Análise IEDI
Para entender a crise do mercado subprime
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22 de fevereiro de 2008 |
Economia Global Para entender a crise do mercado subprime |
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As hipotecas subprime representam empréstimos concedidos a tomadores com histórico de crédito ruim e/ou renda insuficiente por diversos tipos de instituições financeiras que atuam no mercado de financiamento imobiliário dos Estados Unidos, dentre os quais bancos comerciais, bancos hipotecários, companhias de crédito imobiliário, etc. Em sua grande maioria, esses financiamentos foram concedidos sob a forma de hipotecas com taxas ajustáveis após dois ou três anos iniciais dos 30 anos de duração do contrato e/ou de hipotecas não-tradicionais, que prevêem o pagamento apenas de juros nos anos iniciais do contrato. Com a contínua elevação da taxa básica de juros pelo Federal Reserve, banco central americano, a partir de final de 2004, o efeito de elevação do custo financeiro, no período de juros flutuantes, do empréstimo para o tomador se amplificou, resultando no forte aumento da inadimplência, que atingiu 15% em 2006. A elevação da inadimplência e a ampliação do número de retomada dos imóveis dos mutuários inadimplentes redundou no desaquecimento do mercado imobiliário e na redução dos preços dos imóveis que servem de colateral para os empréstimos. Essa crise no mercado imobiliário extravasou as fronteiras, transbordando para diversos segmentos do mercado financeiro americano e internacional, porque a ampliação desses empréstimos de alto risco foi sancionada por práticas financeiras de distribuição de risco. Ao invés de manter os financiamentos concedidos em carteira, as instituições “originadoras” das hipotecas as empacotavam e revendiam para outros agentes. Mediante complexas e sofisticadas técnicas de engenharia financeira, os ativos lastreados em hipotecas ruins (asset backed securities) se transformavam em títulos com grau de investimento, como o collaterised debt obligation (CDO) e ABS CDO e CDO de CDO, vendidos para instituições financeiras, fundos de hedge e fundos de pensão, em todo mundo. Esses ativos financeiros, conhecidos como produtos estruturados, contavam igualmente com seguro contra risco de crédito de companhias seguradoras especializadas, conhecidas como seguradoras monoline. Com elevação das taxas de inadimplência e aumento do número de execução das hipotecas (foreclosures), os ativos lastreados em hipotecas subprime tiveram suas classificações de risco rebaixadas, desencadeando vendas com deságio e fuga para liquidez. Para reduzir as pressões nos mercados interbancários e evitar que a contração do crédito aprofunde a desaceleração da economia americana e mundial, os bancos centrais, em particular, o Federal Reserve e o Banco Central Europeu vêm desde agosto de 2007 injetando recurso no mercado. Além da oferta de liquidez em condições mais favoráveis que das tradicionais operações de redesconto, o Fed vem desde setembro reduzindo a taxa básica de juros, que no final de janeiro caiu a 3,0%, seu menor nível desde maio de 2005. |
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