Carta IEDI
Cadeias globais de valor: evolução pré-pandemia
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) atualizou, no final de 2021, a base de dados de comércio mundial em valor adicionado incorporando as informações de 2018 (Trade in Value Added - TiVA), permitindo examinar as conectividades das cadeias globais de valor. Por findar em 2018, os novos dados não permitem avaliar os efeitos da pandemia, mas indicam as tendências que vinham se desenhando até então.
Nesta edição, a base reuniu dados de 66 países e 45 atividades econômicas. Em comparação com a atualização anterior, foram adicionados dois novos países (Laos e Miamar) e algumas atividades econômicas. Também foi atualizado o grupo de países da OCDE, que passou a incluir Costa Rica (a partir de mai/21) e Colômbia (desde abr/20).
Como mensagem principal, os dados atuais mostram alguma retomada da internacionalização produtiva até 2018, depois da interrupção deste processo entre 2011 e 2015, conforme discutido na Carta IEDI n. 922 de abril de 2019. Isso, contudo, pode não ter se mantido com a pandemia, dada a interrupção dos fluxos comerciais, decorrente das medidas restritivas e de bloqueios logísticos globais, e a consequente busca por resiliência produtiva das empresas e governos, tal como analisado nas Cartas IEDI n. 1012, 1036 e 1104, entre outras .
Deste modo, o que se pode afirmar com relativa certeza até o presente é que a evolução da economia mundial na última década, marcada pelos desdobramentos da crise financeira global de 2008-2009, pela tensão comercial entre EUA e China, sobretudo, em 2019, e então pela crise da Covid-19, tem configurado um contexto de importantes desafios às cadeias globais de valor. Isso sem falar nas possibilidades abertas pelo avanço das tecnologias digitais e nos impactos das mudanças climáticas.
Até a pandemia pelo menos, o indicador de encadeamento para trás das CGV, que compreende o valor adicionado importado contido nas exportações brutas de um país, que havia regredido em 2011-2015, voltou a avançar em 2015-2018. Entre 2011 e 2015, este índice para o total de bens e serviços comercializados assinalou queda em grandes economias, como EUA, Alemanha, Japão e China. Entre 2015 e 2018, aumentou na maioria destes países, exceto nos EUA.
No caso do Brasil, o indicador de encadeamento manteve-se estável em 12,9% entre 2015 e 2018, depois de ter evoluído favoravelmente entre 2011 e 2015 (+2,8 pontos percentuais). Vale lembrar o esforço de muitas empresas para ampliar suas exportações diante da grave crise de nossa economia em 2015-2016 e, posteriormente, de sua fraca recuperação. Muito desta evolução foi graças à indústria, pois como argumenta o Banco Mundial (Carta IEDI n. 898), a indústria é o principal vetor de integração internacional dos países.
Considerando-se as exportações brutas de manufaturados, o valor adicionado importado se elevou de 2015 para 2018 na maioria dos países, destacando-se Grécia, Reino Unido e Índia, entre outros. No Brasil, o indicador de encadeamento avançou de 14,5% em 2011 para 17,2% em 2015 e então para 17,9% em 2018. Cabe notar que este indicador é maior para a indústria brasileira do que para as indústrias de outros países relevantes, como a dos EUA (15,8%).
Outro indicador utilizado para avaliar a evolução das CGV também apontou crescimento na maior parte dos países, trata-se do “indicador para frente”, que mostra a parcela do valor adicionado de um país nas exportações brutas do restante do mundo em termos das exportações do país em questão.
Neste indicador, o Brasil, juntamente com EUA, Coreia do Sul, Austrália, Turquia e outros, apresentou alta quando considerado o total de bens e serviços. O valor adicionado brasileiro incorporado nas exportações de outros países representou, em 2018, 22% de nossas exportações totais, mais do que os 20,5% de 2015, embora inferior ao patamar de 2011 (25,2%).
A indústria também contribuiu para o aumento deste indicador. Em particular, a indústria brasileira registrou elevação neste indicador de 15,4% em 2015 para 17,1% em 2018, embora não tenha superado o valor de 19,9% de 2019. Vale mencionar que o nível deste indicador é maior para as exportações totais do Brasil do que para os manufaturados em função do peso dos setores primários em nossa pauta exportadora, que funcionam como provedores de insumos para outros países.
