no acumulado jan-nov (US$ 370,6 bilhões), isto é, pela soma de tudo que exportamos e tudo que importamos neste período, o desempenho é  negativo: -5,4% ante jan-nov/18.

                          Isso porque exportamos menos e importamos menos em 2019 do que em 2018, como mostram as variações interanuais a seguir, segundo as médias por dias úteis. Isoladamente, o mês de novembro concorreu para o agravamento desta tendência, já que foi registrada retração de -16% em relação a nov/18 tanto nas exportações como nas importações.

                               •  Exportações totais: +18,2% em jan-nov/17; +9,4% em jan-nov/18 e -7,2% em jan-nov/19;

                               •  Importações totais: +9,6%; +21,3% e -2,9%, respectivamente.

                               •  Superávit total da balança comercial: +43,3%; -17,1% e -21,1%, respectivamente.

                          Do lado das importações, o resultado de -2,9% em jan-nov/19 foi muito influenciado pelo recuo das compras externas de bens de capital, que chegou a -13,4%, trazendo um sinal desfavorável para a evolução do investimento no país. Bens de consumo (-5,6%) e combustíveis e lubrificantes (-5,1%) também ficaram no negativo, enquanto bens intermediários (+1,1%) pouco cresceram.

                          Do lado das exportações, as quedas foram generalizadas entre os tipos de produtos. O declínio total de -7,2% em jan-nov/19 foi puxado por bens manufaturados, cujas vendas externas registraram encolhimento de -10,5%. Como todos sabem, a crise argentina tem sido um fator importante para essa redução, assim como o contexto geral do comércio internacional, mas a falta de competitividade geral da produção no Brasil cobra um preço também elevado.

                          Sozinha, a indústria automobilística, muito afetada pelos problemas econômicos da Argentina, respondeu por pelo menos 35% desta queda das exportações de manufaturados, devido a produtos como automóveis de passageiros (-30,1% pela média diária), motores para veículos e partes (-7,9%), autopeças (-18,2%) e veículos de carga (-37,7%). Plataformas de petróleo (-51,3%) também concorreram muito para esta involução de manufaturados.

                          Os demais bens exportados não se saíram muito melhor: semimanufaturados registraram -6,4%, em jan-nov/19 frente ao mesmo período do ano anterior, devido a açúcar em bruto, celulose, ferro e aço, couros e peles etc., enquanto produtos básicos caíram -2,1%, devido a soja em grãos e farelo e petróleo, entre outros produtos.

                          Com uma perda maior nas exportações do que nas importações, o superávit da balança comercial em 2019 até o mês de novembro ficou 21,1% inferior, pela média diária, ao alcançado em igual período de 2018. Como o IEDI já enfatizou em outras oportunidades, esta deterioração até era esperada, mas não por uma redução de nosso ímpeto exportador.

                          Conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, no mês de novembro de 2019 a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,428 bilhões, queda de 16,0% ao alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 4,227 bilhões, tomando por base as médias diárias, que considera o número de dias úteis no mês.

                          As exportações registraram o valor de US$ 17,596 bilhões, representando queda de 16,0% em relação a novembro de 2018, pela média diária. As importações totalizaram US$ 14,169 bilhões, o que significou variação negativa de 16,0% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês.

                          Para o mês de novembro de 2019, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 880,0 e importações registradas ficaram em US$ 708,0 milhões.

                          Exportações por fator agregado. A exportação de produtos básicos foi de US$ 8,992 bilhões no período, decréscimo de 9,5% em comparação a novembro de 2018. Os produtos industrializados alcançaram o valor de US$ 8,604, retração de 21,8% quando comparado a novembro de 2018. Os manufaturados registraram US$ 6,271 bilhões, representando por sua vez um decréscimo de 25,6%, e os semimanufaturados somaram US$ 2,333 bilhões, retração de 9,2%, sempre na comparação com novembro de 2018. 

                          Levando em conta as médias diárias das exportações, na comparação com novembro de 2018 registraram-se decréscimos em todos os quatro segmentos analisados: produtos manufaturados (-25,6%), produtos básicos (-9,5%), produtos semimanufaturados (-9,2%) e operações especiais (-100,0%).

