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                          Análise IEDI

                          Balança Comercial
                          Publicado em: 02/09/2019

                          No ano, menos exportação e menos saldo

                          Em agosto de 2019, o saldo da balança comercial do Brasil não só foi superavitário, como registrou avanço considerável de +23,7% frente ao mesmo mês do ano anterior, pela média por dia útil, atingindo US$ 3,3 bilhões. Porém, isso não ocorreu pelas melhores razões. Não foi uma reação das exportações que promoveu aumento do saldo, mas sim uma queda mais intensa das importações.

                          Segundo as médias diárias, na comparação frente a agosto de 2018, nossas vendas externas declinaram -8,5%, condicionadas exclusivamente pela intensa retração das exportações de manufaturados. Já as importações totais recuaram -13,3%, com um perfil disseminado de quedas, com destaque para bens de capital e combustíveis e lubrificantes.

                          Quanto a nosso desempenho exportador, agosto não fugiu à regra do que temos visto ao longo dos meses de 2019. Qual seja, o conjunto de produtos manufaturados é quem tem liderado o retrocesso, como mostram as variações acumuladas no ano, pela média diária, logo abaixo. 

                               •  Exportações totais: +8,3% em jan-ago/18 e -5,2% em jan-ago/19

                               •  Exportações de produtos básicos: +11,2% e +0,7%, respectivamente;

                               •  Exportações de semimanufaturados: -4,5% e -0,9%;

                               •  Exportações de manufaturados: +10,5% e -9,5%, respectivamente. 

                          Em grande medida isso se deve à queda em bens da indústria automobilística e do setor aeronáutico, isto é, de ramos industriais de maior intensidade tecnológica. A exportação de automóveis de passageiros, por exemplo, caiu -47,5% em ago/19 em relação a ago/18 e variou -34,2% no acumulado jan-ago/18 ante o mesmo período do ano anterior. Motores para veículos e partes, por sua vez, registraram -23,7% no mês e -4,7% no acumulado do ano, enquanto as vendas externas de aviões caíram -23,6% e -17%, respectivamente.

                          Em outros termos, a inserção do Brasil no comércio internacional, que já deixava muito a desejar, vem dando sinais de se reduzir ainda mais em 2019, tanto do ponto de vista qualitativo como do ponto de vista quantitativo. Estão em retrocesso nossas exportações, notadamente a de maior valor agregado, mas também nossa corrente de comércio (-4,2% ante jan-ago/18) e o superávit da balança (-12,9%) no acumulado do ano, a despeito da melhora de agosto.

                          Na origem desta evolução estão fatores internos e externos. Dentre os primeiros, podem ser citados os impactos envolvendo plataformas de petróleo devido a mudança das regras do Repetro, contribuindo para que as importações de bens de capital recuassem -35% em ago19/ago18, e o baixo dinamismo da economia em geral, que desestimula nossas compras externas, a exemplo daquelas de bens de consumo (-5,5% em jan-ago/19 ante jan-ago/18).

                          Já entre os fatores externos, estão a desaceleração do comércio mundial, devido ao aumento de tensões entre Estados Unidos e China, e a crise econômica da Argentina, cujos controles cambiais reeditados esta semana podem impactar ainda mais nossas vendas para o país vizinho. No acumulado de jan-ago/19, as exportações brasileiras para a Argentina já encolheram 40% em relação ao mesmo período de 2018, afetando sobretudo o desempenho do setor automobilístico.

                          Conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, no mês de agosto de 2019 a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,284 bilhões, expansão de 23,8% ao alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 2,824 bilhões, tomando por base as médias diárias, que considera o número de dias úteis no mês.

                          As exportações registraram valor de US$ 18,853 bilhões, representando retração de 8,5% em relação a agosto de 2018, pela média diária. As importações totalizaram US$ 15,569 bilhões, o que significou decréscimo de 13,3% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês. Para o mês de agosto de 2019, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 857,0 e importações registradas ficaram em US$ 708,0 milhões.

                          Exportações por fator agregado. A exportação de produtos básicos foi de US$ 10,374 bilhões no período, decréscimo de 1,9% em comparação a agosto de 2018. Na mesma base de comparação, os produtos industrializados alcançaram valor de US$ 8,479, queda de 21,5%; os manufaturados registraram US$ 6,166 bilhões, representando por sua vez uma variação negativa de 29,0%; e os semimanufaturados somaram US$ 2,313 bilhões, variação negativa de 9,4%. 

