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                          Carta IEDI

                          Edição 197
                          Publicado em: 03/03/2006

                          A Indústria em 2005: Expansão para Poucos

                          Sumário

                          Duas características marcantes do comportamento da indústria brasileira em 2005 emergem dos indicadores de produção física industrial elaborados pelo IBGE:

                          • a concentração do crescimento em poucos segmentos, e

                          • o fato de terem sido os segmentos da indústria de transformação considerados como de alto conteúdo tecnológico aqueles que puxaram a expansão industrial no ano passado.

                          Quanto à primeira característica, a alta concentração do crescimento em alguns poucos setores e a pronunciada desigualdade de desempenhos setoriais, a conclusão geral foi que, em 2005, houve alta concentração no crescimento industrial, já que apenas cinco setores de um total de 27 setores responderam por 79% do crescimento da produção global do setor industrial que foi de 3,1%. De uma forma ou de outra, a característica comum entre os setores que lideraram o crescimento (Veículos automotores, Indústrias extrativas, Edição, impressão e reprodução de gravações, Material elétrico, aparelhos e equipamentos de comunicação e Farmacêutica) foi de terem conseguido escapar da influência dos juros altos e da elevada valorização da moeda nacional em 2005 e que viria afetar negativamente quase todos os demais setores da indústria.

                          Outras observações pertinentes são:

                          • Dos 27 setores industriais pesquisados pelo IBGE, 13 deles (praticamente a metade) não tiveram motivos para comemorar: ou registraram um crescimento muito baixo de produção.

                          • Foram esses os setores mais atingidos pelas políticas de juros e câmbio, que deprimiram a demanda por bens de capital (afetando os setores de Máquinas e equipamentos, metalurgia básica, com destaque para aço), e restringiram a competitividade de setores como Têxtil, Calçados e Artigos de Couro, Mobiliário, Madeira, Vestuário e Acessórios, estes que estão entre os de menor crescimento.

                          • Esses últimos setores estão entre os de maior expressão no emprego industrial, que, devido principalmente a isso teve um crescimento em 2005 (1,1%) inferior ao de 2004 (1,8%).

                          Quanto à segunda característica da performance industrial em 2005, tem como base o tratamento da produção física da indústria de transformação a partir de uma classificação baseada na intensidade tecnológica das atividades que a compõem. O procedimento aqui adotado segue a classificação da OCDE, desagregando a indústria de transformação em: alta, média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica.

                          Abordagens desse tipo são realizadas em reconhecimento do proeminente papel que a tecnologia ocupa no crescimento e desenvolvimento e na competitividade das empresas. Os principais resultados para 2005 podem ser assim resumidos:

                          • O grupo que se sobressaiu foi o de alta tecnologia, que cresceu 12,5% ante 2004, com destaques para equipamentos de informática, com expansão de 17,3%; farmacêutica, 14,6%; material eletrônico, aparelhos da linha marrom e equipamentos de telecomunicações, 14,2%. Indústria aeronáutica, 4,0% e instrumentos médicos e de medição, 2,6%, tiveram menor evolução.

                          • O segmento de média-alta intensidade cresceu 2,6%, aquém da expansão do conjunto da indústria de transformação (2,8%). Os segmentos de demais equipamentos de transporte (exclusive aeronáutica, naval e ferroviário) e de construção de vagões ferroviários tiveram maior dinamismo (8,9% e de 8,1%, respectivamente). Também com expansão: material elétrico (7,9%); veículos automotivos (6,8%); perfumaria e produtos de limpeza (3,7%).

                          • O segmento de média-baixa intensidade tecnológica ficou virtualmente estagnado (0,2%), apesar da expansão da produção de minerais não-metálicos (2,8%), da indústria naval (2,2%) e de refinarias de petróleo e unidades de álcool (1,5%).

                          • A indústria de menor conteúdo tecnológico cresceu 2,1% no acumulado do ano, porém, abaixo do crescimento da indústria de transformação como um todo, com destaque para: edição, impressão e reprodução de gravações, 11,6%; indústrias diversas, 8,4%; bebidas, 6,4%; papel e celulose, 3,1%. Além dessas atividades, tiveram variação positiva, porém baixa, a produção de alimentos (0,6%) e de mobiliário (0,5%). Sofreram recuo os segmentos de madeira (-4,5%), vestuário (-4,6%), calçados e artigos de couro (-3,2%), têxtil (-2,1%); e fumo (-0,9%).