Um terceiro indicador muito utilizado diz respeito à parcela de bens intermediários importados reexportados em relação ao total de bens intermediários importados. Também neste caso houve crescimento na maior parte dos países de 2015 para 2018. Entretanto, a parcela dos serviços nas exportações caiu na maioria dos casos.
No que tange à participação dos serviços nas exportações da indústria de transformação, em 2018 relativamente a 2015, houve queda na maior parte dos países, com algumas exceções, a exemplo de Bélgica, Peru, Islândia e França. Este indicador para o Brasil ficou praticamente estável, passando de 36,2% em 2015 para 36,0% em 2018.
Para o Brasil, análise mais detalhada mostra que o valor adicionado de serviços nas exportações da indústria de transformação, em 2018, foi predominantemente doméstico (27,7%) ao invés de importado (8,3%). O indicador total atingiu valores maiores em indústrias de alta e média-alta tecnologia, mais propensas ao fenômeno da servitização de seus negócios, contando com fração mais elevada dos serviços importados no valor das exportações brutas. São os casos de computadores, eletrônicos e produtos óticos (46,3%), veículos automotores e carrocerias (41,1%), máquinas e equipamentos (38,5%) e químicos (38%).
Por fim, é importante frisar que, de modo geral, os indicadores de CGV variam bastante entre os países e setores, sendo insuficientes para indicar a qualidade da inserção de um país nas CGV em termos de desenvolvimento do tecido produtivo.
Economias industrializadas de maior porte como EUA e Japão possuem indicadores de CGV mais baixos, enquanto outras como China e Alemanha têm indicadores médios em relação aos demais. Economias de maior porte com renda per capita média e com pauta de exportação concentrada em commodities - como Brasil, Rússia e Indonésia - em geral apresentam indicadores baixos de integração às CGV.
Por outro lado, as economias com maiores indicadores, em geral, são plataformas de exportação ou “fábricas” de esquemas regionais de integração produtiva e comercial, como Luxemburgo, Irlanda, Malta, Singapura e Taiwan, no primeiro caso, ou Tailândia, Malásia, Vietnã, Eslováquia, Hungria, República Tcheca, Estônia e México, no segundo.
Portanto, como as tendências de internacionalização produtiva estão mudando ainda mais velozmente com a pandemia, para melhorar a qualidade da participação do Brasil nas CGV, é preciso considerar detalhadamente as dinâmicas setoriais para encontrar possibilidades de sofisticar as atividades desempenhadas localmente para as cadeias regionais e globais.
A evolução dos indicadores das CGV
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) atualizou, no final de 2021, o banco de dados TiVA (Trade in Value Added, Comércio em Valor Adicionado), cobrindo 66 países (incluindo todos da OCDE e do G20) e 45 atividades econômicas (ISIC Rev. 4). Ocorreram algumas mudanças importantes, como a inclusão de Laos e Mianmar no grupo de paises de fora da OCDE, a realocação de Costa Rica e Colômbia para o grupo da OCDE, ou ainda, a desagregação do setor farmacêutico em relação ao de produtos químicos.
A atualização anterior tinha ocorrido em 2018, quando se destacou uma tendência de arrefecimento na fragmentação global da produção em 2015-2016 em relação a 2011, apesar das diferenças regionais e setoriais. Algumas explicações apresentadas eram o fato da China e dos Estados Unidos terem se voltado mais aos seus mercados internos, o crescimento dos salários na Ásia, bem como as alterações nas estratégias das firmas relacionadas à economia digital, robotização e servitização.
Dessa vez, os indicadores de integração às CGV propiciados pela base de dados TiVA indicam que aquela tendência foi, em certa medida, revertida entre 2015 e 2018.
Começando pela parcela de reexportação de bens intermediários importados em relação ao total de bens intermediários importados pelos países, houve pequeno crescimento tanto no bloco dos países da OCDE (de 15% para 15,4%) como naqueles não pertencentes à OCDE (de 19,4% para 20%) presentes no banco de dados. Em ambos os grupos, porém, os valores obtidos em 2018 seguiram inferiores aos índices registrados em 2011.