                          Destaques exportações. No grupo dos básicos, quando comparado com novembro de 2018, retraíram as vendas principalmente de petróleo em bruto (-46,1%, para US$ 1,124 bilhão), café em grãos (-21%, para US$ 407 milhões), minério de cobre (-10,8%, para US$ 151 milhões), minério de ferro (-4,7%, para US$ 1,776 bilhão), farelo de soja (-2,6%, para US$ 430 milhões) e soja em grãos (-0,2%, para US$ 1,894 bilhão).

                          No grupo dos manufaturados, quando comparado com novembro de 2018, reduziram-se as vendas principalmente de gasolina (-39,7%, para US$ 107 milhões), veículos de carga (-30,3%, para US$ 124 milhões), motores para veículos e partes (-26,1%, para US$ 128 milhões), autopeças (-23,7%, para US$ 131 milhões), polímeros plásticos (-17,8%, para US$ 115 milhões) e máquinas e aparelhos p/ terraplanagem (-16,8%, para US$ 196 milhões).

                          No grupo dos semimanufaturados, quando comparado com novembro de 2018, diminuíram as exportações principalmente de madeira serrada ou fendida (-26,7%, para US$ 58 milhões), couros e peles (-26,2%, para US$ 83 milhões), semimanufaturados de ferro/aço (-21,7%, para US$ 354 milhões), celulose (-20,6%, para US$ 478 milhões), ouro em formas semimanufaturadas (-9,1%, para US$ 176 milhões) e ferro-ligas (-9%, para US$ 290 milhões).

                          Ao analisar os mercados compradores, decresceram as vendas, pelas médias diárias, para os seguintes destinos: União Europeia (-41,4%, por conta de plataforma para extração de petróleo, minério de ferro, milho em grãos, café em grãos, gasolina, ouro em formas semimanufaturadas, semimanufaturados de ferro/aço, fumo em folhas), África (-25,6%, em decorrência de tubos de ferro fundido, minério de ferro, carne bovina, milho em grãos, ônibus e outros veículos para mais de 10 pessoas, carne de frango, bovinos vivos, fumo em folhas), Mercosul (-22,0%, sendo que para a Argentina diminuiu 25,5%, por conta de automóveis de passageiros, minério de ferro, laminados planos de ferro/aço, autopeças, veículos de carga, inseticidas, formicidas, herbicidas, etc., partes de calçados, motocicletas, sabões e preparados para limpeza, fios, cabos e condutores elétricos); Oriente Médio (-16,3%, principalmente por conta de milho em grãos, açúcar em bruto, carne bovina, minério de ferro, café em grãos, partes de motores e turbinas para aviação, açúcar refinado, suco de laranja congelado), Oceania (-13,3%, por conta de óleos combustíveis, tratores, café em grãos, veículos de carga, medicamentos para medicina humana e veterinária, celulose, quadros e painéis de energia, órgãos e substâncias de animais para fármacos), Estados Unidos (-4,7%, por conta de óleos combustíveis, máquinas e aparelhos para terraplanagem, partes de motores e turbinas para aviação, minério de ferro, tubos de borracha vulcanizada, hidrocarbonetos e derivados halogenados, óxidos e hidróxidos de alumínio, ferro fundido), Ásia (-5,0%, sendo que China, Hong Kong e Macau reduziu 11,0%, para US$ 5,2 bilhões, por conta de petróleo em bruto, celulose, soja em grãos, algodão em bruto, café em grãos, açúcar em bruto, fumo em folhas, ferro-ligas, hidrocarbonetos e derivados halogenados). 

                          Por outro lado, cresceram as vendas para a América Central e Caribe (+5,9%, por conta de milho em grãos, óleos combustíveis, semimanufaturados de ferro/aço, torneiras, válvulas e partes, chassis com motor para automóveis, tubos de ferro fundido, minério de ferro, papel/cartão para escrita/impressão).

                          Destaques importações. Na comparação frente ao mesmo período de 2018, considerando a média diária, houve variação positiva em dois dos quatro segmentos analisados das importações: combustíveis e lubrificantes (16,5%) e bens de consumo (0,3%). Em sentido oposto, os dois segmentos restantes apresentaram quedas: bens de capital (-54,2%) e bens intermediários (-9,7%). 