                          Levando em conta as médias diárias das exportações, na comparação com agosto de 2018 registrou-se incremento em dois dos quatro segmentos analisados: produtos semimanufaturados (14,4%) e produtos básicos (2,5%). Por outro lado, os dois segmentos restantes apresentaram retrações: produtos manufaturados (-25,8%) e operações especiais (-100,0%).

                          Destaques exportações. No grupo dos básicos, quando comparado com agosto de 2018, aumentaram as vendas principalmente de milho em grão (+181,5%), minério de ferro (+58,5%), café em grãos (+16,1%), fumo em folhas (+10,5%) e carne suína (+4,8%). 

                          No grupo dos manufaturados, quando comparado com agosto de 2018, diminuíram as vendas principalmente de automóveis de passageiros (-47,7%), veículos de carga (-34,6%), partes de motores e turbinas para aviação (-25,7%), motores para veículos e partes (-23,7%), aviões (-23,6%) e autopeças (-21,0%). 

                          No grupo dos semimanufaturados, quando comparado com agosto de 2018, aumentaram as vendas principalmente de semimanufaturados de ferro/aço (+471,5%), ferro-ligas (+64,3%), ferro fundido (+34,9%), zinco em bruto (+26,9%) e ouro em formas semimanufaturadas (+21,1%).

                          Ao analisar os mercados compradores, cresceram as vendas para: África (+14,8%, em decorrência de milho em grãos, aviões, açúcar em bruto, óxidos e hidróxidos de alumínio, soja em grãos, papel/cartão para escrita/impressão, munições de caça e esporte, coque e betume de petróleo, bovinos vivos, carne bovina); Oriente Médio (+9,5%, principalmente por conta de motores e turbinas para aviação, minério de ferro, ouro em formas semimanufaturadas, óxidos e hidróxidos de alumínio, açúcar em bruto, arroz em grãos, cobre em barras, perfis, fios, etc., tubos de ferro fundido, bovinos vivos); Estados Unidos (+3,0%, por conta de semimanufaturados de ferro/aço, gasolina, etanol, máquinas e aparelhos para terraplanagem, celulose, café em grãos, tubos de ferro fundido, laminados planos de ferro/aço, motores e geradores elétricos, tratores, silício, naftas). 

                          Por outro lado, decresceram as vendas para os seguintes destinos: América Central e Caribe (-80,1%, por conta de plataforma para extração de petróleo, aviões, motores e turbinas para aviação, celulose, minério de ferro, madeira compensada ou contraplacada, motores e geradores elétricos, laminados planos de ferro/aço, calçados); Mercosul (-35,6%, sendo que para a Argentina diminuiu 38,3%, por conta de automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, tratores, minério de ferro, laminados planos de ferro/aço, motores e geradores elétricos, motores para veículos e partes, minério de manganês); Oceania (-19,3%, por conta de óleos combustíveis, minério de ferro, fumo em folhas, calçados, pneumáticos, motores e geradores elétricos, castanha do Pará, madeira compensada ou contraplacada, peleteria, exceto em bruto); União Europeia (-8,8%, por conta de centrifugadores e aparelhos para filtrar, petróleo em bruto, tubos de ferro fundido, tubos flexíveis de ferro/aço, celulose, farelo de soja, carne de frango, óleos combustíveis, laminados planos de ferro/aço); Ásia (-0,3%, sendo que China, Hong Kong e Macau reduziu 4,1%, para US$ 5,6 bilhões, por conta de soja em grãos, celulose, óleo de soja em bruto, catodos de cobre, hidrocarbonetos e derivados halogenados, minério de cobre, couros e peles, açúcar em bruto, miudezas de animais, tripas e buchos de animais, carne bovina). 

                          Importações por categoria de uso. Dos US$ 17,761 bilhões importados em julho, US$ 11,066 bilhões foram de bens intermediários, US$ 2,307 bilhões de bens de consumo, US$ 2,341 bilhões de bens de capital e para combustíveis e lubrificantes US$ 1,552 bilhões.

                          Destaques importações. Na comparação frente ao mesmo período de 2018, considerando a média diária, houve retração das importações em todos os quatro segmentos analisados: bens de capital (-35,0%), combustíveis e lubrificantes (-34,0%), bens de consumo (-6,9%) e bens intermediários (-2,0%). 

                          Com relação ao grupo dos combustíveis e lubrificantes, a queda ocorreu principalmente pela diminuição nas compras de petróleo em bruto, propanos liquefeitos, gás natural liquefeito, hulha betuminosa não aglomerada, gás natural no estado gasoso, óleos lubrificantes sem aditivos, coques com granulometria < 80mm, hulhas, mesmo em pó, mas não aglomeradas, fuel-oil, hulha antracita, não aglomerada. 