Examinando-se os países da OCDE, tais indicadores de reexportação de intermediários em 2018 foram menores nos EUA (15,4%, com queda em relação a 2015) e Colômbia. Já os países com valores mais elevados para este indicador foram Luxemburgo e Irlanda (ambos cerca de 84,5%). Algumas economias de grande porte, como Japão, Reino Unido, Áustria e Holanda, apontaram crescimento acima de 2 p.p. nesse indicador entre 2015 e 2018.
Nos países não pertencentes à OCDE, os menores índices de reexportação de bens intermediários foram os da Arábia Saudita (16,3%) e Argentina (18,2%). Por sua vez, os mais elevados ficaram a cargo de Malta e Singapura (ambos 79,3%). Houve crescimento expressivo neste indicador da Arábia Saudita, Argentina, Brasil, Peru, Tunísia e Vietnã. Em contraste, o indicador da China caiu de 28% em 2015 para 26,7% em 2018.
Partindo para a análise das relações de encadeamento nas CGV, a pequena tendência de crescimento na internacionalização da produção entre 2015 e 2018 se observa tanto no indicador para trás quanto para frente, tomando-se o total de bens e serviços.
O indicador de encadeamento para trás das CGV, que se refere ao valor adicionado importado contido nas exportações brutas de um país, evoluiu de 8,2% para 8,4% nos países da OCDE, e de 9,5% para quase 10% nos demais.
No primeiro grupo, as economias com menor indicador em 2018 foram EUA (9,5%), Austrália (10,6%) e Colômbia (11,9%), e as de maior foram Luxemburgo (65,3%), Eslováquia (48%) e Hungria (46,3%).
Por sua vez, nos países de fora da OCDE, os menores indicadores para trás se verificaram na Arábia Saudita (3,6%) e Rússia (8,5%). O Brasil, com indicador de 12,9%, ficou estável em 2015 relativamente a 2018. Destaca-se a elevação do indicador da China de 16,4% para 17,9%, bem como da maior parte dos países do G-8, com a única exceção dos Estados Unidos (-0.1 p.p).
Os indicadores de conteúdo importado referente apenas às exportações de manufaturas, em geral, foram mais elevados do que o das exportações totais, com elevação entre 2015 e 2018 ainda mais expressiva – mas também não a ponto de superar as marcas alcançadas em 2011.
Assim, o indicador de encadeamento para trás das CGV nas exportações da indústria de transformação evoluiu de 11,1% para 11,5% no grupo dos países da OCDE, e de 12,3% para 12,8% nos que não pertencem à OCDE.
No primeiro grupo, as economias com menor indicador em 2018 foram EUA (15,8%), Chile (16,4%), Austrália (17,4%), e as de maior indicador foram Eslováquia (57,8%), Hungria (57%) e Luxemburgo (56,5%).
Por sua vez, nos países de fora da OCDE, os menores indicadores para trás se verificaram na Arábia Saudita (10,9%) e Rússia (11,7%). O Brasil, com indicador de 17,9%, registrou crescimento de 0,7 p.p. em 2018 relativamente a 2015. Destaca-se, mais uma vez, a elevação do indicador da China de 18,3% para 20%, bem como do Reino Unido (de 25,2% para 29,7%), com estabilidade nos Estados Unidos.
Analisando-se o indicador para trás nas exportações dos diferentes setores produtores de manufaturas, tem-se contrastes expressivos entre os países da OCDE e de fora da OCDE. No primeiro grupo, coque e petróleo refinado apresentaram o indicador mais alto (36%) em 2018, seguido de metais básicos (13,5%). Estes valores traduzem integrações de qualidades distintas nas CGV, bastante relacionadas às condições tecnológicas, dotações de fatores, políticas de incentivo etc.
Por exemplo, o conteúdo importado nas exportações de computadores, eletrônicos e produtos óticos chegaram a 65% no México, tendo sido 33% no Canadá e apenas 6,5% nos EUA em 2018. Em geral, os indicadores de alguns países do leste europeu como Hungria, Eslováquia e República Tcheca, bem como Irlanda e Luxemburgo, são elevados na maior parte das indústrias de transformação relativamente aos outros países do mesmo grupo.