                          O maior crescimento dos segmentos mais intensivos em tecnologia está associado à procura interna estimulada pelo financiamento, quer pelo crédito pessoal com consignação em folha de pagamento, quer pelas facilidades oferecidas pelo próprio varejo em termos de crediário. Inovações de produto e reduções de impostos (COFINS em computadores populares) também contribuíram para a evolução. As exportações exerceram um papel adicional de estímulo, como para telefones celulares (no caso da indústria de alta intensidade) e para automóveis (média-alta).

                          Por outro lado, não se pode esquecer que dentre as atividades que compõem as indústrias de menor conteúdo tecnológico estão algumas que são grandes absorvedoras de mão-de-obra e que passam por dificuldades devido à excessiva valorização do Real. Nesse sentido, seria mais do que desejável reativar ou dinamizar esses segmentos, até para ampliar o mercado doméstico em prol das atividades mais intensivas em tecnologia.

                          Leia mais sobre o tema no texto abaixo ou o estudo completo no site do IEDI.

                          Concentração do Crescimento Industrial. Os dados a seguir mostram com clareza a alta concentração do crescimento obtido pela produção da indústria em 2005 em apenas cinco setores de um total de 27 setores: Veículos automotores, Indústrias extrativas, Edição, impressão e reprodução de gravações, Material elétrico, aparelhos e equipamentos de comunicação e Farmacêutica. Da expansão da indústria como um todo no ano passado, de 3,1%, tais segmentos responderam por 2,5%. Isso significa que quase 4/5 da evolução da indústria em 2005 deveu-se ao desempenho desses setores.

                          Note-se que no ano anterior, os 5 setores de maior contribuição ao crescimento global da indústria (Veículos automotores, Material elétrico, aparelhos e equipamentos de comunicação, Máquinas e equipamentos, Outros produtos químicos e Alimentos) explicaram 57% da evolução global.

                          Embora cada qual tenha um motivo particular para explicar seu bom desempenho, estes setores possuem em comum a característica de terem conseguido escapar da influência dos juros altos e da elevada valorização da moeda nacional que ocorreu durante o ano de 2005 e que viria afetar negativamente quase todos os demais setores da indústria.

                          • No caso de veículos automotores (crescimento de 6,8%), a evolução de modalidades de crédito mais baratas (o crédito ao consumo para veículos e o crédito consignado), as inovações de produto como o automóvel bi-combustível e exportações foram determinantes.

                          • Ferro e petróleo foram os segmentos líderes da indústria extrativa (crescimento de 10,2%), puxados por forte demanda externa e preços extremamente favoráveis de exportações (ferro), mas também pelo aumento de produção que a estatal Petrobrás tem como meta em função do objetivo de obter auto-suficiência em 2006.

                          • Material elétrico, aparelhos e equipamentos de comunicação (evolução de 14,2%) contaram também a inovação de produto no seu segmento mais dinâmico (celular), além das facilidades de venda (pré e pós-pago) e de financiamento.

                          • Finalmente, Edição, impressão e reprodução de gravações (expansão de 11,6%) e Farmacêutica (14,6) foram os setores atrasados da recuperação industrial em 2004 após a crise de 2003 (esses setores evoluíram 0,9% e -2,3%, respectivamente em 2004). Isto certamente se deu em função de decisões do público de retomar antes o consumo de outros bens, como alimentos.

                          A elevada concentração do crescimento industrial é um indicativo de que a evolução industrial em 2005 não teve um “padrão” definido, ou seja, não se tratou de um processo encadeado, mas, sim, resultou de uma coleção de experiências individualizadas de crescimento setorial. Não foi essa a característica da evolução industrial no ano anterior.

                          Diversidade de Desempenhos. Dos 27 setores industriais pesquisados pelo IBGE, 13 deles (praticamente a metade) não tiveram motivos para comemorar: ou registraram um crescimento muito baixo de produção (entre 0,5% e 1,5%, casos de Refino de petróleo e álcool, Alimentos e Mobiliário) ou amargaram declínio (entre -0,2 e 4,6%, casos de Produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos, Fumo, Borracha e plástico, Outros produtos químicos, Máquinas e equipamentos, Metalurgia básica, Têxtil, Calçados e Artigos de Couro, Madeira, Vestuário e Acessórios).

