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                          Análise IEDI

                          Indústria
                          Publicado em: 05/09/2023

                          Sem boas notícias

                          As surpresas positivas que vêm marcando a evolução da economia brasileira em 2023 ainda não contemplam o desempenho industrial do país. A produção da indústria geral declinou -0,3% em jan-jun/23, chegando a -1,3% se forem excluídas as atividades extrativas. Já os dados do PIB, divulgados semana passada, apontaram retração de -1,3% no valor adicionado da indústria de transformação neste mesmo período.

                          Hoje, a pesquisa mensal sobre a produção industrial do IBGE sugere a permanência de um quadro adverso no setor. Em jul/23, houve queda de -0,6% frente a jun/23, já descontados os efeitos sazonais, e de -1,1% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Deste modo, o setor acumula perda de -0,4% em sua produção total em jan-jul/23, mas se desconsiderarmos o ramo extrativo, o declínio no período se agrava para -1,5%.

                          Esta sequência de resultados frágeis para a indústria nada mais é do que a consequência de um conjunto muito amplo de distorções da nossa macroeconomia sobre o setor. Convém enfatizar as altas taxas de juros dos financiamentos para a indústria, bem como o enorme ônus que o setor carrega devido à tributação que outras atividades relevantes, como a agricultura e os serviços, não carregam. Se viermos a ter um avanço célere nestes dois campos, que não esgotam os fatores que estão travando a produção, mas que são importantes, podemos assistir a um setor industrial crescendo novamente.

                          Neste início de semestre, a maioria dos ramos industriais também não se saiu bem. Na série com ajuste sazonal, 64% do total de ramos da indústria geral não conseguiram crescer e, na comparação com mesmo período do ano anterior, 68% deles perderam produção. Dos quatro macrossetores, três recuaram em ambas as comparações, notadamente bens de capital.

                          Entre os destaques negativos encontra-se a indústria automobilística, que ficou no vermelho tanto em jun/23 como em jul/23, indicando que o programa de redução de impostos sobre veículos até pode ter dinamizado as vendas do varejo, mas ainda não teve o efeito desejado sobre a produção industrial deste setor. Tal desempenho tem restringido os resultados da indústria de bens de consumo duráveis como um todo.

                          As variações interanuais a seguir mostram que em jul/23 nenhum macrossetor conseguiu se expandir, sendo que os piores resultados ficaram por conta de bens de capital, como tem sido a regra nos últimos meses, e bens de consumo duráveis. Na série com ajuste sazonal, que dá a tônica mais de curto prazo, somente bens de consumo semi e não duráveis ficaram no azul.

                               •  Indústria geral: -0,4% em jan-mar/23; -0,2% em abr-jun/23 e -1,1% em jul/23;

                               •  Bens de capital: -6,8%; -12,5% e -16,9%, respectivamente;

                               •  Bens intermediários: -1,9%; +0,7% e 0%;

                               •  Bens de consumo duráveis: +9,0%; +2,6% e -3,5%;

                               •  Bens de consumo semi e não duráveis: +3,5%; +0,2% e -0,3%, respectivamente.

                          Para bens de capitais, a sinalização recente é de aprofundamento de seu declínio. Os resultados para a produção de bens de capital de uso misto (-36,1% ante jul/22), para construção (-15,6%) e transportes (-13,8%) foram os que tiveram maior deterioração. Aqueles para o setor de energia (-29,0%) também estiveram entre os maiores recuos. Já bens de capital para a própria indústria (-7,5%), embora tenham amenizado sua queda, seguem há muito tempo no vermelho.

                          Bens intermediários vêm conseguindo evitar o terreno negativo desde maio último, mas em jul/23 tampouco ampliaram produção. Registraram 0% frente a jul/22, com resultados particularmente ruins em defensivos agrícolas (-24,9%), celulose (-7,4%) e intermediários da indústria automobilística (-6,9%). Quem amenizou o quadro foram os intermediários para a indústria alimentícia, que avançaram +8,4%.

                          Outro macrossetor que igualmente se aproximou muito da estabilidade, em jul/23, foi o de bens de consumo semi e não duráveis, com -0,3% ante jul/22. De todo modo isso aponta para uma deterioração, já que tanto no 1º trim/23 como no 2º trim/23 logrou aumentos de produção. Houve crescimento menos intenso nos segmentos de carnes e de combustíveis e quedas mais agudas em vestuário (-9,6%) e farmacêutica (-5,6%).

                          Por fim, bens de consumo duráveis cresceram persistentemente entre jan/23 e mai/23, mas em jun/23 (-4,0% ante jun/22) e agora em jun/23 (-3,5%) voltaram a apresentar perda. A produção de automóveis (-7,0%) foi uma das principais influências negativas, como dito anteriormente, tendo sido acompanhada pelos ramos de móveis (-11,5%), que já estava no vermelho, e eletrodomésticos de linha branca (-2,4%), que evitaram recuos nos dois primeiros trimestres do ano.