                          Com relação ao grupo dos combustíveis e lubrificantes, aumentaram as compras, principalmente, de gasóleo (óleo diesel), petróleo em bruto, gasolinas exceto para aviação, óleos lubrificantes sem aditivos, gasolinas para aviação, outros óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, gases liquefeitos de hidrocarbonetos gasosos, turfa incluindo aglomerada e turfa para cama de animais, gás liquefeito de petróleo (GLP).

                          No grupo dos bens de consumo, cresceram as aquisições de medicamentos, fungicidas, terminais portáteis de telefonia celular, produtos imunológicos, veículos equipados para propulsão, anticorpos monoclonais, medicamentos com produtos da posição 2930 a 2932 em doses, alhos frescos ou refrigerados, café torrado não descafeinado.

                          No segmento de bens de capital, a queda ocorreu principalmente pela diminuição nas compras de plataforma de exploração de petróleo, dumpers para transporte de mercadoria >= 85T utilizado fora de rodovias, transformador de dielétrico líquido potência > 10000KVA, máquinas e aparelhos para trabalhar borracha ou plástico, carregadoras e pás-carregadores de potência no volante >= 399HP, locomotivas diesel-elétricas, máquinas e aparelhos para moldar borracha ou plástico por insuflação, veículos automóveis com motor a explosão carga <=5T e moldes para moldagem de borracha/plástico.

                          No segmento de bens intermediários, as principais reduções foram observadas nas importações de ureia com teor de nitrogênio > 45% em peso, cloretos de potássio, naftas para petroquímica, partes para aparelhos receptores de radiodifusão/televisão, memórias digitais montadas, naftas exceto para petroquímica, superfosfatos, álcool etílico não desnaturado com teor água <=1% vol., adubos/fertilizantes minerais com nitrogênio e fósforo, p-xileno. 

                          Por fim, observando as importações por mercados fornecedores, na comparação com novembro de 2018, caíram, pelas médias diárias, as compras originárias dos seguintes mercados: Oceania (-64,2%, por conta de carvão, alumínio em bruto, inseticidas, formicidas, herbicidas, etc., quadros e painéis de energia, sementes de hortícolas, interruptores e protetores de energia e partes, níquel não ligado, resíduos e desperdícios de alumínio), África (-31,3%, por conta de naftas, ureia mesmo em solução aquosa, petróleo em bruto, superfosfatos (adubos/fertilizantes), adubos/fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio, elementos químicos e isótopos radioativos, ácido fosfórico, catodos de cobre, resíduos e desperdícios de alumínio), Mercosul (-8,0%, sendo que da Argentina decresceu 8,1%, por conta de trigo em grãos, polímeros plásticos, leite e creme de leite, energia elétrica, autopeças, malte inteiro ou partido, veículos de carga, álcoois acíclicos e derivados), Ásia (-7,8%, sendo que China, Hong Kong e Macau diminuiu 5,3%, por conta de coques e semicoques de carvão, laminados planos de ferro/aço, correntes de ferro/aço, adubos/fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio, motores e geradores elétricos, ácidos carboxílicos, circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos, partes de aparelhos transmissores/receptores), União Europeia (-2,3%, por conta de gás natural liquefeito, autopeças, compostos heterocíclicos, naftas, partes de motores e turbinas para aviação, máquinas e aparelhos para moldar borracha/plásticos, grafita artificial, elementos químicos e isótopos radioativos) e Estados Unidos (-0,8%, por conta de gás propano liquefeito, petróleo em bruto, hidrocarbonetos e derivados halogenados, etanol, veículos de carga, carvão, adubos/fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio, máquinas e aparelhos de terraplanagem). 

                          Por outro lado, cresceram as importações originárias de: Oriente Médio (+55,0%, por conta de petróleo em bruto, óleos combustíveis, naftas, adubos/fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio, ácido fosfórico, outras obras de alumínio, máquinas e aparelhos para moldar borracha/plásticos, óleos lubrificantes, instrumentos e aparelhos médicos) e América Central e Caribe (+9,2%, por conta de medicamentos para medicina humana e veterinária, gás natural liquefeito, instrumentos e aparelhos médicos, desperdícios e resíduos de cobre, centrifugadores e aparelhos para filtrar, preparações e conservas de peixes, pastas, gazes e ataduras, partes e acesso de máquinas para processamento de dados). 

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