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                          Análise IEDI

                          Indústria
                          Publicado em: 18/04/2019

                          Um Mal Brasileiro: declínio industrial em setores de maior tecnologia

                          A indústria brasileira não precisou passar por uma de suas piores crises no período 2014-2016 – da qual ainda não se restabeleceu completamente, vale lembrar – para que retrocedesse na estrutura produtiva do país. Ao contrário, o setor industrial vem perdendo participação no PIB do Brasil desde os anos 1980. 

                          As dificuldades dos últimos anos apenas aprofundaram o problema, levando ao menor patamar em que a nossa indústria já ocupou desde 1947, como mostrou a Análise IEDI de 26/03/2019. Em 2018, a indústria de transformação representou apenas 11,3% do PIB, isto é, quase a metade dos 20% registrados em 1976 a preços constantes. Temos passado por um processo de regressão industrial dos mais intensos do mundo, o que tem resultado em baixo crescimento econômico e atrasos tecnológicos importantes.

                          A Carta IEDI a ser divulgada hoje, realizada a partir do estudo dos economistas Paulo Morceiro (USP) e Joaquim J. M. Guilhoto (OCDE), disponibilizado na íntegra no site no IEDI, analisa em maior detalhe o retrocesso industrial brasileiro por que temos passado há décadas. Regra geral, este processo não significa o encolhimento absoluto da indústria, mas sua perda de participação na economia, decorrente de seu baixo crescimento. 

                          Os autores realizaram dois exercícios relevantes. O primeiro deles foi avaliar o declínio relativo da indústria de transformação setorialmente, isto é, todos os seus setores perderam participação no PIB? Todos ao mesmo tempo e na mesma intensidade? Recuaram mais os de alta intensidade tecnológica ou os de baixa? O segundo exercício foi comparar o perfil da desindustrialização brasileira com outros casos no restante do mundo. O encolhimento relativo da indústria brasileira é mais uma de nossas “jabuticabas”?

                          Algumas das evidências empíricas da análise setorial de Morceiro e Guilhoto podem ser resumidas nos seguintes pontos:

                               •  Entre 1980 e 2016, o PIB do Brasil cresceu a uma taxa média de 2,17% ao ano (a.a.) e a nossa população a 1,47% a.a., enquanto o valor adicionado bruto da indústria de transformação cresceu apenas 0,66% a.a.. Consequências: declínio relativo da indústria na economia do país e queda do PIB manufatureiro per capita.

                               •  Os setores manufatureiros do Brasil começaram a perder participação no PIB em anos distintos: por exemplo, vestuário, couro e calçados já nos anos 1970, química e petroquímica nos anos 1980 e alimentos, bebidas e fumo só a partir de 2005.

                               •  A desindustrialização setorial também não é homogênea quanto à sua intensidade, por exemplo, vestuário, couros e calçados registraram uma desindustrialização muito mais intensa que minerais não-metálicos.

                               •  Metade dos setores manufatureiros (alimentos, bebidas e fumo; têxteis; vestuário, couro e calçados; móveis e madeira; metalurgia e produtos de metal; química e petroquímica; máquina e equipamentos) foram responsáveis por mais de 4/5 da perda de participação da indústria de transformação no PIB entre 1970 e 2016. Logo, o movimento de regresso relativo é concentrado setorialmente. 

                               •  Os setores de menor intensidade tecnológica (vestuário, couro e calçados; têxteis; minerais não metálicos; móveis e madeira), produtores de bens tradicionais, seguiram o padrão internacional e perderam participação no PIB à medida que a renda per capita do país aumentou. 

                               •  O problema surge nos setores de maior intensidade tecnológica (máquinas e equipamentos, química e petroquímica, automobilística, outros equipamentos de transporte etc), cuja participação no PIB começou a declinar prematuramente. Em conjunto, os setores de maior intensidade tecnológica perderam 40% de peso no PIB desde 1980. Isso é grave e prejudicial ao desenvolvimento do país dado o dinamismo tecnológico destes setores.

                               •  Alguns setores de alta e média-alta intensidade tecnológica, como farmacêutico, materiais elétricos e informática e eletroeletrônicos, não regrediram, mas também não ampliaram sua participação na economia como ocorreu em outros países que passaram por um processo de desindustrialização relativa. Este é um destacado fator que agrava nosso retrocesso industrial.

                               •  O setor de informática e eletrônicos, especificamente, foi o núcleo da Terceira Revolução Industrial e tem um papel central na Quarta Revolução em curso (Indústria 4.0), mas no Brasil tem uma participação pequena na estrutura industrial e cresce muito pouco, sugerindo grandes dificuldades para acompanharmos as transformações da era digital.

                          Outras evidências apresentadas por Morceiro e Guilhoto contrastando Brasil e outros países dá a dimensão do quadro que a indústria brasileira tem enfrentado:

                               •  Entre 1980 e 2015, o PIB manufatureiro no Brasil acumulou aumento de 28%, enquanto o dos EUA avançou 4 vezes mais do que isso e o Mundo como um todo 6 vezes mais.

                               •  Devido à industrialização na China, não há retrocesso da indústria na estrutura produtiva mundial. Para o “Mundo exceto China”, o peso da indústria de transformação no PIB (a preços constantes) regrediu somente 1% entre 1980 e 2015, enquanto que para o Brasil este declínio chegou a nada menos do que 42%. Ou seja, somos um ponto fora da curva.

                               •  Em 2017, o produto real per capita da manufatura do Brasil foi 25% inferior ao nível obtido em 1980, enquanto nos Estados Unidos foi cerca de 75% maior. No nível setorial, dois terços dos setores manufatureiros também registraram retração do produto real per capita no Brasil.

                               •  Mas antes do seu retrocesso relativo, a indústria brasileira manteve-se quanto tempo em seu auge? Pouquíssimo tempo: apenas 8 anos (1973-1980). A manufatura dos EUA manteve-se em seu auge por 20 anos (em 26% do PIB em média em 1947-1966) ou por 40 anos se considerarmos sua participação no emprego total.

                               •  Enquanto no restante do mundo, segundo os cálculos de Dani Rodrik, a indústria de transformação começa a perder peso nas economias quando a renda per capita dos países atinge US$ 20 mil (a preços de 2016), no Brasil este movimento se iniciou quando nossa renda per capita era de apenas 60% desse valor. Por isso, fala-se de desindustrialização prematura para o Brasil.

                               •  Quanto ao setor de informática e eletrônicos, importante nas tecnologias a Indústria 4.0, em 2016, era responsável por 0,5% do PIB do Brasil mensurado a preços básicos, enquanto nos Estados Unidos representou percentual do PIB 3,5 vezes maior. Neste mesmo ano, o Brasil contribuiu com apenas 0,5% do valor adicionado global deste setor, enquanto China e Estados Unidos lideraram, respectivamente, com 28% e 22%, segundo a UNIDO.

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