                          Aqui também há diferenciação quantos às causas do desempenho desfavorável, mas a influência das variáveis macroeconômicas, juros e câmbio, especialmente, que deprimiram a demanda por bens de capital (afetando os setores de Máquinas e equipamentos, metalúrgica básica, com destaque para aço), e restringiram a competitividade de setores como Têxtil, Calçados e Artigos de Couro, Mobiliário, Madeira, Vestuário e Acessórios, estes que estão entre os de menor crescimento.

                          Infelizmente esses últimos setores estão entre os de maior expressão no emprego industrial, que, devido principalmente a isso teve um crescimento em 2005 (1,1%) inferior ao de 2004 (1,8%).

                          Também são esses setores (Têxtil, Calçados e Artigos de Couro, Mobiliário, Madeira, Vestuário e Acessórios), além de Refino de petróleo e álcool, Borracha e plástico, Alimentos, Minerais não metálicos, Produtos de metal (exclusive máquinas e equipamentos) e Farmacêutica que não lograram bom desempenho no último triênio. Para esses setores a média anual de crescimento da produção ou foi fortemente negativa (como em Vestuário e Acessórios, -5,3%), ou bastante baixa (como em Farmacêutica, 2,2%). Além de serem empregadores importantes da indústria, o fato de serem segmentos que abastecem o mercado consumidor de base (bens não duráveis de consumo, predominantemente, além de materiais de construção) é o traço comum de todos eles. E o mercado interno consumidor, embora tenha crescido em 2005, ainda não recuperou a dimensão que tinha antes da recessão industrial de 2003. Ademais, já foi visto que para alguns desses setores importantes, o câmbio tem sido fator para um desempenho pior.

                          Destaques da evolução industrial no atual governo foram setores como Máquinas para escritório e equipamentos de informática, Veículos automotores, Material elétrico, aparelhos e equipamentos de comunicação, Outros equipamentos de transporte, Máquinas e equipamentos, Celulose, papel e produtos de papel, Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza, para quem a média anual de evolução da produção foi pelo menos de 5,4%, no caso deste último setor e tendo como máximo 19,2% no caso do primeiro dos setores relacionados. Avanço tecnológico na área de produto, maiores facilidades de crédito, o bom crescimento do investimento (especialmente em 2004) e exportações fizeram a diferença para que esses segmentos despontassem.

                          Abordagem por intensidade tecnológica e a produção industrial do Brasil. Os dados da produção física da indústria de transformação podem ser observados segundo uma classificação diferenciada, com base na intensidade tecnológica. O procedimento aqui adotado segue a classificação da OCDE, que inclui quatro segmentos: alta, média-alta, média-baixa e baixa intensidade tecnológica.

                          Abordagens com base nessa classificação vêm sendo feitas como reconhecimento do papel destacado que a tecnologia ocupa no crescimento e desenvolvimento das nações e na competitividade das empresas. Sob um prisma mais microeconômico, firmas intensivas em tecnologia conseguem explorar novas oportunidades mercadológicas, inclusive criar novos mercados; utilizar melhor os recursos do que suas concorrentes e, por conseguinte, obter maior produtividade; em suma, tendem a inovar mais e ganhar com isso. Em adição, o fato das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de inovação gerarem efeitos de transbordamento em prol dos demais setores econômicos tem levado à elaboração e implantação de políticas públicas voltadas para elas.

                          Ressalve-se que, embora um dado segmento produtivo possa apresentar níveis diferentes de intensidade tecnológica de um país para outro, constata-se uma aderência aceitável entre a classificação acima e os dados setoriais de inovação tecnológica para o Brasil, levantados pelo IBGE na Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec).

                          A agregação pela metodologia da OCDE foi elaborada a partir dos dados por atividades e subsetores da indústria de transformação sem ajuste sazonal, ponderados por seus respectivos pesos na composição do índice mensal de produção física apurado pelo IBGE. Assim, obtiveram-se os pesos de cada uma das quatro faixas na indústria geral (para ver quais atividades industriais compõem cada faixa, consultar o estudo completo no site do IEDI – a análise dos dados mais adiante também explicita as atividades):

                          • alta intensidade tecnológica:  8,9%;

                          • média-alta: 25,1%;

                          • média-baixa: 25,3%;

                          • baixa: 35,8%;

                          • indústria de transformação: 95,0% (equivalente à soma dos quatro grupos acima; os restantes 5% se referem à indústria extrativa).