No grupo dos países de fora da OCDE, o indicador para trás mais elevado em 2018 foi o de computadores (20%), seguido de outros equipamentos de transporte (19%). Também representando integrações às CGV de qualidades distintas, encontrou-se, por exemplo, indicador de 84% em coque e petróleo refinado no Marrocos, ou 73% em veículos automotores em Hong Kong.
Em geral, os indicadores de alguns países do leste asiático como Hong Kong, Taiwan, Singapura, Tailândia e Vietnã, ou também Bulgária e Tunísia, foram elevados na maior parte das indústrias de transformação relativamente aos outros países do mesmo grupo.
No que concerne o indicador de encadeamento para frente nas CGV, isto é o valor adicionado por um país (total ou de uma determinada atividade econômica) contido nas exportações de outro país (ou do resto do mundo) como proporção das exportações brutas do primeiro, no caso da OCDE houve elevação de 19,2% em 2015 para 19,9% e nos países de fora da OCDE de 22,9% para 23,8% em 2018.
A variância deste indicador é menor do que a do indicador para trás. Assim, no grupo dos países da OCDE, seu valor mais baixo foi de cerca de 10% no México ou na Costa Rica, e o mais alto de 39,5% na Noruega em 2018. Da mesma forma, no grupo de países de fora da OCDE, naquele ano, o indicador para frente mais baixo foi de Malta em 8,8% e o mais alto de 57,7% em Brunei.
Entre 2015 e 2018, nos países da OCDE, o indicador para frente tomando-se somente as manufaturas cresceu de 14% para 14,3%, e nos de fora da OCDE, de 17,3% para 18,1%. Em 2018, os países do primeiro grupo com menor indicador para frente em manufaturas foram Costa Rica (6,5%) e Luxemburgo (6,9%), e os com maior indicador foram Chile (27%) e Noruega (28,3%). Por sua vez, os países de fora da OCDE com menor indicador foram Malta (4,7%) e Chipre (6,5%), e aqueles com maior indicador para frente foram Brunei (45,5%) e Cazaquistão (33,8%).
Tomando-se as indústrias de transformação em 2018, os setores que na maioria dos países fizeram menores contribuições no indicador para frente das manufaturas foram produtos da madeira, papel/impressão, e outros produtos não-metálicos.
Já as divisões que apontaram maior contribuição foram metais básicos e computadores, eletrônicos e produtos óticos. Contudo, registraram-se os valores setores mais altos em coque e refino de petróleo, no caso de países exportadores destes produtos. como na Noruega, Brunei, Arábia Saudita, Cazaquistão.
Finalizando a análise geral dos indicadores, a participação do valor adicionado dos serviços nas exportações brutas de diferentes setores de atividade econômica também denota forte integração nas CGV, sendo 53,8% na OCDE e 41,4% nos países de fora da OCDE em 2018.
Analisando-se a parcela de serviços nas exportações da indústria de transformação, vê-se alta variância entre os países, de 15% em Mianmar a 55% em Hong Kong. A parcela do valor adicionado dos serviços nas exportações de manufaturas do Brasil foi de 32,6% em 2018.
Os níveis diferentes destes indicadores, assim como as diferentes contribuições do valor adicionado doméstico ou estrangeiro, contribuem também para analisarem-se as qualidades distintas de integração às CGV.
Em alguns países, amplo valor dos serviços nas exportações de manufaturados eram importados, como Luxemburgo, Irlanda, Hungria, Eslováquia, Vietnã e Marrocos. Em outros, a participação do valor doméstico predominou, tais como Australia, Nova Zelândia, Arábia Saudita e Hong Kong.
Os indicadores de CGV para o Brasil
Os indicadores de CGV para o Brasil denotam maior integração ao comércio global em 2018 relativamente ao início daquela década, porém, estas informações são insuficientes para se avaliar a qualidade dessa participação.