                          No segmento de bens intermediários reduziram as aquisições de naftas para petroquímica, trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura, caixas de marchas, didrogeno-ortofosfato de amônio, catodos de cobre refinados e seus elementos, em forma bruta, cloretos de potássio, estireno, circuitos integrados monolíticos digitais não montados, mistura de isômeros de diisocianatos de tolueno. 

                          No segmento de bens de capital reduziram as compras, principalmente, de plataformas de perfuração/exploração, veículos automóveis com motor diesel, para carga<=5t, maquinas e aparelhos mecânicos com função própria, helicópteros de 2000kg<peso<=3500kg, unidades de processamento digital, outros equipamentos terminais ou repetidores, outros aparelhos de comutação para telefonia e telegrafia, chassis com motor diesel e cabina para carga<=5t, maquinas de moldar, fornos industriais, não elétricos para fusão de vidro. 

                          No grupo dos bens de consumo, as principais quedas foram observadas nas importações de automóveis com motor explosão, 1000<cm3<=1500, até 6 passageiros, automóveis com motor explosão, 1500<cm3<=3000, até 6 passageiros, produtos imunológicos, apresentados em doses, anticorpos monoclonais, terminais portáteis de telefonia celular, medicamentos  contendo hormônios, medicamentos com compostos heterocíclicos, em doses, arroz semibranqueado, não parboilizado, polido, brunido, medicamentos com compostos de função amina, em doses, lâmpadas/tubos descarga, fluorescente, de catodo quente. 

                          Observando as importações por mercados fornecedores, na comparação com agosto de 2018, aumentaram as compras originárias dos seguintes mercados: Estados Unidos (+24,2%, por conta de máquinas e aparelhos de terraplanagem, petróleo em bruto, bombas e compressores, gasolina, óleos combustíveis, medicamentos para medicina humana e veterinária, naftas, compostos organo-inorgânicos, instrumentos e aparelhos médicos, paládio em bruto, carvão, etanol) e União Europeia (+6,1%, por conta de tubos flexíveis de ferro/aço, compostos heterocíclicos, naftas, gasolina, máquinas-ferramentas para forjar metais, hormônios naturais, alho comum, máquinas e aparelhos para fabricação de celulose/papel, máquinas e aparelhos de impressão, azeite de oliva virgem, fornos industriais ou da laboratórios). 

                          Por fim, de outro lado decresceram as compras originárias dos seguintes mercados: África (-55,5%, por conta de petróleo em bruto, naftas, adubos/fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio, ureia mesmo em solução aquosa, minério de manganês, carvão, cacau, catodos de cobre, gás natural liquefeito); Oceania (-53,1%, por conta de carvão, interruptores e protetores de energia e partes, ligas de alumínio em bruto, produtos e preparações das indústrias químicas, carne bovina, alumínio em bruto, quadros e painéis de energia, instrumentos e aparelhos médicos); América Central e Caribe (-51,3%, por conta de gás natural liquefeito, álcoois acíclicos e derivados, medicamentos para medicina humana e veterinária, resíduos e desperdícios de alumínio, chumbo em formas brutas, instrumentos e aparelhos médicos, inseticidas, formicidas, herbicidas, etc., circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos, semimanufaturados de ferro/aço); Oriente Médio (-39,8%, por conta de petróleo em bruto, semimanufaturados de ferro/aço, cloreto de potássio, enxofre, alumínio em bruto, superfosfatos (adubos/fertilizantes), polímeros plásticos, óleos lubrificantes); Ásia (-28,9%, sendo que China, Hong Kong e Macau reduziu 38,3%, por conta de plataforma para exploração de petróleo, coques e semicoques de carvão, circuitos impressos para telefonia, partes e acessórios de máquinas para processamento de dados, rolamentos e engrenagens, aparelhos transmissores/receptores de telefonia celular, compostos organo-inorgânicos, laminados planos de ferro/aço, brinquedos, jogos e partes, máquinas automáticas para processamento de dados, hidrocarbonetos e derivados halogenados) e Mercosul (-20,8%, sendo que da Argentina decresceu 26,7%, por conta de automóveis de passageiros, trigo em grãos, veículos de carga, polímeros plásticos, milho em grãos, alumínio em bruto, produtos de perfumaria, toucador e cosméticos, cevada em grãos, leite e creme de leite, autopeças).

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