                          Isto explicita o menor impacto que oscilações na produção física das atividades ou subsetores de alta tecnologia geram na indústria de transformação comparativamente ao efeito exercido por variações nas atividades ou subsetores das outras três classes de intensidade tecnológica, refletindo a estrutura produtiva do Brasil no triênio 1998-2000. Foi esse período que serviu de referência para o IBGE montar as ponderações para a Pesquisa Industrial Mensal (Produção Física) em curso, determinadas pela participação de cada atividade/ subsetor no valor da transformação industrial da indústria geral (soma da indústria extrativa com a indústria de transformação), conforme a Pesquisa Industrial Anual desses três anos conduzida pelo próprio IBGE.

                          Assim, com base nos procedimentos acima descritos, foram calculados os respectivos números-índices para os meses da série, sem ajuste sazonal, fornecendo os dados abaixo. Para 2005, as informações não deixam margem a dúvidas: os destaques no ano foram os segmentos de maior conteúdo tecnológico, em especial os de alta intensidade.

                          Alta tecnologia: pujança. O grupo de alta tecnologia cresceu 12,5% ante 2004, sendo a única das quatro faixas de intensidade tecnológica, cuja produção física aumentou mais do que a indústria de transformação como um todo. Todos os seus ramos concorreram para o incremento: o segmento de equipamentos de informática cresceu 17,3%; farmacêutica, 14,6%; material eletrônico, aparelhos da linha marrom e equipamentos de telecomunicações, 14,2%; indústria aeronáutica, 4,0%; e instrumentos médicos e de medição, 2,6% – a indústria aeronáutica e a de instrumentos de precisão foram as que evoluíram aquém do conjunto do segmento de alta intensidade.

                          Ao longo do ano, esse aumento na casa de dois dígitos da indústria de alta tecnologia foi puxado principalmente pelo desempenho dos segundo e terceiro trimestres: 14,3% e 15,8%, respectivamente. No último trimestre de 2005, a variação também atingiu nível expressivo, embora sem a mesma pujança: 10,1%.

                          Para tal resultado do quarto trimestre do ano contribuiu bastante justamente o mês de dezembro: no contraponto com o último mês de 2004, cresceu 15,9%. Os bons números para dezembro de 2005 tiveram a seu favor o excelente desempenho de quase todos os segmentos que lhe compõem: informática (30,3%); indústria farmacêutica (26,4%); material eletrônico e equipamentos da linha marrom e de comunicações (9,6%) – esse último por causa principalmente dos bens da linha marrom (12,2%), embora material eletrônico e de comunicações também tenha evoluído bem (8,9%); e construção e montagem de aeronaves (5%, mesmo sendo o mais baixo, sua taxa superou a da indústria de transformação). A exceção ficou por conta da produção de instrumentos médico-hospitalares e de precisão, com queda de 3,1%.

                          Média-alta tecnologia: arrefecimento da expansão em 2005. A faixa de média-alta intensidade também teve expansão em 2005, de 2,6%, porém abaixo do crescimento do conjunto da indústria de transformação (2,8%). Os segmentos de demais equipamentos de transporte (exclusive aeronáutica, naval e ferroviário) e de construção de vagões ferroviários foram os de maior dinamismo: taxas de 8,9% e de 8,1%, respectivamente. Também lograram expansão os ramos de material elétrico (7,9%); veículos automotivos (6,8%); e de perfumaria e produtos de limpeza (3,7%). Destaque-se o segmento de veículos automotores devido a seu peso na indústria. Em contrapartida, puxaram para baixo o crescimento da categoria de média-alta intensidade as indústrias de máquinas e equipamentos e química (exclusive farmacêutica e perfumaria, produtos de limpeza etc.) que declinaram, respectivamente, 1,3% e 1,2%.

                          A expansão em 2005 perdeu vulto em boa medida pelo baixo dinamismo do último trimestre do ano, quando a variação foi de 1%. Aliás, a comparação anual não permite ver o que a análise trimestre contra o mesmo período do ano anterior evidencia: a desaceleração da indústria de média-alta tecnologia, que vem ocorrendo desde outubro-dezembro de 2004.

