Análise IEDI
Evoluções regionais mais favoráveis
Em mai/23, quando a produção geral da indústria do país variou +0,3% na série com ajuste sazonal, a maioria de seus parques regionais registrou expansão e muitos deles tiveram um desempenho bastante superior ao do agregado nacional. É o que mostram os dados divulgados hoje pelo IBGE.
Das 15 localidades pesquisadas, 11 ficaram no azul, o equivalente a uma proporção de 73% do total. As indústrias regionais com altas mais fortes do que o total Brasil somaram um número de 10, isto é, 2/3 dos parques. Isso mostra que do ponto de vista geográfico houve evoluções mais favoráveis do que indica a virtual estagnação do total nacional.
São Paulo, por exemplo, registrou alta de +2,9% depois de dois meses seguidos de resultados muito fracos. O Nordeste (+1,5%), assim como outros parques, recuperou parcialmente o declínio de abr/23 (-2,4%). Este também foi o caso do Amazonas, cuja produção industrial liderou a expansão em mai/23: +12,8%.
No acumulado de 2023 até o mês de maio, que dá o tom do setor no primeiro semestre, houve um revés para o agregado da indústria nacional, ao passar de um resultado de +0,4% no 2º sem/22 para -0,4%, como mostram as variações interanuais a seguir.
• Brasil: -1,8% em jan-jun/22; +0,4% em jul-dez/22 e -0,4% em jan-mai/23;
• São Paulo: -2,4%; +2,8% e -1,8%, respectivamente;
• Rio Grande do Sul: +1,1%; +1,1% e -6,4%;
• Rio de Janeiro: +3,0%; +6,0% e +2,8%;
• Nordeste: +3,5%; -5,1% e -4,0%;
• Amazonas: +0,9%; +6,8% e +10,4%, respectivamente.
Três dos quinze parques regionais condicionaram a mudança de sinal do total Brasil: São Paulo (de +2,8% no 2º sem/22 para -1,8% em jan-mai/23), Rio Grande do Sul (de +1,1% para -6,4%) e Mato Grosso (de +14,8% para -1,6%). Os dois primeiros casos, que estão entre os principais parques industriais do país, seguiram em queda no último bimestre em análise (abr-mai/23), a despeito de alguma amenização.
Na indústria paulista, 61% de seus ramos perderam produção no acumulado de jan-mai/23, com destaque para equipamentos de informática, extrativa e minerais não metálicos. Na indústria gaúcha, por sua vez, o recuo foi ainda mais difundido: 73% de seus ramos no vermelho, sobretudo, derivados de petróleo, metalurgia e produtos de metal. No Mato Grosso, 57% dos ramos caíram.
O Rio de Janeiro também perdeu força, mas não o suficiente para colocá-lo no negativo, passando de +6,0% de jul-dez/22 para +2,8% jan-mai/23. Apesar disso, o bimestre abr-mai/23 (-0,6%) sinaliza uma deterioração mais forte.
Quatro parques ou voltaram a crescer ou cresceram mais intensamente em jan-mai/23, compensando, ao menos em parte, o enfraquecimento da indústria nas quatro localidades anteriormente mencionadas. Foram eles: Amazonas (+10,4%) e Minas Gerais (+6,2%), com reforço de suas altas, e Pará (+5,2%) e Paraná (+0,7%), que voltaram ao azul depois das perdas acumuladas no 2º sem/22.
Por fim, quase metade das indústrias regionais estava no negativo na segunda metade de 2022 e assim seguiram em jan-mai/23, por mais que tenha havido alguma melhora em alguns casos. Ao todo, foram 7 parques nessa situação, em geral, concentrados na região Nordeste (-5,1% e -4,0%, respectivamente), como Ceará, Pernambuco e Bahia.
Em maio de 2023, quando a produção industrial nacional registrou aumento de 0,3% frente ao mês imediatamente anterior na série livre de influências sazonais, dez dos quinze locais pesquisados (como Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul ainda não têm série histórica longa o suficiente, não há ajuste sazonal para estes estados) apresentaram taxas positivas, sendo os maiores: Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%), Paraná (5,3%) e Mato Grosso (3,2%). Goiás apresentou estabilidade. Em sentido oposto, Santa Catarina (-2,7%), Bahia (-2,4%), Rio de Janeiro (-1,5%) e Rio Grande do Sul (-0,1%) apontaram os recuos mais elevados no período.
Analisando em relação a maio de 2022, registrou-se acréscimo de 1,9% da indústria nacional. Entre os dezoito locais pesquisados, doze registraram expansão da produção, sendo as maiores observadas em: Pará (29,6%), Amazonas (7,6%), Pernambuco (6,3%) e Mato Grosso (5,3%). Os seis locais pesquisados restantes registraram retração da produção nessa base de comparação, sendo as mais expressivas: Maranhão (-9,6%), Ceará (-8,1%), Santa Catarina (-4,4%) e Bahia (-3,3%).
Analisando o acumulado no ano (janeiro-maio), houve variação de -0,4% na produção nacional, com aumento em sete dos doze locais pesquisados, sendo os maiores: Amazonas (10,4%), Minas Gerais (6,2%), Pará (5,2%) e Rio de Janeiro (2,8%). Já os cinco locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores: Rio Grande do Sul (-6,4%), Santa Catarina (-4,5%), Ceará (-4,4%) e Nordeste (-4,0%).
Por fim, analisando o acumulado nos últimos 12 meses, registrou-se estabilidade na produção industrial brasileira. Dos quinze locais pesquisados (novamente, Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul não têm dados suficientes ainda para essa análise), cinco apresentaram acréscimo, sendo os mais expressivos: Mato Grosso (8,5%), Amazonas (7,1%), Rio de Janeiro (3,7%) e Minas Gerais (2,3%). Por outro lado, os dez locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores observadas em: Espírito Santo (-9,5%), Ceará (-5,3%), Pernambuco (-4,8%) e Santa Catarina (-3,9%).
São Paulo. Na comparação do mês de maio de 2023 com o mês de abril, a produção da indústria paulista registrou aumento de 2,9% a partir de dados dessazonalizados. Frente a maio de 2022, houve variação negativa de 2,6%, e analisando o acumulado no ano, registrou-se variação de -1,8%. Os setores com maiores expansões no comparativo do acumulado no ano foram: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (20,7%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (14,8%) e produtos têxteis (14,2%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores retrações foram: equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-33,3%), produtos de minerais não metálicos (-11,2%) e metalurgia (-9,5%).
Amazonas. Em maio de 2023 frente a abril, a produção da indústria amazonense apresentou aumento de 12,8% na série com ajuste sazonal. Em relação a maio de 2022, houve crescimento de 7,6%. No acumulado no ano verificou-se variação de 10,4%. Os setores que registraram maiores expansões, na comparação do acumulado no ano, foram: coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (26,2%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (14,5%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,2%). Em sentido oposto, o único setor que apresentou retração foi máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%).
Bahia. A partir de dados dessazonalizados, no mês maio de 2023 a produção da indústria pernambucana apresentou redução de 2,4% frente ao mês de abril. Em relação a maio de 2022, houve variação negativa de 3,3%. No acumulado no ano registrou-se variação de -3,7%. Os setores com maiores contribuições positivas no comparativo do acumulado no ano foram: produtos alimentícios (8,8%), metalurgia (7,4%) e couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (4,5%). Por fim, as seções com maiores decréscimos nessa base de comparação foram: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,0%), celulose, papel e produtos de papel (-8,4%) e produtos de borracha e de material plástico (-2,7%).