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                          Análise IEDI

                          Lucro das Empresas
                          Publicado em: 24/06/2016

                          A queda da rentabilidade empresarial na crise atual

                           
                          A Carta IEDI a ser publicada hoje analisa o desempenho econômico-financeiro de 340 empresas não financeiras de capital aberto entre os anos de 2010 e 2015 com o objetivo de avaliar como a piora gradativa da situação econômica e a grave recessão em que ainda nos encontramos afetaram a rentabilidade empresarial, sobretudo da indústria, seu endividamento bem como a composição dos seus ativos.

                          É sabido que a recuperação da confiança dos empresários é de extrema importância para que, em algum momento futuro, o investimento produtivo volte a crescer. Mas essa é apenas uma parte do problema, pois é preciso ainda existir condições para seu financiamento. Como diversos estudos indicam, no Brasil, a imobilização de capital na produção depende muito do acesso a financiamentos de longo prazo do BNDES e da acumulação de lucros retidos pelas empresas. É sobre este último fator que nos debruçamos na presente Carta.

                          Em síntese, o que se constata é a quase continuada redução da lucratividade da atividade produtiva do país a partir de 2010. No caso da indústria, foi expressivo o declínio das margens de lucro líquida e operacional do conjunto do setor excluindo-se Petrobras e Vale. Entre 2010 e 2015, a margem líquida de lucro perdeu 7,8 pontos percentuais (p.p.) passando de 8,3% para apenas 0,5% no final do período. No caso da rentabilidade operacional, a perda também foi expressiva: -5,8 p.p., sendo que, em 2015, a margem operacional atingiu 7,6%.

                          Dois fatores sobressaem e se complementam na determinação da compressão das margens de lucros da grande empresa não financeira ao longo do período: a menor capacidade de as empresas repassarem aos preços as elevações de custos e as perdas financeiras ocorridas com a piora das condições de financiamento da economia brasileira e da alta das taxas de juros.

                          De fato, as despesas financeiras cresceram em um ritmo superior aos demais custos operacionais, contribuindo muito para o declínio da rentabilidade líquida das empresas no período em análise. Em termos reais, as despesas financeiras líquidas cresceram 2,57 vezes entre 2010 e 2015, enquanto os custos dos produtos vendidos avançaram menos, 1,12 vez no mesmo período.

                          Neste cenário de alta das despesas financeiras, em que também se somaram o encolhimento da demanda e o encarecimento do crédito, é provável que a pressão tenha vindo tanto da necessidade de renovar dívidas em condições mais desfavoráveis, como do impacto de desvalorizações cambiais sobre o estoque de dívida externa e os serviços das dívidas das empresas não-financeiras. Além da elevação do endividamento, o impacto da desvalorização cambial sobre a situação financeira das empresas também pesou nas margens líquidas de lucro, ainda que de forma heterogênea entre os setores.

                          A queda da rentabilidade constitui, assim, destacado componente do atual contexto econômico bastante adverso. Este combina retração da demanda interna e baixo nível de utilização da capacidade instalada com dinamismo ainda insuficiente do mercado externo, configurando um quadro pouco animador para a retomada do investimento produtivo e, consequentemente, do crescimento econômico.

                          Do ponto de vista da distribuição dos ativos, no agregado da indústria sem a Petrobras e a Vale, as indicações são de que as empresas caminharam na direção de uma menor aplicação de recursos em inversões de longo prazo, especialmente ativos imobilizados, e procuraram manter um volume apreciável de aplicações financeiras e disponibilidades de caixa.

                          A manutenção de elevado patamar de recursos disponíveis assegura às empresas um rendimento garantido (em função de altas taxas de juros predominantes na economia doméstica) e um colchão de liquidez, que funciona como uma espécie de “seguro” contra as frequentes reviravoltas da conjuntura macroeconômica e da política econômica.

                          Outra estratégia das empresas não-financeiras na gestão dos ativos diz respeito às compras ou aquisições de participações em outras companhias. O aumento dessas operações pode indicar um movimento de diversificação das atividades empresariais, num contexto em que os ativos ficaram baratos.

                          Por fim, quanto ao endividamento, seu patamar médio para o conjunto de empresas analisadas manteve tendência constante de crescimento. Os indicadores gerais de endividamento – relação entre capital de terceiros e capital próprio e relação entre endividamento líquido e capital próprio – praticamente dobraram no período em foco.

                          A queda da demanda agregada por conta da crise, a elevação das taxas de juros sobre empréstimos e um conjunto de fatores ligados à queda da rentabilidade das empresas não-financeiras, além da desvalorização do Real, contribuíram para o acréscimo do endividamento. Sobretudo em segmentos mais dependentes da retenção de lucros para o financiamento dos investimentos, a queda da rentabilidade das empresas pode ter implicado na maior necessidade de financiamento, tanto de curto, como de longo prazo, e contribuído para o aumento do comprometimento das receitas operacionais com as despesas financeiras.
                           

                           
                           

                           

                           

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