                          Neste sentido, deve-se esperar para ver se o melhor desempenho dessa classe em dezembro (+3,8%) vai se constituir numa mudança de tendência. No comparativo entre meses de dezembro, todos os segmentos de média-alta intensidade registraram taxas positivas, exceto por outros produtos químicos (-3,4%). Com maior destaque estão máquinas, aparelhos e materiais elétricos (28,5%) e veículos automotores (5,6%).

                          Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração própria com base na taxonomia da OCDE/ Standatabase.

                          Média-baixa e baixa tecnologia: pouco dinamismo. Quanto aos demais segmentos, o de média-baixa intensidade tecnológica ficou virtualmente estagnado em 2005 (0,2%), em que pese à expansão da produção de minerais não-metálicos (2,8%), da indústria naval (2,2%) e de refinarias de petróleo e unidades de álcool (1,5%). Já os segmentos que se retraíram foram: borracha e plásticos (-1,2); metalurgia (-2,0%); e de produtos de metal, exceto máquinas (-0,2%)

                          Ao se comparar a produção entre meses de dezembro, a indústria de média-baixa intensidade sofreu queda de 1,3%. A causa de tanto se encontra na retração de refino de petróleo e álcool (-5,2%) e de produtos de metal (-5,0%), a despeito do crescimento do segmento de borracha e plástico, minerais não metálicos, metalurgia básica e da indústria naval.

                          Já a indústria de menor conteúdo tecnológico conseguiu crescer quer no acumulado do ano, 2,1%, quer na comparação entre meses de dezembro, 1,6%. Em ambas, porém, a expansão ficou abaixo do crescimento da indústria de transformação como um todo. No contraponto 2004-2005, destacaram-se o segmento de edição, impressão e reprodução de gravações, 11,6%; as indústrias diversas, crescendo 8,4%; bebidas, 6,4%; papel e celulose, 3,1%. Além dessas atividades, tiveram variação positiva, porém baixa, a produção de alimentos (0,6%) e de mobiliário (0,5%). Sofreram recuo os segmentos de madeira (-4,5%), vestuário (-4,6%), calçados e artigos de couro (-3,2%), têxtil (-2,1%); e fumo (-0,9%).

                          Na comparação de dezembro de 2005 com dezembro de 2004, observa-se que vestuário e calçados e artigos de couro se retraíram fortemente: queda de 7,9% e 6,8%, respectivamente. As madeireiras também registraram queda de produção (-7,6%), assim como a indústria de alimentos (-1,3%). Mas, a expansão dos demais segmentos foi suficiente para se contrapor a tais declínios: a atividade de edição, impressão e reprodução de gravações cresceu 8,2%; indústrias diversas, 6,4%; a de bebidas, 5,2%; mobiliário 4,9%; papel e celulose cresceu 4,7%; fumo, 3,8%; e a têxtil, 1,0%.

                          Vale notar que, seja para a indústria de média-baixa, quanto para a de baixa tecnologia, a comparação trimestre versus igual trimestre do ano anterior, há não só um quadro de desaceleração, mas já chegando a uma situação de retração. No caso do segmento de baixo conteúdo tecnológico, há pelo menos uma melhor perspectiva em virtude do incremento observado no mês derradeiro de 2005.

                          Fonte: IBGE – Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração própria com base na taxonomia da OCDE/ Standatabase.

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                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1308 - Brasil no Panorama Global da Indústria
                          Publicado em: 07/04/2025

                          O Brasil melhora sua posição no ranking global da manufatura, mas sem ampliar sua participação no valor adicionado total do setor.

                           

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                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1307 - Indústria estável, mas com poucos freios na entrada de 2025
                          Publicado em: 28/03/2025

                          Embora a produção industrial tenha ficado estagnada em janeiro de 2025, foram poucos os ramos e os parques regionais a registrarem declínio.

                           

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                          Carta IEDI n. 1306 - A Indústria por Intensidade Tecnológica: especificidades de 2024
                          Publicado em: 14/03/2025

                          A indústria de transformação ampliou sua produção em 2024, apresentando especificidades em relação à última década, o que também inclui a distribuição deste dinamismo entre suas diferentes faixas de intensidade tecnológica.

                           

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                          Carta IEDI n. 1305 - O Brasil e a guerra comercial entre EUA e China
                          Publicado em: 10/03/2025

                          Há muitos produtos coincidentes que Brasil e China exportam para os EUA e nossos embarques poderiam ser favorecidos com a imposição de alíquotas sobre as exportações chinesas.

                           

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