Análise IEDI
Sinais favoráveis em São Paulo
Em novembro de 2022, a indústria praticamente não saiu do lugar ao registrar -0,1% frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Este fraco desempenho foi derivado, contudo, de uma parcela minoritária dos parques regionais do setor, muito concentrado no Norte, Nordeste e Sul do país.
Das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 6 ficaram no vermelho na passagem de out/22 para nov/22, o que representa uma parcela de 40% do total dos parques industriais regionais. As quedas mais intensas ficaram por conta do Pará (-5,2%), do Rio Grande do Sul (-1,3%) e do Nordeste como um todo (-1,3%), devido a Pernambuco (-2,0%).
A indústria da região Sudeste foi em larga medida poupada em nov/22. São Paulo, que possui o maior e mais completo parque industrial do país, cresceu +3,1% na série com ajuste sazonal, ganhando velocidade frente ao resultado de out/22 (+0,7%). Minas Gerais cresceu +2,2% e Espírito Santo avançou +7,6%, depois de cinco meses de recuo. A única exceção da região foi a indústria do Rio de Janeiro: -0,9%.
O resultado de nov/22, entretanto, não representa integralmente a evolução de 2022 no acumulado destes onze primeiros meses. Em relação ao mesmo período do ano anterior, são mais frequentes os casos de retração: 53% dos parques no vermelho e 67% com sinal de deterioração neste final de ano, isto é, no bimestre out-nov/22.
• Indústria geral: -0,6% em jan-nov/22 e +1,3% em out-nov/22;
• São Paulo: +0,1% e +7,5%, respectivamente;
• Rio de Janeiro: +4,4% e +6,0%;
• Minas Gerais: -0,9% e +5,6%;
• Nordeste: -0,5% e -6,1%;
• Amazonas: +4,2% e +1,8%;
• Rio Grande do Sul: +1,1% e -1,4%, respectivamente.
São Paulo, também sob este prisma, é um dos que reforçaram seu resultado recentemente, ajudando muito o total nacional a progredir. A indústria paulista, que está estagnada se tomarmos o período jan-nov/22, registrou alta e +7,5% no último bimestre com dados disponibilizados pelo IBGE.
Entre seus diferentes ramos, 67% ficaram no azul no bimestre out-nov/22, uma fração superior ao número em expansão no acumulado do ano até novembro último. Taxas de crescimento expressivas passaram a ser registradas por farmacêuticos e farmoquímicos (+13,5% ante out-nov/21), veículos e autopeças (+16,2%), outros equipamentos de transporte (+21,4%), têxteis (+23,2%) e alimentos (+29,6%).
Outros parques do Sudeste seguiram o mesmo caminho de São Paulo, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, com exceção do Espírito Santo, que amarga queda de -7,6% em 2022 até novembro e teve piora no último bimestre em tela (-16,6%), devido ao ramo extrativo e de minerais não metálicos.
O Nordeste, que já acumulava perda no acumulado do ano, teve importante retrocesso no bimestre out-nov/22: -6,1% ante o mesmo período do ano anterior, com piora na maioria dos seus grandes centros industriais (-10,3% no Ceará e -5,8% na Bahia).
No Norte, o Amazonas sinaliza para um ritmo inferior de crescimento (+1,8% em out-nov/22 e +4,2% em jan-nov/22), enquanto o Pará apresenta quedas intensas, devido à indústria extrativa e de bebidas.
Já no Sul, Paraná e Santa Catarina perdem produção industrial tanto no acumulado dos onze meses de 2022 quanto no bimestre mais recente e Rio Grande do Sul parece ter dado marcha a ré, já que embora cresça em jan-nov/22, ficou novamente no vermelho em out-nov/22 (-1,4%).
Em novembro de 2022, quando a produção industrial nacional registrou variação negativa de -0,1% frente ao mês imediatamente anterior na série livre de influências sazonais, nove dos quinze locais pesquisados apresentaram taxas positivas, sendo os maiores: Paraná (8,5%), Espírito Santo (7,6%), Ceará (4,3%) e Mato Grosso (3,8%). Em sentido oposto, Pará (-5,2%), Pernambuco (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,3%) e Nordeste (-1,3%) apontaram os recuos mais elevados no período.
Analisando em relação a novembro de 2021, registrou-se aumento de 0,9% da indústria nacional. Entre os quinze locais pesquisados, cinco registraram expansão da produção, sendo as maiores observadas em: São Paulo (7,3%), Rio de Janeiro (6,0%), Minas Gerais (4,7%) e Goiás (4,2%). Os dez locais pesquisados restantes que registraram as maiores retrações da produção nessa base de comparação foram: Pará (-16,5%), Espírito Santo (-12,2%), Paraná (-9,8%) e Ceará (-8,9%).
Analisando o acumulado no ano (jan-nov), registrou-se decréscimo de -0,6% na produção industrial brasileira. Dos quinze locais pesquisados, sete apresentaram acréscimo, sendo os mais expressivos: Mato Grosso (21,3%), Rio de Janeiro (4,4%), Amazonas (4,2%) e Bahia (3,4%). Por outro lado, os oito locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores observadas em: Pará (-8,9%), Espírito Santo (-7,2%), Ceará (-5,0%) e Santa Catarina (-4,2%).
Analisando o acumulado nos últimos 12 meses, registrou-se variação negativa de 1,0% na produção industrial nacional. Considerando os quinze locais pesquisados, seis apresentaram acréscimo, sendo os maiores: Mato Grosso (21,6%), Rio de Janeiro (4,6%), Amazonas (4,1%) e Goiás (2,6%). Em sentido oposto, os nove outros locais pesquisados apresentaram queda, sendo as maiores observadas nos seguintes estados: Pará (-8,9%), Espírito Santo (-6,7%), Ceará (-6,5%) e Santa Catarina (-4,8%).
São Paulo. Na comparação do mês de novembro de 2022 com o mês de outubro, a produção da indústria paulista registrou aumento de 3,1% a partir de dados dessazonalizados. Frente a novembro de 2021, houve variação positiva de 7,3%, e analisando o acumulado no ano, registrou-se acréscimo de 0,1%. Os setores com maiores expansões no comparativo do acumulado no ano foram: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (20,2%), produtos têxteis (14,5%) e celulose, papel e produtos de papel (4,2%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores retrações foram: produtos de borracha e de material plástico (-8,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,8%).
Minas Gerais. Em novembro de 2022 frente a outubro, a produção da indústria mineira apresentou aumento de 2,2% na série com ajuste sazonal. Em relação a novembro de 2021, houve crescimento de 4,7%. No acumulado no ano verificou-se variação negativa de 0,9%. Os setores que registraram maiores expansões, na comparação do acumulado no ano, foram: produtos do fumo (9,4%), coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (4,9%) e metalurgia (2,9%). Em sentido oposto, os maiores decréscimos foram observados nos seguintes setores: produtos têxteis (-30,1%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-16,7%) e outros produtos químicos (-10,1%).
Ceará. A partir de dados dessazonalizados, no mês novembro de 2022 a produção da indústria capixaba apresentou aumento de 4,3% frente ao mês de outubro. Em relação a novembro de 2021, houve variação negativa de 8,9%. No acumulado no ano registrou-se decréscimo de 5,0%. Os setores com contribuição positiva no comparativo do acumulado no ano foram: coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (12,6%), produtos de minerais não metálicos (5,7%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (3,3%). Por fim, as seções com maiores decréscimos nessa base de comparação foram: artigos do vestuário e acessórios (-32,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-23,4%) e outros produtos químicos (-17,9%).