                          Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal para o mês de julho de 2023 divulgados hoje pelo IBGE, a produção da indústria nacional registrou queda de 0,6% frente a junho, na série livre de influências sazonais. No acumulado em doze meses registrou-se estabilidade e no acumulado no ano houve retração de 0,4%. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior (julho de 2022), aferiu-se variação negativa de 1,1%.

                          Categorias de uso. Na comparação com o mês anterior (junho/2023), segundo dados dessazonalizados, duas das cinco categorias analisadas apresentaram variação positiva: bens semiduráveis e não duráveis (0,9%) e bens de consumo (0,3%). Nas três categorias restantes foi observado queda: bens intermediários (-0,3%), bens de capital (-1,2%) e bens duráveis (-4,6%).

                          Frente ao mesmo mês do ano anterior (julho/2022), quatro das cinco categorias registraram variação negativa: bens semiduráveis e não duráveis (-0,3%), bens de consumo (-0,7%), bens duráveis (-3,5%) e bens de capital (-16,9%). A categoria de bens intermediários ficou estável no período.

                          No resultado do acumulado no ano, três das cinco categorias cresceram: bens duráveis (4,3%), bens de consumo (1,8%) e bens semiduráveis e não duráveis (1,4%). Em sentido oposto, bens intermediários (-0,5%) e os bens de capital (-10,8%) caíram.

                          No acumulado em 12 meses, três dos cinco segmentos assinalaram resultados positivos: bens duráveis (5,6%), bens de consumo (2,0%) e bens semiduráveis e não duráveis (1,3%). Os dois segmentos restantes apresentaram queda: bens intermediários (-0,3%) e bens de capital (-6,7%).

                          Setores. Na comparação de julho de 2023 com o mesmo mês do ano anterior (julho de 2022), houve variação positiva do nível de produção em oito dos 25 ramos pesquisados. As maiores variações positivas foram percebidas nos seguintes setores: impressão e reprodução de gravações (29,8%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (9,8%), indústrias extrativas (7,0%), produtos alimentícios (4,5%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (3,5%). Por sua vez, as maiores variações negativas ficaram por conta dos seguintes setores: veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,5%), artigos do vestuário e acessórios (-9,6%), máquinas e equipamentos (-9,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-25,3%).

                          Na comparação do acumulado no ano de 2023, oito dos 25 setores cresceram, sendo as maiores variações positivas: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (15,0%), impressão e reprodução de gravações (11,7%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,0%), indústrias extrativas (6,0%) e coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,5%). Já as maiores quedas foram dos seguintes ramos: produtos químicos (-8,3%), artigos do vestuário e acessórios (-8,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,5%) e produtos de madeira (-15,5%).

                          Na comparação do acumulado nos últimos 12 meses, a produção industrial apresentou variação positiva em onze dos 25 ramos analisados, com destaque para os itens de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (16,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,5%), produtos do fumo (5,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,6%) e coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (3,6%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores variações negativas foram: produtos de minerais não-metálicos (-7,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-8,1%), artigos do vestuário e acessórios (-9,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,4%) e produtos de madeira (-19,1%).

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                          Para a indústria, o segundo semestre de 2025 começou reproduzindo o mesmo padrão de desaceleração que vínhamos verificando desde a virada do ano.

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                          Em mai/25, o recuo da indústria atingiu a maioria dos seus parques regionais, inclusive São Paulo e o Nordeste, cuja produção também encolheu no acumulado de jan-mai/25.

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                          Os últimos dados da indústria divulgados pelo IBGE continuam apontando para um processo de esmorecimento do setor para o qual o IEDI vem chamando atenção desde o último trimestre do ano passado.

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                          O baixo dinamismo da indústria nacional em abr/25 foi produto do declínio da produção no Sudeste e no Norte e virtual estabilidade no Sul do país.

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                          Depois do primeiro resultado positivo em março, a indústria brasileira voltou a ficar virtualmente estagnada em abril último, tal como em jan-fev/25.

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                          O PIB brasileiro voltou a se expandir mais intensamente no 1º trim/25, mas apoiado em poucas alavancas, sobretudo, na agropecuária e no efeito positivo para o investimento da compra de plataformas de petróleo.

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                          O 1º trim/25 foi mais fraco para a maioria dos parques regionais da indústria, principalmente no Norte e Nordeste, mas São Paulo foi uma exceção, mesmo que devido a poucos dos seus ramos.

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                          Bens de capital foram o único macrossetor industrial a não aumentar produção em mar/25 e o que mais desacelerou no acumulado do 1º trim/25, sob efeito do aumento dos juros no país.

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                          A indústria já soma cinco meses consecutivos sem aumento de sua produção, já descontados os eventuais efeitos sazonais.

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