Análise IEDI
Desemprego no menor patamar
A taxa de desemprego do país atingiu o patamar de 6,8%, o mais baixo da série histórica iniciada em 2012, agora no trimestre móvel findo em jul/24. Os dados são do IBGE e foram divulgados esta manhã. Dez anos atrás, isto é, em jul/14, antes, portanto, da grave crise de 2015/2016, a taxa de desemprego encontrava-se em 7,0%.
O número de ocupados voltou a ganhar velocidade neste ano, interrompendo um período de resultados muito próximos da estabilidade que vigorou na segunda metade de 2023. No trimestre finco em jul/24 registrou alta de +2,7% frente ao mesmo período do ano anterior.
Outro dado positivo é a evolução do rendimento médio real, que também tem apresentado um vigor maior em 2024. No trimestre findo em jul/24 registrou +4,8% na comparação interanual e no trimestre anterior sem sobreposição cresceu +4,7%.
Com rendimento e ocupação em alta, a massa de rendimentos reais avançou expressivos +7,9% em mai-jul/24, mesmo ritmo do trimestre anterior sem sobreposição e acima do resultado da virada de 2023 para 2024 (+6%). É um importante fator de estímulo para o consumo das famílias.
Como mostram as variações interanuais a seguir, o desempenho recente da ocupação está calcado em atividades de serviços.
• Ocupação total: +2,0% em nov/23-jan/24; +2,8% em fev-abr/24 e +2,7% em mai-jul/24;
• Ocupação em transporte e armazenagem: +7,6%; +5,8% e +6,6%, respectivamente;
• Ocupação em info., comunicação, ativ. financeiras, imob. etc.: +6,6%; +6,5% e +5,6%;
• Ocupação em outros serviços: +3,1%; +4,3% e +5,4%;
• Ocupação na construção: +1,8%; +4,1% e +4,7%;
• Ocupação na indústria: +2,4%; +2,7% e +1,6%;
• Ocupação na agropecuária: -6,9%; -2,6% e -4,3%, respectivamente.
Os ramos mais dinâmicos na criação de vagas no último trimestre móvel também apareciam na liderança em períodos anteriores e consistem em serviços de transporte, armazenagem e correios, com +6,6%, seguidos dos serviços de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com +5,6%. O ramo de outros serviços registrou +5,4%.
Juntos, estes três ramos responderam pelo equivalente a 50% do aumento total do número de ocupados: 1,3 milhão de pessoas a mais ocupadas em um total de 2,7 milhões. A administração pública e serviços sociais, que variou +3,6% frente a um ano atrás, também teve contribuição importante ao acrescentar 654 mil pessoas ocupadas.
O comércio e a construção vêm crescendo, mas agora com um pouco mais de intensidade: +2,6% no primeiro caso e +4,7% no segundo caso. Alojamento e alimentação seguiu igualmente no azul, mas manteve o ritmo de crescimento ao registrar +1,5%.
A ocupação na indústria perdeu bastante dinamismo, passando de +2,4% e +2,7% nos trimestres móveis findos em jan/24 e abr/24 para uma variação de +1,6% em jul/24. De todo modo, foram 210 mil ocupados a mais do que no trimestre findo em jul/23.
Quem tem jogado contra o aumento da ocupação no país de forma sistemática desde o segundo trimestre de 2022 é a agropecuária. Agora no trimestre findo em jul/24 reduziu 364 mil postos de trabalhos em relação ao mesmo período do ano passado, implicando uma variação de -4,3%.
Conforme dados da PNAD Contínua Mensal divulgados hoje pelo IBGE, a taxa de desocupação registrou 6,8% no trimestre compreendido entre maio e julho de 2024. Em relação ao trimestre imediatamente anterior (abr-mai-jun) houve diminuição de 0,7 p.p. e, para o mesmo trimestre do ano anterior, houve variação negativa de 1,1 p.p., quando registrou 7,9%.
O rendimento real médio de todos os trabalhos habitualmente recebidos registrou R$ 3.206,00, apresentando variação de 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior (abr-mai-jun), já frente ao mesmo trimestre de referência do ano passado, houve aumento de 4,8%.
A massa de rendimentos reais de todos os trabalhos habitualmente recebidos atingiu R$ 322,4 bilhões no trimestre que se encerrou em julho, registrando crescimento de 1,9% frente ao trimestre imediatamente anterior (abr-mai-jun) e variação positiva de 7,9% quanto ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 300,5 milhões).
No trimestre de referência a população ocupada registrou 102 milhões de pessoas, apresentando variação positiva de 1,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior e incremento de 2,7% frente ao mesmo trimestre do ano passado (99,3 milhões de pessoas ocupadas).
Em comparação com o trimestre imediatamente anterior, o número de desocupados aferiu queda de 9,5% com 7,4 milhões de pessoas. Já frente ao mesmo trimestre do ano anterior, observou-se variação negativa de 12,8%. A força de trabalho computou 109,5 milhões de pessoas nesse trimestre, representando crescimento de 0,4% frente ao trimestre imediatamente anterior e variação positiva de 1,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (107,9 milhões de pessoas).
Na análise referente ao mesmo trimestre do ano anterior, dos agrupamentos analisados, as variações foram: transporte, armazenagem e correios (6,6%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,6%), outros serviços (5,4%), construção (4,7%), administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,6%), indústria (1,6%), alojamento e alimentação (1,5%), serviços domésticos (-0,5%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-4,3%).
Por fim, analisando a população ocupada por posição na ocupação, frente ao mesmo trimestre do ano anterior, registraram-se as seguintes variações nas categorias analisadas: trabalho privado sem carteira (5,2%), trabalho privado com carteira (4,2%), setor público (3,6%), empregador (1,1%), trabalhador por conta própria (0,6%), trabalho doméstico (-0,8%) e trabalho familiar auxiliar (-9,9%).