A seguir uma síntese da evolução dos principais indicadores de integração do Brasil às CGV para os anos de 2011, 2015 e 2018:
• Parcela de reexportação de bens intermediários importados, em relação ao total de bens intermediários importados: avanço de 16,0% em 2011 para 19,5% em 2015 e então para 23,1% em 2018.
• Parcela do valor adicionado importado nas exportações brutas totais: de 10,1% para 12,9% e novamente 12,9%, respectivamente.
• Parcela do valor adicionado importado nas exportações brutas da indústria de transformação: de 14,5% em 2011 para 17,2% em 2015 e para 17,9% em 2018.
• Parcela do valor adicionado doméstico nas exportações dos outros países em relação ao total das exportações brutas do Brasil: 25,2%, 20,5% e 22%,0, respectivamente.
• Parcela do valor adicionado doméstico nas exportações dos outros países em relação às exportações brutas do Brasil de bens manufaturados: 19,9%, 15,4% e 17,1% em 2011, 2015 e 2018, respectivamente.
• Participação dos serviços no valor bruto total das exportações: alta de 42,5% para 49,1% entre 2011 e 2015, mas posterior declínio para 44,9% em 2018.
• Participação dos serviços no valor bruto das exportações de manufaturados: 32,6%, 36,2% e 36%, respectivamente.
O Brasil ainda apresenta um perfil “menos integrado” às CGV do que outros países. Em parte isso se deve aos problemas de competitividade externa do país e da ausência de uma firme política de integração ao comércio internacional, mas também está associado ao grande porte do seu mercado doméstico e à alta presença de commodities nas exportações. São fatores que reduzem os patamares dos indicadores analisados nesta Carta IEDI.
Além disso, a maior participação de valor adicionado importado nas exportações brasileiras pode traduzir dependência tecnológica e/ perda de competitividade, ou até mesmo “porosidades” nas cadeias internas de abastecimento, conforme discutido na Carta IEDI n. 929. Essas e outras características exigem que a interpretação dos dados de CGV seja cautelosa.
Nesse sentido, encontram-se diferenças setoriais importantes na análise da inserção brasileira nas CGV, sobretudo no que diz respeito à indústria de transformação. No caso do conteúdo importado das exportações brasileiras de manufaturas, em 2018, algumas indústrias apresentaram indicadores significativamente mais elevados do que a média da indústria nacional (17,9%), a exemplo de outros equipamentos de transporte (33,1%), computadores, eletrônicos e produtos óticos (26,8%), metais básicos (22,7%), coque e petróleo refinado (20,9%).
Quanto à composição da parcela do valor adicionado nacional nas exportações de outros países em relação às exportações da indústria de transformação do Brasil (17,1%), em 2018, as maiores contribuições vieram, por ordem de relevância, de metais básicos, veículos automotores e carrocerias, alimentos, bebidas e tabaco, computadores, eletrônicos e produtos óticos e máquinas e equipamentos.
A parcela de serviços nas exportações brutas totais do Brasil chegou a 49,2% em 2015 e caiu para 44,9% em 2018, conforme dito anteriormente, semelhante à dos países de fora da OCDE na amostra. A queda se explica pela redução na participação dos serviços domésticos: em 2015 a composição era de 6,3% importado e 42,9% doméstico, enquanto em 2018, respectivamente, 6,5% e 38,4%.
O valor adicionado de serviços nas exportações de manufaturas ficou estável (cerca de 36%), em 2018 relativamente a 2015, bem como a sua composição: em 2015, 8% eram serviços domésticos e 28,3% importados, em 2018, estas parcelas foram de 8,3% e 27,7%, respectivamente. Mas notam-se diferenças consideráveis da participação dos serviços nas exportações das dos diferentes produtos manufaturados.
Entre as divisões com maiores parcelas, tem-se computadores, eletrônicos e produtos óticos (46,4%), veículos automotores e carrocerias (41,1%) e máquinas e equipamentos (38,6%). Por outro lado, as parcelas do valor adicionado de serviços são mais baixas em produtos da madeira (29%), outros manufaturados (28,6%), têxteis, vestuários e couro (30,5%), metais fabricados (32,1%) e coque e petróleo refinado (32,8%).