Análise IEDI
Expansão robusta
O setor de serviços deu continuidade à expansão de seu faturamento real neste início do segundo semestre de 2022. Além de crescer, a indicação tem sido de ganho de velocidade nos últimos três meses, o que está associado à normalização dessas atividades com o controle da pandemia e à existência de demanda reprimida nas camadas da população de maior renda.
Na série livre de efeitos sazonais, a sequência de resultados para o setor de serviços como um todo foi de +0,4% em mai/22, +0,8% em jun/22 e +1,1% em jul/22, sempre em relação ao mês imediatamente anterior. Com isso, seu faturamento real superou em 8,9% o patamar pré-pandemia, isto é, o de fev/20.
Na passagem de jun/22 para jul/22, ainda na comparação com ajuste sazonal, 3 dos 5 segmentos identificados pelo IBGE ficaram no azul, com aceleração importante dos transportes, armazenagem e correios, como mostram as variações a seguir. O desempenho geral poderia ter sido melhor, não fossem os dois ramos em retrocesso, que perderam o que conquistaram em meses anteriores.
• Serviços – total: +0,4% em mai/22; +0,8% em jun/22 e +1,1% em jul/22;
• Serviços prestados às famílias: +2,2%; +0,5% e +0,6%, respectivamente;
• Informação e comunicação: +0,9%; -0,2% e +1,1%;
• Serviços prof., adm. e complementares: +1,1%; +0,8% e -1,1%;
• Transportes, armazenagem e correios: +0,6%; +0,9% e +2,3%;
• Outros serviços: +3,1%; +1,3% e -4,2%, respectivamente.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, diferentemente da indústria, que registra um declínio de -2,0% ante o mesmo período de 2021, os serviços avançam +8,5%, com dois de seus ramos com taxas de crescimento de dois dígitos e apenas um no vermelho.
As maiores altas em jan-jul/22 dizem respeito aos serviços prestados às famílias, com +33,9%, e transporte, armazenagem e correios, com +13,8%. Esses resultados robustos não chegam a surpreender, já que são ramos particularmente favorecidos pela retomada da mobilidade das pessoas e das atividades presenciais, graças à ampla imunização da população contra a Covid-19.
O transporte aéreo, por exemplo, acumula alta de +46,6% em jan-jul/22 e alojamento e alimentação, de +35,3%, levando o agregado especial de atividades turísticas a registrar avanço de +41,9% no período. Embora nem todos tenham superado o pré-pandemia, já se aproximaram bastante deste patamar nos últimos meses.
Serviços profissionais, administrativos e complementares também crescem em 2022, e, embora em ritmo mais modesto, vêm conseguindo manter a toada. Em jan-dez/21 registraram +7,4% e agora em jan-jul/22, +7,7%, com aceleração do componente de serviços administrativos e complementares, que reúne atividades de menor qualificação, geralmente terceirizadas pelas empresas.
Os ramos de serviços que estão para trás compreendem aqueles que pouco foram afetados pela pandemia e, por isso, não estão sujeitos ao processo recente de normalização do setor. É o caso de informação e comunicação, que acumula alta de +2,8% em jan-jul/22, com ajuda dos serviços de tecnologia da informação (+16,8%).
É também este o caso do ramo de outros serviços, que agrega um conjunto diversificado de atividades. Trata-se da exceção no acumulado do ano, dado que seu faturamento apresenta declínio de -5,3% até jul/22, mas é também o único ramo de serviços que não teve nenhuma variação anual negativa desde 2017 (-8,9%).
Conforme os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados hoje pelo IBGE, o volume de serviços prestados apresentou aumento de 1,1% em julho/2022 frente a junho, na série com ajuste sazonal. Frente ao mesmo mês do ano anterior (julho/2021) aferiu-se incremento de 6,3%. Para o acumulado no ano a variação foi de 8,5%. No acumulado em 12 meses registrou-se acréscimo de 9,6%.
Na comparação do mês de julho de 2022 com o mês imediatamente anterior (junho/2022), na série dessazonalizada, três dos cinco segmentos apresentaram incremento: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,3%), serviços de informação e comunicação (1,1%) e serviços prestados às famílias (0,6%). Os setores de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e outros serviços (-4,2%) foram os que apresentaram queda. Já para o segmento das atividades turísticas registrou-se aumento de 1,5% na comparação com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Na comparação frente a julho de 2021, quatro dos cinco segmentos analisados apresentaram expansão do volume de serviços prestados: serviços prestados às famílias (22,6%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (12,8%), serviços profissionais, administrativos e complementares (4,2%) e informação e comunicação (2,0%). Em sentido oposto, a categoria outros serviços variou -11,3%. Já no segmento de atividades turísticas houve expansão de 26,5%, frente ao mesmo mês do ano anterior (julho/2021).
Na análise do acumulado nos últimos 12 meses, quatro dos cinco segmentos analisados apresentaram expansão: serviços prestados às famílias (31,1%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (14,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (7,9%) e serviços de informação e comunicação (5,9%). A categoria outros serviços recuou -3,4%. Para a mesma comparação, o segmento de atividades turísticas aferiu variação positiva de 38,5%.
Na análise por unidade federativa, no mês de julho de 2022frente ao mesmo mês do ano anterior (Julho/2021), aferiu-se que 24 das 27 unidades federativas apresentaram incremento no volume de serviços prestados, sendo os maiores: Tocantins (16,6%), Amapá (16,2%), Rio Grande do Sul (15,3%), Ceará (14,1%), Mato Grosso do Sul (12,7%), Alagoas (12,0%), Mato Grosso do Sul (11,5%) e Espírito Santo (10,3%). Por outro lado, as três unidades federativas que apresentaram variação negativa nessa base de comparação foram: Acre (-11,7%), Distrito Federal (-6,9%) e Rondônia (-6,2%).
No acumulado no ano, 25 das 27 unidades federativas apresentaram expansão no volume de serviços prestados, sendo as mais expressivas: Alagoas (20,9%), Amapá (16,8%), Ceará (15,6%), Rio Grande do Sul (14,3%), Roraima (13,1%), Pernambuco (12,5%), Tocantins (11,4%) e Paraíba (11,0%). Por outro lado, Rondônia (-1,6%) e Distrito Federal (-1,7%) apresentaram variação negativa no período.
Por fim, no acumulado nos últimos 12 meses, 26 dos 27 estados apresentaram incremento no volume de serviços prestados, sendo os maiores observados em: Alagoas (22,4%), Ceará (16,9%), Roraima (16,0%), Rio Grande do Sul (14,9%), Tocantins (13,3%), Pernambuco (12,9%), Amapá (12,7%) e Sergipe (12,3%). O estado de Rondônia apresentou queda de -0,9% nessa base de comparação.